Lição 11 - Os milagres de Eliseu

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Lição 11 - Os milagres de Eliseu I Plano de Aula

1º SLIDE INTRODUÇÃO

- Na sequência do estudo do ministério do profeta Eliseu, hoje analisaremos a maior parte dos milagres realizados por sua instrumentalidade.

- Os sinais no ministério de Eliseu evidenciam que o milagre é elemento indispensável para um ministério de restauração espiritual do povo de Deus.

2º SLIDE

- As Escrituras registram 14 milagres do profeta Eliseu, a saber (I):

1. Abriu o rio Jordão (II Rs.2:14)

2. Sarou as águas de Jericó (II Rs.2:22-23)

3. 42 adolescentes despedaçados por duas ursas (II Rs. 23:24)

4. Providenciou água a três reis e seus exércitos (II Reis 3:15, 16, 20)

5. Aumentou o azeite da viúva de um dos filhos dos profetas (II Rs. 4:6,7)

6. Ressuscitou o filho da sunamita (II Rs. 4:19,35)

7. Tirou a morte da panela (II Rs.4:41)

3º SLIDE

- As Escrituras registram 14 milagres do profeta Eliseu, a saber (II):

8. A multiplicação dos pães (II Rs.4:42-44)

9. Curou Naamã da lepra (II Rs. 5:14)

10.Colocou lepra de Naamã em Geazi, seu auxiliar (II Rs.5:27)

11. Fez flutuar um machado (II Rs.6: 6,7)

12. Cegou o siros (II Rs. 6:18)

13. Devolveu-lhes a visão (II Rs.6:20)

14. Depois de morto ressuscitou um defunto (II Rs.13:21).

4º SLIDE

- A intensidade dos milagres na vida do profeta Eliseu é uma demonstração inequívoca de que os milagres precisam acompanhar o ministério da restauração espiritual do povo de Deus.

- Esta quantidade de milagres era uma comprovação da resposta divina ao pedido de Eliseu para que tivesse “porção dobrada” do espírito de Elias, mas também é uma confirmação de que, em meio à apostasia, torna-se indispensável que a Palavra seja confirmada com sinais e maravilhas.

5º SLIDE

- Assim que o profeta Eliseu é confirmado como sucessor de Elias, já realiza um milagre, abrindo o rio Jordão e retornando em seco para a escola de profetas que havia em Jericó (II Rs.2:14).

- Ainda em Jericó, onde acompanhava com o mesmo zelo de seu antecessor os filhos dos profetas, Eliseu sarou as águas eram más e a terra, que era estéril (II Rs.2:18-22).

6º SLIDE

- Lições do milagre do sarar das águas e da terra em Jericó:

a) salva nova - para que haja verdadeira restauração espiritual, é indispensável que tomemos “coisas novas”, não se pode aproveitar de coisas advindas do pecado, da maneira vã de viver.

b) sal - somente se estivermos em verdadeira comunhão com o Senhor é que poderemos ser instrumentos de Deus para sarar as vidas das pessoas que nos cercam e fazer com que frutifiquem espiritualmente.

7º SLIDE

- Enquanto Eliseu caminhava de Jericó em direção a Betel, uns rapazes pequenos saíram da cidade, começando a zombar dele, dizendo: “sobe, calvo; sobe, calvo!”.

- Diante desta zombaria, o profeta virou-se para ele, amaldiçoou-os em o nome do Senhor, tendo, então, duas ursas saído do bosque e despedaçado quarenta e dois daqueles rapazes (II Rs.2:23,24).

8º SLIDE

Lições do milagre do despedaçamento de 42 adolescentes por uma ursa:

a) a apostasia cria gerações que não temem a Deus e cujo fim é a destruição

b) a insistência em se voltar contra Deus leva à morte

c) a restauração espiritual não pode conviver com pessoas que deliberadamente se negam a servir ao Senhor, que se entregam de corpo e alma à idolatria e aos desprezo ao sagrado.

9º SLIDE  II – ELISEU E OS MILAGRES QUE ENVOLVERAM O REI DE ISRAEL

- Jorão, assim que subiu no trono de Israel, resolveu recuperar Moabe e, de forma precipitada, aliado a Judá e a Edom, quis atacar os moabitas através do deserto de Edom. Após sete dias, os três exércitos não tinham água para beber.

- Jorão, então, ciente do grande erro que havia cometido, entendeu que o Senhor o estava punindo e que a derrota era iminente, pois, sem água, seriam alvo fácil do rei dos moabitas e de seu exército (II Rs.3:10).

10º SLIDE

- Josafá, rei de Judá, temente ao Senhor, não se desesperou. Ao contrário de Jorão, perguntou se não havia ali algum profeta do Senhor que pudesse ser consultado, e se anunciou que Eliseu, identificado então como um “servo de Elias”, estava ali (II Rs.3:11).

- Eliseu, em respeito a Josafá, pediu que lhe trouxessem um tangedor e adorou ao Senhor, que, então, lhe trouxe a palavra de que deveriam ser abertas covas, que se encheriam de água e os moabitas seriam derrotados, e tudo isto aconteceu  (II Rs.3:15-19).

11º SLIDE

- Lições do milagre da vinda das águas para as covas abertas no deserto de Edom:

a) Deus não admite que se venda a Sua imagem como de um “vingador destrutivo”

b) Deus é Deus de todas as nações e controla toda a natureza

- Com este milagre, Eliseu fica conhecido por toda a nação de Israel e de Judá como sucessor de Elias.

12º SLIDE

- Eliseu prosseguiu o seu caminho, sempre ligado às escolas dos profetas, e, em suas andanças, sempre passava por uma cidade chamada Sunem, da tribo de Issacar (Js.19:17,18) .

