Lição 8: Sou da Paz

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Texto bíblico: Fl 4.17

Portanto, meus amados e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai assim firmes no Senhor, amados.

Rogo a Evódia e rogo a Síntique que sintam o mesmo no Senhor.

E peço te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.

Regozijai vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai vos.

Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto está o Senhor.

Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.

E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.

Este texto mencionado acima, faz parte da Epistola de Paulo aos Filipenses; Paulo escreveu esta carta aproximadamente no ano 60 d.C durante o período que esteve preso em Roma.

Paulo escreve para agradecer uma oferta que a Igreja lhe havia enviando, ao mesmo tempo pretendia fortalecer a fé dos filipenses, afirmando que a verdadeira só poderia vir de Jesus Cristo.

De modo resumido: eles deviam estar sempre felizes, e não deviam se inquietar por nada, pois o Senhor os guardariam por meio da paz, vivendo assim a sua justiça seria manifestada ao todos os homens, deviam ser humildes orando e suplicando a Deus, ao mesmo tempo sendo unidos; por esta razão ele incentiva o dirigente local a ajudar duas irmãs que estavam se desentendendo.

Mais uma vez Paulo é um exemplo, porque mesmo preso afirma que está feliz vendo os Filipenses firmes no Senhor, e por varias vezes na carta exorta a Igreja a andar com alegria, talvez a frase “perto está o Senhor” nos explique isso, Paulo sabia que embora sua situação exterior era ruim, o Senhor estava com ele. Por esta razão ele afirma a Timóteo que desde já a sua coroa da justiça lhe estava guardada.

Objetivo da lição

·         Levar os alunos a entender: que todo tipo de briga; confusão,

desentendimento contenda, é pecado.

·         Que devemos ter paz com todos, perdoando as ofensas

Introdução

O assunto da lição de hoje é a Paz, assunto este que é bastante vasto, isto porque há muitos prismas pelas quais a Paz pode ser estudada, me refiro até mesmo ao conteúdo bíblico. Na Bíblia vemos a Paz ser descrita sob vários aspectos tanto no sentido interno como externo:

A Paz entre os homens; a Paz de Deus; a Paz entre Deus e a Humanidade; Paz interior.

Paz é geralmente definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações ou agitação. Derivada do latim Pax = Absentia Belli, pode referir-se à ausência de violência ou guerra. Neste sentido, a paz entre nações.

No plano pessoal, paz designa um estado de espírito isento de ira, desconfiança e de um modo geral todos os sentimentos negativos. Assim, ela é desejada por cada pessoa para si próprio e, eventualmente, para os outros, ao ponto de se ter tornado uma frequente saudação (que a paz esteja contigo; a nossa saudação cristã: A paz do Senhor)

A palavra “Paz” possui alguns significados que se expressam em nossa vida de forma externa e interna, no âmbito material e espiritual.

Ausência de lutas, violências ou perturbações sociais; tranqüilidade pública; concórdia.

Ausência de conflitos entre pessoas; bom entendimento, harmonia:

Ausência de conflitos íntimos; tranqüilidade de alma; sossego:

Situação de um país que não está em guerra com outro:

Restabelecimento de relações amigáveis entre países beligerantes; cessação de hostilidades:

Tratado de paz:

Ausência de agitação ou ruído; repouso, silêncio, sossego:

Todavia o nosso trimestre traz lições referentes ao embaraços que prejudicam a nossa vida, portanto se faz necessário que sigamos essa linha, pois quando discutimos sobre a paz neste sentido é claro que temos de mencionar a guerra. Quando trazemos isto para a vida cristã a guerra se torna símbolo de “luta, batalha, contendas, etc” fatos que surgem por meios de ofensas vinda de outras pessoas, desde modo, a falta da paz produz um grande embaraço para vida cristã.