- Em virtude de seu porte e comportamento, foi identificado por uma mulher que vivia num local onde ele sempre se alimentava, como um “santo homem de Deus” (II Rs.4:9).

13º SLIDE

- Eliseu profetizou que aquela mulher conceberia e isto realmente ocorreu (II Rs.4:11-17). Um dia, porém, aquela criança adoeceu, com uma grande dor de cabeça e acabou por falecer.

- A mulher foi ao encontro de Eliseu que, depois de ter mandado, sem êxito, seu bordão para ressuscitá-lo por meio de seu moço Geazi, foi até Sunem, orou insistentemente a Deus e o menino reviveu. Graças a este milagre, após uma emigração, a mulher recuperou todos os seus bens (II Rs.8:1-6).

14º SLIDE

Lições do milagre da ressurreição do filho da sunamita:

a) por maior que seja o homem de Deus, quem faz a obra é o Senhor, não a fama ou o nome do homem de Deus

b) não há milagre sem oração insistente, sem humilhação diante de Deus

c) vicissitudes e provas presentes podem significar um trunfo para uma bênção futura.

15º SLIDE

- Através do testemunho de uma serva israelita, tomada como presa em uma das guerras contra Israel, Naamã, chefe do exército da Síria, ficou sabendo que havia um homem de Deus em Israel que poderia livrá-lo da sua lepra.

- Naamã se apresentou ao rei de Israel, Jorão e este, ao ler a carta vinda do rei da Síria, desesperou-se, pois entendia que aquela era apenas um pretexto para que houvesse nova guerra entre os dois países, que já estavam trocando “gentilezas bélicas”.

16º SLIDE

- Eliseu, ao saber do que estava ocorrendo, mandou uma mensagem ao rei Jorão que lhe mandassem Naamã.

- Eliseu, porém, nem foi à presença do comandante. Mandou um recado para que ele mergulhasse sete vezes no rio Jordão, que seria curado. Depois de uma indignação inicial, Naamã acabou indo até o Jordão, mergulhando sete vezes e sendo curado da sua lepra (II Rs.5:9-14).

17º SLIDE

- Profundamente agradecido, Naamã voltou até a casa do homem de Deus, querendo “pagar” o profeta que, entretanto, nada aceitou.

- Depois de despedido pelo profeta, Naamã é procurado por Geazi, que não resistiu à tentação das riquezas e tomou alguns bens do general sírio. O resultado foi que, ao retornar, o profeta lançou sobre ele a lepra de Naamã, tendo Geazi ficado leproso (II Rs.5:21-27).

18º SLIDE

Lições dos milagres da cura de Naamã e da imposição de lepra em Geazi (I):

a) precisamos testemunhar da presença de Deus no meio do Seu povo

b) a burocracia distorce a mensagem divina

c) a obra de Deus deve ser feita gratuitamente

19º SLIDE

Lições dos milagres da cura de Naamã e da imposição de lepra em Geazi(II):

d) a restauração espiritual jamais se fará se os instrumentos usados por Deus neste ministério cederem à tentação do vil metal

e) a restauração espiritual exige de cada um de nós que apartemos do meio do povo de Deus aqueles que apostatam da fé.

20º SLIDE

- O conflito entre Síria e Israel se acirrou a tal ponto que Bene-Hadade, rei da Síria, iniciou guerra contra os israelitas. O Senhor, então, mandou que Eliseu enviasse notícias ao rei de Israel, a fim de que os siros não fossem vitoriosos em suas estratégias.

-  Jorão atendeu aos conselhos do profeta e, por isso, os siros não tiveram êxito na campanha militar (II Rs.6:8-10).

21º SLIDE

- O rei da Síria mandou que Eliseu fosse capturado e trazido à sua presença.  Cumprindo a ordem do rei da Síria, um grande exército veio e cercou Dotã, onde estava Eliseu.

- O moço do homem de Deus desesperou-se com aquele cerco. Eliseu, porém, confiante em Deus, disse para o moço não temer e pediu ao Senhor que os olhos do moço fossem abertos, tendo, então, o moço visto um exército celestial, maior que o exército sírio, que estava a guardar a cidade (II Rs.6:14-17).

22º SLIDE

- Depois que o moço do profeta teve aquela visão, Eliseu orou ao Senhor para que cegasse os soldados sírios, uma vez eles tendo ido ao ataque e o Senhor atendeu ao pedido do profeta. Todo aquele exército foi ferido de cegueira (II Rs.6:18) e levado pelo profeta até Samaria.

- Chegando a Samaria, o profeta Eliseu faz outra oração e pede que fossem abertos os olhos daqueles soldados, quando estes já estavam dentro da cidade, sem condições de qualquer reação (II Rs.6:20).

23º SLIDE

- Jorão, rei de Israel, quis ferir os soldados mas Eliseu o impediu, mandando que os alimentasse e os despedisse em paz.

- Por causa desta atitude, cessou a guerra entre Síria e Israel.

24º SLIDE

Lições dos milagres da cegueira e da restituição da vista ao exército sírio que cercou Dotã:

a) o trabalho pela restauração espiritual do povo de Deus nos põe em uma batalha aberta contra o inimigo.

b) quem peleja pela causa do Senhor precisa ter visão espiritual.

c) para fazer a obra de Deus, é preciso termos comunhão contínua e atual para sabermos o que fazer no momento oportuno.

25º SLIDE  III – ELISEU E OS MILAGRES QUE ENVOLVERAM OS FILHOS DOS PROFETAS

- Além dos milagres realizados que envolveram o rei de Israel, Eliseu também fez milagres que envolveram os filhos dos profetas. A realização de milagres que envolveram os filhos dos profetas mostra:

a) o grande envolvimento de Eliseu com as escolas de profetas

b) a realização de sinais e prodígios é um elemento que fortifica a fé daqueles que já creem em Deus.

26º SLIDE

- Em Gilgal, Eliseu encontrou uma situação de crise, havia fome naquela terra, mas ensinava ali os filhos dos profetas.

- Eliseu, após tê-los ensinado, mandou ao seu moço que se pusesse uma panela grande ao lume e fosse feito um caldo de ervas para os filhos dos profetas (II Rs.4:38).

27º SLIDE

- Um dos filhos dos profetas, não muito preparado, acabou por colher uma capa cheia de coloquíntidas e a acrescentou no caldo que se fazia, pondo assim substâncias venenosas naquela refeição.

- Quando a refeição foi servida, notaram que havia tais substâncias venenosas e clamaram ao profeta. Eliseu, então, mandou que trouxessem farinha, jogou-a na panela e mandou que se tirasse de comer para o povo, e não havia mais a morte na panela(II Rs.4:38-41).

28º SLIDE

- Lições do milagre da retirada da morte da panela em Gilgal:

a) Deus está pronto a proteger os Seus servos da morte.

b) Os servos do Senhor precisam saber identificar o que pode matar os servos do Senhor

29º SLIDE

- Eliseu também promoveu, entre os filhos dos profetas, um milagre de multiplicação de pães. Veio um homem de Baal-Salisa e trouxe a Eliseu pães das primícias, vinte pães de cevada e espigas verdes na sua palha.

- Diante da situação de fome, Eliseu mostra compaixão e manda que aquela porção que lhe foi dada fosse distribuída entre cem homens, que foram alimentados e ainda houve sobejo conforme a palavra do profeta (II Rs.4:42-44).

30º SLIDE

Lições do milagre da multiplicação dos pães possivelmente em Gilgal:

a) Deus é provedor, não precisamos nos desesperar com as necessidades materiais que surgirão ao longo de nosso trabalho na obra do Senhor.

b) quando há comunhão com o Senhor, amor ao próximo e partilha, a multiplicação dos recursos acontece para a satisfação do povo de Deus.

31º SLIDE

- O último milagre a envolver os filhos dos profetas diz respeito à flutuação do ferro de um machado (II Rs.6:1-7), episódio ocorrido em uma habitação dos filhos dos profetas perto do rio Jordão, talvez Jericó.

- Os filhos dos profetas pediram autorização para Eliseu para aumentar o local onde estavam habitando e, em meio ao corte de madeira, o ferro de um machado emprestado de um dos filhos dos profetas se perdeu. Eliseu perguntou onde o ferro havia caído, sendo-lhe, então, indicado o lugar. Eliseu cortou um pau, lançou-o ali e fez flutuar o ferro. Mandou, então, que o filho do profeta o levantasse, estendesse a mão e o tomasse.

32º SLIDE

Lições do milagre da flutuação do ferro de um machado junto ao rio Jordão:

a) quando há o devido ensino da Palavra de Deus, uma vida de santificação e a realização de sinais e maravilhas,  a obra do Senhor cresce, inclusive numericamente.

b) o líder deve trabalhar juntamente com os liderados para o crescimento da obra de Deus.

c) Deus muda situações irreversíveis, desde que confessemos as nossas faltas e façamos a devida reparação que está ao nosso alcance.

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO

Lição 11 - Os milagres de Eliseu I

Os sinais no ministério de Eliseu evidenciam que o milagre é elemento indispensável para um ministério de restauração espiritual do povo de Deus.

INTRODUÇÃO

- Na sequência do estudo do ministério do profeta Eliseu, hoje analisaremos a maior parte dos milagres realizados por sua instrumentalidade.

- Os sinais no ministério de Eliseu evidenciam que o milagre é elemento indispensável para um ministério de restauração espiritual do povo de Deus.

I – O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE ELISEU FOI MARCADO POR MILAGRES

- Na sequência do estudo do ministério do profeta Eliseu, hoje estudaremos a maior parte dos milagres por ele realizados. Conforme vimos na lição anterior, as Escrituras registram 14 milagres do profeta Eliseu, a saber:

Milagres de Eliseu

1. Abriu o rio Jordão (II Rs.2:14)

2. Sarou as águas de Jericó (II Rs.2:22-23)

3. 42 adolescentes despedaçados por duas ursas (II Rs. 23:24)

4. Providenciou água a três reis e seus exércitos (II Reis 3:15, 16, 20)

5. Aumentou o azeite da viúva de um dos filhos dos profetas (II Rs. 4:6,7)

6. Ressuscitou o filho da sunamita (II Rs. 4:19,35)

7. Tirou a morte da panela (II Rs.4:41)

8. A multiplicação dos pães (II Rs.4:42-44)

9. Curou Naamã da lepra (II Rs. 5:14)

10.Colocou lepra de Naamã em Geazi, seu auxiliar (II Rs.5:27)

11. Fez flutuar um machado (II Rs.6: 6,7)

12. Cegou o siros (II Rs. 6:18)

13. Devolveu-lhes a visão (II Rs.6:20)

14. Depois de morto ressuscitou um defunto (II Rs.13:21).

- Na lição 8, já falamos a respeito do primeiro milagre de seu ministério, que foi a abertura do rio Jordão e, na lição anterior, estudamos o quinto milagre, que foi a multiplicação do azeite da viúva. Nesta lição, estudaremos nove milagres do profeta, uma vez que o seu último milagre, realizado postumamente (ou seja, depois de morto), será estudado na lição 13.