Quanto a falta da paz como um embaraço, é mais difícil conduzir essa situação, pois que na caminhada da vida, ela pode vir a qualquer momento, mas assim mesmo é necessário tomar a posição de buscar e batalhar pela paz. Principalmente quando isto depende de nós, as vezes ocorrem que pessoas se opõem a nós, até mesmo com ofensas, é neste momento que devemos tomar atitude de procurar estabelecer a paz, ou seja, não revidar a ofensa do outro, mas perdoar, para que enfim a paz se estabeleça.

I - Enfrentando os ataques do mal

Um dos significados da palavra paz é harmonia, ao falarmos de ataques do mal quanto a paz, significa que o mal vem justamente para “quebrar” esta harmonia. Esta quebra de harmonia pode ser nossa relação com Deus, com o nosso próximo.

a)      Em relação a Deus:

Basta nos lembrar que a entrada do pecado no mundo ocorreu justamente porque o mal quebrou a harmonia que havia entre Deus e o homem, pois até aquele momento havia paz. O homem ao pecar trouxe a inimizade entre ele e Deus, é por esta razão que Tiago ao se referir aos crentes que amam as coisas do mundo se tornam inimigos de Deus, ou seja, não há paz.

Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se

inimigo de Deus. (Tg 4.4).

Mas ao passo que o homem se reconcilia com Deus através do Senhor Jesus,  a paz é novamente estabelecida.

Na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, (Ef 2.15)

O pecado faz divisão entre Deus e o homem, deste modo não existe harmonia, mas Deus ao se reconciliar com o homem torna a trazer a harmonia perdida no Jardim do Èden.

Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com

Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; (Rm 5.1)

b)      Em relação ao próximo

Quanto ao próximo podemos entender em dois aspectos; o individual e coletivo.

Individualmente o mal realiza seus ataques para que nós venhamos a nos desentender com o nosso próximo, isto surge a partir do momento que não tomamos o devido cuidado, e por descuido damos lugar a um momento de raiva, ira contra alguém, ou também quando revidamos bruscamente a ofensa de alguém.

Coletivamente o mal tenta disseminar contenda, brigas nas famílias, entre os irmãos, e num aspecto mais amplo; guerra entre os povos e nações.

Mas em ambos a origem da quebra de harmonia, e conseqüentemente da paz, é o mal.Estes ataques são feitos no sentido de que haja um total estado de guerra entre as pessoas, deste modo a obra do mal é realizada, que é destruir.

I.1- Combatendo o mal

Certamente que a melhor arma para enfrentarmos os astutos ataques do mal é nos revestir de Deus, a Bíblia nos fala da armadura de Deus, pela qual podemos combater todas as espécies de ataques do mal, mas quanto a estes cujo objetivo maior é nos tirar a Paz, a graça de Deus nos é necessária!

Isto para que com graça e vigilância tomemos posição nestes dois pontos importantes:

a) tentação interior

O mal tenta nos induzir a ira nos demasiadamente contra o nosso próximo, isto algumas vezes usando o nosso temperamento, que em algumas pessoas pode ser um tanto “forte”

Desde modo devemos buscar por um fruto do Espírito chamado Temperança; este fruto produz em nós um equilíbrio emocional, ou seja, um alto controle. Assim poderemos entender que certas irritações acerca de algum assunto relacionado ao próximo não é motivo de discussão ou briga. O Apostolo Paulo recomendou:

Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. (Rm 12.18)

b) tentação exterior

Neste caso o motivo pela qual a nossa paz possa ser tirada vem de fonte exterior, freqüentemente por meio de alguma ofensa que alguém tenha nos feito. É fato que o mal usa de pessoas as vezes para afrontar-nos com o intuito de provocar uma discussão ou briga. Neste caso como cristão devemos perdoar a ofensa cometida contra nós, isto para que a paz seja estabelecida.

Neste sentido o ditado popular é correto: quando um não quer dois não brigam.

Aqui não é o fato apenas de perdoar, pois isto é um mandamento de Deus para qualquer situação, trata-se de alguém, que perdoa e não revida a ofensa cometida, pois o seu objetivo é que mesmo sob um prejuízo seu não promove briga ou discussão.