- A intensidade dos milagres na vida do profeta Eliseu é uma demonstração inequívoca de que os milagres precisam acompanhar o ministério da restauração espiritual do povo de Deus. Se é verdade que esta quantidade de milagres era uma comprovação da resposta divina ao pedido de Eliseu para que tivesse “porção dobrada” do espírito de Elias, também é uma confirmação de que, em meio à apostasia, torna-se indispensável que a Palavra seja confirmada com sinais e maravilhas.

- Em nossos dias, em que temos uma apostasia generalizada entre os que cristãos se dizem ser, é absolutamente necessário que peçamos a Deus o mesmo que foi pedido por Eliseu, ou seja, “porção dobrada”, para que venhamos a confirmar a Palavra com sinais e prodígios, arrebatando, assim, muitos do fogo do inferno (Jd.23). Para tanto, é imprescindível que vivamos uma vida de santificação e de busca do poder de Deus, algo que, lamentavelmente, tem faltado em nossos dias.

- Assim que o profeta Eliseu é confirmado como sucessor de Elias, como vimos na lição 8, ele já realiza um milagre, abrindo o rio Jordão e retornando em seco para a escola de profetas que havia em Jericó, o que foi testemunhado por cinquenta dos filhos dos profetas, que, assim, deram autenticidade à sucessão determinada pelo Senhor no papel que até então era desempenhado por Elias em Israel (II Rs.2:14,15).

- Mas, para que a realidade da sucessão não ficasse apenas no testemunho daqueles cinquenta filhos de profetas, o Senhor propiciou uma situação para que todos os filhos de profeta de Jericó pudessem verificar que sobre Eliseu repousava o Espírito de Deus, que ele era o continuador do ministério de Elias.

- Ainda em Jericó, onde acompanhava com o mesmo zelo de seu antecessor os filhos dos profetas, Eliseu veio a saber que a habitação daquele lugar era boa, mas que as águas eram más e a terra, estéril, o que tornava a região inóspita, ou seja, sem condições para poder abrigar ali a escola de profetas.

- Já dissemos, em lição anterior, que o fato de Elias ter aberto uma escola de profetas em Jericó era de uma visão extraordinária. Edificada nos dias de Acabe, a “cidade maldita” precisava ter a presença de servos do Senhor ali, para que não se tornasse um centro contrário à vontade do Senhor. Elias tinha, deste modo, procurado impedir que a ausência de servos do Senhor fosse um fator a mais para a proliferação da idolatria em Israel.

- Esta mesma visão precisamos ter em nossos dias. Lamentavelmente, são poucos os que, na atualidade, em meio à criação de vilas, bairros e cidades têm se preocupado em, logo no limiar de tais habitações, providenciar que ali haja uma porta para a pregação do Evangelho. Num mundo em que a Igreja dia a dia está mais encurralada pelo aumento da iniquidade, é inconcebível que se ausente de certos locais, que não queira marcar presença em certos ambientes. Tenhamos a visão missionária de Elias!

- No entanto, o local escolhido para sediar esta escola que, naturalmente, não poderia ser dos melhores, vez que Jericó foi edificada sob os auspícios de Acabe e de Jezabel, que não iriam mesmo beneficiar o culto ao Senhor. Diante da questão levantada pelos filhos dos profetas, Eliseu pediu que lhe trouxessem uma salva nova e que, nela, pusessem sal. Recebida a salva com sal, o profeta, então, saiu ao manancial das águas e deitou sal nele, dizendo uma palavra profética a respeito das águas, que foram saradas e não deixando mais a terra estéril, o que se verificou a partir de então.

- Em Jericó, o lugar da maldição, o profeta, então, sarou as águas e a terra se tornou fértil, mediante o uso de sal numa salva nova. Eliseu, assim, mostrava a continuidade do ministério de Elias, o ministério de restauração espiritual, trazendo vida e fertilidade para os filhos dos profetas que haviam aceitado morar em Jericó. Se o governo de Acabe havia reedificado a cidade, era o homem de Deus quem trazia vida e abundância para aquela terra.

- Neste milagre, também, vemos uma figura do ministério espiritual que devemos desempenhar na dispensação da graça, já que a realidade do tempo da lei é sombra da imagem exata das coisas (Hb.10:1). O profeta pediu, por primeiro, uma salva nova. Isto nos remete ao ensino do Senhor Jesus, segundo o qual não se pode pôr vinho novo em odres velhos (Mt.9:17; Mc.2:22; Lc.5:37).

- Para que haja verdadeira restauração espiritual, é indispensável que tomemos “coisas novas”, ou seja, não é possível que queiramos ter uma verdadeira restauração espiritual aproveitando de coisas advindas do pecado. A restauração espiritual exige um rompimento com as coisas velhas, temos de ser “novas criaturas”, temos de deixar para trás as coisas que fazíamos no pecado e partir para uma “nova realidade”, uma realidade em Cristo Jesus.

- Lamentavelmente, muitos querem fazer uma restauração espiritual aproveitando aquilo que praticavam ou faziam na vida velha, o que é totalmente impossível. A vida com Cristo exige que morramos para o mundo, sem o que não teremos uma vida verdadeira (Gl.6:14). Temos de deixar as coisas que para trás ficam (Fp.3:13). Um dos elementos que levou à paganização do Cristianismo foi, precisamente, o de que querer “aproveitar” práticas pagãs, cristianizando-as, como se isto fosse ser vantajoso para a aceitação da fé pelos incrédulos, mas cujo resultado foi a criação de um cristianismo apóstata, como vemos em nossos dias. Aprendamos com Eliseu: tenhamos uma salva nova!