As pessoas que agem assim chamamos de pacificador, ou seja, alguém que restitui a paz a; apazigua, acalma, abranda.

I.2- Os pacificadores

Como cristãos devemos procurar promover a paz, pois esta é a vontade de Deus, o Senhor Jesus afirmou no Sermão do Monte:

“Bem aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5:9).

Logo vemos que a qualidade de pacificador é exclusiva de quem foi regenerado e renovado espiritualmente, pois não é possível ser por meios e recursos naturais e humanos. Toda tentativa de pacificar, que leve em conta o coração, tem todas as possibilidades de fracassar. É no coração do homem que se plantaram todas as raízes geradoras de lutas e contendas. O coração é o lugar onde o pecado se aloja e, é neste coração pecaminoso que gera cobiças e lutas.

A Bíblia nos ensina que os filhos de Deus são os que devem pacificar, amenizar e fazer cessar em as disputas, entre as pessoas.

Para ser um pacificador é necessário ter alguns requisitos:

Não é alguém que foge de briga e cede sempre só para evitar conflitos. Este tipo de pessoa não tem senso de justiça;

Não é alienado (desligado dos problemas), mas é alguém que participa das soluções;

Não é simplesmente passivo, ele é do tipo que nunca arruma confusão com ninguém e chega a dar “um boi” para não entrar numa briga;

Ele é ativo, procurando estabelecer a concórdia entre as pessoas a sua volta, para isso, envolve-se nas discussões com sabedoria para que possa dissolvê-las,

contudo, ele usa o bom senso espiritual.

Como alguém que pega pelas orelhas um cão qualquer, assim é quem se mete em discussão alheia (Pv 26.17).

Uma qualidade indispensável de um pacificador é “ser limpo de coração”;

Não alimenta discussões e é paciente.

O homem irritável provoca dissensão (discórdia, desavença, contenda, briga), mas quem é paciente acalma a discussão (Pv 15.18).

O pacificador tem uma visão do próximo como que precisa ser auxiliado;

Faz bem uso da língua. Se não tem nada para falar que seja edificante, fica quieto e não aceita “fofocas”

Não se alegre quando o seu inimigo cair, nem exulte o seu coração quando ele tropeçar. (Pv 24.17)

II- O exemplo de Paulo

A passagem envolvendo a discussão de Paulo e Barnabé em certo aspecto nos é proveitoso, quando examinamos com objetivo de tirar algumas lições praticas para nossa vida.

Uma delas é que Deus pode transformar uma situação aparentemente ruim em benção, assim foi com Paulo e Barnabé.

Eles eram grandes homens de Deus, e trabalhavam pregando o Evangelho, mas resolveram se apartar depois de uma discussão a cerca do sobrinho de Barnabé; João Marcos. A discussão foi pelo fato de que Marcos deixou Paulo e Barnabé quando estes faziam uma viagem missionária, Marcos como quem pega no arado e olha para traz não concluiu a obra que pretendiam realizar.

Quando Paulo planejou realizar uma outra viagem, Barnabé pretendia levar Marcos junto, o que Paulo energicamente não concordou; a discussão foi grave ao ponto de ambos decidirem se separar. Separados então formaram dois grupos missionários, as quais posteriormente realizarão a obra de Deus.

Acima afirmei que é necessário buscar pela paz, pois certamente é do desejo do Senhor que sejamos pacificadores; assim sendo encontramos na Bíblia um exemplo de alguém que de fato procedeu como um pacificador, ou melhor pacificadora. Isto porque mantemos a paz também quando trabalhamos por ela.

No livro de 1 Samuel capitulo 25 a seguir, vemos uma historia muita interessante:

Ali está relatado a historia de Abigail, uma mulher sabia, que evitou uma verdadeira guerra e destruição!

Abigail era esposa de um homem chamado Nabal, a passagem narra o momento em que Davi se encontrava em grande dificuldade, e manda alguns de seus servos a este homem a fim de pedir mantimentos para sua tropa, pois que haviam realizado favores a Nabal, todavia este Nabal respondeu que não enviaria nada, e se desfez de Davi.