- Mas, além da salva nova, o profeta Eliseu mandou que nela fosse colocado sal. O sal é símbolo da presença de Deus que modifica o homem e a sociedade. Os sacrifícios que eram levados aos sacerdotes, na antiga aliança, precisavam sempre ser apresentados com sal (Lv.2:13; Nm.18:19). O Senhor Jesus disse que os salvos são “sal da terra” (Mt.5:13).

- O sal tem algumas propriedades que explicam este simbolismo das Escrituras. Ele conserva os alimentos, dá sabor, quebra a resistência do gelo, ajuda a cicatrização de feridas. A presença de Deus tem este condão de nos conservar em santidade, de fazer com que sejamos agentes transformadores do ambiente à nossa volta, de evitar que entremos em frieza espiritual e de nos dar saúde espiritual, reprimindo os males e as condutas que poderiam nos distanciar da vontade divina.

- Para que as águas fossem curadas e a terra se torna fértil, ou seja, produzisse frutos, o profeta Eliseu se utilizou do sal. Somente se estivermos em verdadeira comunhão com o Senhor é que poderemos ser instrumentos de Deus para sarar as vidas das pessoas que nos cercam e fazer com que frutifiquem espiritualmente, atingindo, assim, o propósito primeiro de Deus para com o homem (Gn.1:28).

- Sem salva nova e sem sal não poderemos jamais tornar o “lugar da maldição” em “lugar de bênção”. Precisamos deixar a maneira vã de se viver e estar em plena comunhão com o Senhor para que sejamos verdadeiros “filhos de Abraão”, não só abençoando quem está à nossa volta, mas também sendo nós mesmos uma bênção (Gn.12:2 “in fine”).

- Depois de fazer este milagre em Jericó, Eliseu vai a Betel, outro local em que havia estado na última peregrinação com o profeta Elias. Eliseu faz como que o caminho contrário, o caminho inverso, num itinerário traçado pelo próprio Deus para mostrar a todos que Eliseu havia sucedido a Elias, que era o continuador de seu ministério.

- Esta característica mostra-nos, claramente, que o bom líder é alguém que procura se inteirar do que está a ocorrer, que vai ao encontro dos seus liderados. Eliseu, uma vez consolidado como sucessor de Elias, tratou de ir ao encontro dos filhos dos profetas, para averiguar a situação em que se encontravam, para dar continuidade ao trabalho iniciado por Elias. Um bom líder continua o que estava sendo feito, não faz “tabula rasa” do esforço de seu antecessor.

- Esta preocupação de Eliseu em visitar os filhos dos profetas é também uma indicação bíblica de que Elias tinha, em seu ministério, como ponto importante a manutenção das escolas dos profetas, circunstância que iremos estudar na próxima lição. Não há restauração espiritual possível sem que haja estudo e meditação na Palavra de Deus.

- Entretanto, enquanto Eliseu caminhava em direção a Betel, uns rapazes pequenos saíram da cidade, começando a zombar dele, dizendo: “sobe, calvo; sobe, calvo!”. Diante desta zombaria, o profeta virou-se para ele, amaldiçoou-os em o nome do Senhor, tendo, então, duas ursas saído do bosque e despedaçado quarenta e dois daqueles rapazes (II Rs.2:23,24).

- À primeira vista, tem-se na narrativa deste episódio um choque. Por que um homem de Deus amaldiçoaria adolescentes e, por causa disso, houve a morte de 42 deles? Não seria isto um contrassenso, não estaríamos diante de mais uma demonstração da “crueldade divina” do Antigo Testamento? Não é Eliseu o fomentador da restauração espiritual do povo? Não significa seu nome “Deus é salvação”? Como compatibilizar o homem que sara as águas e torna a terra fértil para os filhos dos profetas com o que amaldiçoa e mata mais de quarenta “inocentes”?

- Temos aqui a mesma situação que encontramos no ministério de Elias, quando fogo do céu consome cento e dois soldados e que analisamos no apêndice nº 1 deste trimestre, cuja leitura recomendamos aos amados.

- Eliseu havia acabado de realizar se segundo milagre e tornado plenamente possível que os filhos dos profetas habitassem em Jericó, o lugar da maldição. Uma tamanha obra não ficaria sem a reação das forças do mal. Não devemos nos esquecer de que vivemos, neste mundo, em constante batalha contra as hostes espirituais da maldade (Ef.6:12) e não haveria de ser diferente com o profeta Eliseu.

- Eliseu parte de Jericó com destino a Betel. Estava “subindo”, expressão nitidamente geográfica, mas que também não pode deixar de ser aplicada espiritualmente. Quando estamos em “subida” na vida espiritual, não demorará para que surjam obstáculos, impedimentos, para que se levantem forças malignas para tentar nos retirar de nosso foco, de nosso alvo, que é o de fazer a obra de Deus, de nos aproximarmos cada vez mais do Senhor, de realizarmos a Sua vontade.

- Aqueles “rapazes pequenos” que surgiram no caminho estavam em um bom número, eram pessoas que haviam sido criadas sem o temor de Deus, fruto da apostasia reinante naqueles dias em Israel. O texto deixa-nos em dúvida se os rapazes eram de Betel ou de Jericó. Tanto num caso quanto noutro, eram cidades que haviam se tornado em verdadeiros centros apóstatas, seja pelo fato de a reedificação de Jericó ser uma verdadeira afronta ao Senhor, seja pelo fato de Betel ser a principal sede do culto alternativo implantado por Jeroboão.