Naquele momento Davi ficou sobremodo irado, e planejou ir até ele com seus homens a fim de destruir tudo quanto tinha.

E disse Davi: Na verdade, em vão tenho guardado tudo quanto este tem no deserto, e nada lhe faltou de tudo quanto tem, e ele me pagou mal por bem.

Assim faça Deus aos inimigos de Davi e outro tanto, se eu deixar até à manhã, de tudo o que tem, mesmo até um menino. (1 Sm 25.21,22)

Sabendo disto Abigail se antecipou e sem seu marido saber tomou alguns mantimentos e foi ao encontro de Davi, se desculpando pela loucura do marido, apaziguou a ira de Davi, deste modo agindo de forma sabia ela evitou uma destruição total, ela conseguiu estabelecer a paz.

Assim também ocorrem em nossas vidas: temos de lutar para manter a paz, não se irando a ponto de brigar com nosso próximo, não revidando as afrontas e ofensas, e quanto for possível trabalhar em prol da paz com nosso próximo.

Assim como Abigail podemos apaziguar inimizades até mesmo entre nosso próximo.

III- Como tudo terminou

A historia de Paulo e Barnabé terminou bem, porque tudo foi resolvido, creio que certamente todos puderam aprender com esta experiência. Paulo que se mostrou irredutível posteriormente admitiu que Marcos lhe fosse muito útil para o ministério, e por esta razão pede que o trouxesse até ele.

De igual modo Paulo se refere com carinho a Barnabé, quando reconhece o seu trabalho no Senhor, certamente tanto Barnabé como Marcos aprenderam com essa experiência, pois todas as coisas colaboram para o bem daqueles que amam a Deus. (Rm 8.28).

Na historia de Abigail também acabou tudo bem, pois Davi aceitou a explicação de Abigail:

Então, Davi disse a Abigail: Bendito o SENHOR, Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro.

E bendito o teu conselho, e bendita tu, que hoje me estorvaste de vir com sangue e de que a minha mão me salvasse.

Porque, na verdade, vive o Senhor, Deus de Israel, que me impediu que te fizesse mal, que se tu não te apressaras e me não vieras ao encontro, não ficaria a Nabal, até à luz da manhã, nem mesmo um menino. (1 Sm 25.32,34)

Por ultimo Deus tomou providencia quanto a este episódio, Nabal foi ferido por Deus e Abigail não ficou desamparada, Davi a tomou por esposa.

Davi também promoveu a paz no momento que ao atender Abigail, perdoou a ofensa cometida por Nabal.

Sabemos que em situações assim a paz exterior no que diz ao relacionamento com o próximo fica abalada, mas no momento que procedemos de forma justa segundo a vontade do Senhor, não obtemos somente a paz externa mas a interior, quando nosso coração sente a alegria por um problema solucionado.

Conclusão

Quem busca e promove a paz também tem paz com Deus e por isso está sempre bem com tudo e com todos em todas as circunstâncias.

Engano há no coração dos que maquinam mal, mas alegria têm os que aconselham a paz. (Pv 12.20)

O apostolo Paulo ao escrever ao romanos incentivou os cristãos a batalharem pela paz: Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a

edificação de uns para com os outros.(Rm 14.19)

Por fim, vemos que o mundo clama nestes últimos dias por paz, paz diante dos problemas de violência, de guerras sucessivas, e de igual modo buscam uma paz interior, pois o homem em nenhuma outra época viveu um estado de medo e incerteza.

Mas em ambos casos esta paz que todos buscam não vira de outra forma a não ser da parte de Deus, lembremos das palavras do Senhor Jesus.

Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. (Jo 14.27).

A paz que o mundo oferece é apenas um período de aparente tranqüilidade, mas não é permanente e muito menos livra o homem de seus temores.

Mas a paz de Cristo é perfeita, nos dá tranqüilidade, alegria e forças, mesmo diante da

dificuldade.

Que Deus os abençoe

Colaboração para Portal Escola Dominical – Prof. Jair César S. Oliveira

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