- Aqueles “rapazes pequenos” era o protótipo de uma geração criada sem Deus, de uma geração que foi educada sem os princípios divinos, uma geração que era o resultado, o fruto de uma vida espiritual desregrada como os israelitas estavam a viver. Tanto assim é que, em sua zombaria, atacaram nada mais, nada menos que o homem de Deus, o representante do Senhor entre os israelitas. Não se tratava de pessoas “inocentes”, mas, sim, de pessoas “insolentes”, desrespeitadoras de Deus, pessoas que haviam aderido a um total desprezo ao sagrado e ao divino.

- Como havia os filhos dos profetas, que decidiram servir ao Senhor, havia, também, estes “rapazes pequenos” que, em oposição, resolveram adotar um estilo de vida contrário à vontade de Deus, de desrespeito, desconsideração. Infelizmente, não é isto que temos visto em grande parte da juventude que cristã se diz ser? “…Muitos deles estão irreconhecíveis como cristãos que deveriam ser e postura firme que deveriam ter. Negam a fé e a aliança que fizeram com seu Deus e assim o traem dizendo sim para o mundo, isto é, às obras do mundo.…” (FRANCISCO NETO. Juventude evangélica em crise. 03 jan. 2013. Disponível em: http://wwwteologiavivaeeficaz.blogspot.com.br/2013/01/juventude-evangelica-transviada.html Acesso em 04 jan. 2013).

- O fato de serem saído em meio ao caminho para insultarem o homem de Deus revela bem a escolha que haviam feito. Não viviam em ambiente familiar, mas, em “bando”, andavam pelas redondezas. Isto mostra que tinham uma vida indisciplinada, sem honra aos pais e, naturalmente, sem honra aos mais velhos.

- O fato de terem insultado o homem de Deus, fazendo zombaria de uma característica sua, que era a calvície, mostra, também, que não tinham temor ao Senhor, que preferiam zombar de quem servisse a Deus a temer ao Senhor. É de se notar que os rapazes eram insistentes e seguiam o profeta em seu caminho.

- O profeta os amaldiçoou, porque eles não tinham tido nenhum respeito ou consideração, mostraram-se empedernidos para com o homem de Deus, apesar de tudo quanto Deus já havia feito tanto pelas mãos de Elias quanto de Eliseu. Eram pessoas com coração endurecido. Não se tratava de crianças que não sabiam discernir o bem do mal, mas de pessoas que, tendo a devida consciência, haviam deliberadamente escolhido o caminho do desafio e do desrespeito ao Senhor.

- O resultado disso foi que duas ursas saíram do bosque e mataram quarenta e dois daqueles “rapazes pequenos”. Há quem veja o fato de estarem os “rapazes pequenos” perto de um bosque mais um indicador de que se tratava de pessoas que cultuavam os ídolos, pois estavam próximos a um bosque que seria dedicado ao culto a Baal (cfr. I Rs.16:33). Assim, poderiam até ser pessoas envolvidas com a prostituição cultual própria do culto a este deus.

- Explica-se, pois, plenamente a atitude tomada por Eliseu. A restauração espiritual não pode conviver com pessoas que deliberadamente se negam a servir ao Senhor, que se entregam de corpo e alma à idolatria e aos desprezo ao sagrado. Assim como os profetas de Baal e de Asera tiveram de ser mortos após o desafio do Carmelo, aqueles “rapazes pequenos” também não poderiam ser mantidos vivos no meio do povo de Israel. Não é Deus que é cruel, mas foram aqueles mesmos “rapazes pequenos” que selaram seu destino ao se recusarem a servir ao Senhor.

- Eliseu seguiu o seu caminho. Virou-se para trás, amaldiçoou os rapazes e continuou a sua “subida”. Também devemos agir desta maneira ante as investidas malignas que procuram impedir nosso crescimento espiritual. Temos de prosseguir nossa jornada e deixar que o Senhor nos livre de todo o mal. Aliás, é este um dos pedidos que temos de fazer ao Senhor diariamente: a nossa proteção e livramento do mal (cfr. Mt.6:13).

- Eliseu, então, de Betel partiu para o monte Carmelo, onde parece também ter sido montada uma escola dos profetas, no local onde o Senhor mostrou ao povo, através de Elias, que só o Senhor era Deus e dali partiu para Samaria, a capital do reino (II Rs.2:25).

II – ELISEU E OS MILAGRES QUE ENVOLVERAM O REI DE ISRAEL

- Eliseu voltaria a aparecer no cenário da história de Israel na guerra entre Israel, Edom e Judá contra Moabe, já no reinado de Jorão, irmão de Acazias e outro filho de Acabe, que havia subido ao trono diante da morte de Acazias, conforme fora profetizado por Elias (II Rs.1:17,18).

- Moabe havia se rebelado contra Israel após a morte de Acabe (II Rs.1:1) e tal circunstância não fora revertida por Acazias em seu curto reinado, motivo por que Jorão, assim que se subiu no trono, resolveu reverter tal situação, pedindo, para isso, a ajuda tanto de Josafá, rei de Judá e que havia se aliado com Acabe, e o rei de Edom, com quem havia feito também aliança (II Rs.3:4-9).

- Jorão, apesar de ser um rei ímpio, tinha um pouco mais de temor ao Senhor do que seu irmão Acazias, tanto que, assim que subiu ao trono, retirou a estátua de Baal que Acabe fizera (II Rs.3:2), conquanto tenha mantido intacto o culto aos bezerros de ouro implantado por Jeroboão (II Rs.3:3).

- Jorão, tudo indica, foi precipitado em sua investida contra Moabe, tanto que, quando os três exércitos iniciaram a sua marcha, após sete dias de caminhada, houve falta de água, não havendo onde poderia ela ser encontrada, pois estavam em pleno deserto de Edom, o caminho que havia sido escolhido pelo próprio Jorão para fazer o ataque (II Rs.3:8).

- Jorão, então, ciente do grande erro que havia cometido, entendeu que o Senhor o estava punindo e que a derrota era iminente, pois, sem água, seriam alvo fácil do rei dos moabitas e de seu exército (II Rs.3:10).

- Josafá, porém, que era um rei temente ao Senhor, não se desesperou. Ao contrário de Jorão, perguntou se não havia ali algum profeta do Senhor que pudesse ser consultado, e um dos servos do rei de Israel, então, anunciou que estava no meio do exército Eliseu, identificado então como um “servo de Elias” (II Rs.3:11).

- Josafá, porém, mostrando que tinha melhor conhecimento das coisas de Deus, mesmo as que aconteciam no reino de Israel e não no seu reino, que era o de Judá, foi enfático ao afirmar que com Eliseu estava a palavra do Senhor e, em virtude disto, os três reis foram consultar a Eliseu.

- Eliseu fora anonimamente entre os soldados daqueles três exércitos, certamente por orientação divina. Não sabia o que iria acontecer, mas o fato é que, obediente à voz do Senhor, estava pronto e preparado para ser um instrumento de Deus no momento da dificuldade. Se quisermos ser instrumentos de Deus no combate à apostasia, na restauração espiritual de muitos que cristãos se dizem ser, é imprescindível que estejamos sempre prontos e preparados para sermos usados nas mãos de Deus, o que significa ir com a multidão que está caminhando para a perdição. Compreendamos bem: Eliseu estava no meio dos soldados, mas não era um deles. Temos de estar no meio dos que estão indo para a perdição, mas não somos um deles. Como disse o Senhor Jesus: estamos no mundo mas não somos dele (Jo.17:11,15,16).

- Eliseu fora anonimamente, mas era conhecido de alguns. Lembremo-nos, amados irmãos, que nosso testemunho deve ser irrepreensível, pois, mesmo sem sabermos, as pessoas estão a olhar para nossas atitudes, para a nossa conduta, bem sabendo quem somos, embora, muitas vezes, não sabemos quem elas são. Um dos servos do rei de Israel reconheceu Eliseu e, no momento da dificuldade, indicou que ele poderia ajudar na situação.

- Para que possamos ser usados no momento oportuno como Eliseu, é preciso que sigamos a orientação do apóstolo Pedro, que nos manda estar sempre preparados para responder com mansidão e temor a razão da esperança que há em nós. Como deve ser esta preparação? O apóstolo nos ensina: santificando-nos a Cristo, como Senhor, em nossos corações, sendo zelosos do bem, ainda que, para tanto, tenhamos de padecer por amor da justiça (I Pe.3:13-15). Temos feito isso?

- Naturalmente, como comandante daquela aliança, o rei Jorão se dirigiu ao profeta Eliseu, mas o profeta foi, uma vez mais, um homem comprometido com a restauração espiritual de seu povo. Disse ao rei que nada tinha com ele e que deveria ele consultar os profetas de Baal e de Asera, os “profetas de seu pai e os profeta de sua mãe” (II Rs.3:13). Jorão identificou esta resposta como mais uma certeza de que o Senhor o estava punindo, que queria a morte daqueles três exércitos (II Rs.3:13).

- Neste instante, porém, Eliseu não quis chancelar aquele “derrotismo fatalista” do rei Jorão, um comportamento característico de quem apostata da fé. É aquele sentimento de impotência que se alia a um de desesperança. É um sentimento que o inimigo de nossas almas procura incutir naqueles que fraquejam na fé, que se distanciam de Deus. Entretanto, nós, assim como Eliseu, não podemos permitir que tal sentimento tome conta dos corações daqueles que tropeçaram ao longo do caminho. Nossa missão é dar esperança a estas pessoas, dizer-lhes que se elas se levantarem e forem ao encontro do Senhor, Ele está pronto a lhes perdoar e dar um recomeço, assim como o Senhor Jesus nos ensinou na parábola do filho pródigo.

- Eliseu não poderia permitir que Jorão “vendesse” a imagem de Deus como de uma divindade vingativa e destruidora. Não, não e não! Eliseu, repetindo as mesmas palavras de Elias (“Vive o Senhor dos Exércitos, em cuja presença estou”), disse que, em respeito a Josafá, rei de Judá, é que estava olhando e vendo Jorão. Deus era Deus da vida, Deus da esperança, Deus do livramento e isto o profeta diz, com convicção, que provaria ao rei de Israel.

- Vemos aqui que Eliseu exercita a sua fé. Até aquele momento, o Senhor não havia lhe dado estratégia alguma, não lhe havia dito o que deveria ele fazer, mas, como estava ali no meio dos soldados por orientação divina e, mais do que isto, como não poderia deixar que a imagem de divindade destruidora fosse atribuída ao Senhor, em seu zelo, confiando que o Senhor lhe responderia e mudaria aquele quadro irreversível, pediu que lhe trouxessem um tangedor. Eliseu buscou louvar a Deus para ter uma palavra da parte do Senhor.

- Eliseu ensina-nos algo que, certamente, aprendera com Elias: é necessário que invoquemos a presença do Senhor, que busquemos a Sua presença para termos orientação e direção em nossas vidas. Para que encontremos o Senhor, é necessário que O busquemos. Temos buscado a Deus? A restauração espiritual depende da busca da presença de Deus por parte daqueles que ainda tem comunhão com Ele.

- Em nossos dias, muito se fala em avivamento, em renovação espiritual, em restauração, mas os que ainda estão firmes não estão a buscar decididamente ao Senhor. É tempo de buscarmos a Deus, é tempo de deixarmos o discurso e as estratégias da mente humana e passarmos a invocar o nome do Senhor. Os descendentes de Sete são chamados de “filhos de Deus” porque haviam se caracterizado por invocar o nome do Senhor (Gn.4:26; 6:2).

- Quando o tangedor começou a tanger seu instrumento e Eliseu a invocar o nome do Senhor, adorando e louvando a Deus, a mão do Senhor veio sobre o profeta e Eliseu profetizou mandando que se fizessem naquele vale muitas covas, pois, mesmo sem vento e sem chuva, o vale se encheria de tanta água que dela beberiam não só os soldados mas o gado e os animais e, como se isto fosse pouco, também os moabitas seriam entregues nas mãos dos três exércitos coligados (II Rs.3:15-19).

- Assim como Eliseu profetizou, ocorreu no dia seguinte, quando, pela manhã, na hora da oração, a terra se encheu de água. É oportuno dizer que os três exércitos creram na palavra do profeta, tanto que abriram as covas como se lhes foi mandado.

- Aquelas águas não só serviram para o consumo dos três exércitos, mas foram vistas pelos moabitas como “águas vermelhas”, ou seja, como sangue, o que levou os moabitas a achar que os três exércitos haviam se dizimado entre si e os levou a irem até o deserto unicamente para tomar os despojos, totalmente despreparados para a batalha, ocasião em que foram exterminados pelos exércitos coligados, que, conforme a palavra profética, arrasou as cidades dos moabitas. O rei de Moabe, entretanto, sacrificou seu filho primogênito, em ritual a seu deus, a fim de obter livramento e tal gesto indignou os israelitas que se retiraram de Moabe sem fazer a destruição final daquele reino.

- Eliseu fizera-se, pois, conhecido das autoridades tanto de Israel, quanto de Judá, e até de Edom, não como apenas “o servo de Elias”, mas, sim, como “o sucessor de Elias”. Era esta guerra uma ocasião que Deus criara para sedimentar a imagem de Eliseu como o novo homem de Deus, como o responsável pela restauração espiritual do povo.

- Eliseu prosseguiu o seu caminho, sempre ligado às escolas dos profetas, e, em suas andanças, sempre passava por uma cidade chamada Suném, da tribo de Issacar (Js.19:17,18) e, em virtude de seu porte e comportamento, foi identificado por uma mulher que vivia num local onde ele sempre se alimentava, como um “santo homem de Deus” (II Rs.4:9). Não é possível termos um ministério de restauração espiritual se nosso testemunho não for irrepreensível.

- Aquela mulher comentou isto a seu marido e o resultado foi de que fizeram para ele um quarto onde ele se hospedava quando por ali passava. Eliseu, demonstrando ter compaixão e amor ao próximo, diante de tanto cuidado, indagou de seu moço, Geazi (e a existência deste moço mostra, desde logo, o interesse de Eliseu em ter seguidores para este ministério de restauração), o que se poderia fazer por aquela mulher, tendo, então, Geazi dito ao profeta que ela não tinha filhos. Por isso, Eliseu profetizou que ela conceberia e isto aconteceu, tendo, então, a mulher gerado um filho (II Rs.4:11-17).

- Um dia, porém, aquela criança adoeceu, com uma grande dor de cabeça, sendo levado por seu pai até sua mãe, sendo que, ao meio dia, o menino morreu. Aquela mulher, então, foi atrás do profeta Eliseu, que se encontrava no monte Carmelo, profeta que havia tido a revelação divina de que algo estava a ocorrer com aquela mulher, mal este que o Senhor não identificara ao Seu profeta.

- A mulher, então, contou ao profeta a respeito da morte do menino, dizendo que não lhe havia pedido filho algum. Eliseu, então, retirou o seu bordão e deu a Geazi, mandando que ele fosse até onde estava o menino para que o menino ressuscitasse.

- Como dizia a respeito o saudoso pastor Walter Marques de Melo (1933-2012), temos aqui mais uma fragilidade de Eliseu. No início de seu ministério, entendera que a capa de Elias, por si só, era capaz de abrir o rio Jordão. Agora, já reconhecido como sucessor de Elias, achava que simplesmente o seu bordão poderia restituir a vida ao menino. Afinal de contas, Elias havia ressuscitado o filho da viúva de Sarepta e tinha Eliseu “porção dobrada” do espírito de Elias…

- O moço Geazi também se entusiasmou com a ideia. Também achou que, de posse do bordão de Eliseu, poderia, como dizia o saudoso pastor Walter, “fazer miséria”, quem sabe iniciar um profícuo ministério de milagres.

- Entretanto, Eliseu tinha de aprender a lição de que era Deus quem operava, não ele. Ele era um “santo homem de Deus”, mas apenas um homem. Deus era o dono da vida, havia muita importância em que aquela mulher, serva de Deus, reconhecesse, num período de apostasia, que Deus podia dar de novo a vida ao seu filho, mas era indispensável que tudo se fizesse como Deus queria. É uma importante lição para todos aqueles que o Senhor tem usado com os dons espirituais na atualidade.

- É interessante observar que, embora Eliseu tenha mandado Geazi ir até onde estava o menino, a mulher não saiu dos pés do profeta. A mulher tinha mais senso espiritual que o profeta e seu moço, apesar de, naquele tempo, não ter o Espírito Santo, que repousava apenas no profeta. Isto também nos dá uma preciosa lição: não devemos subestimar as pessoas, devemo-las considerar superiores a nós mesmos (Fp.2:3).

- Diante do fracasso de Geazi, o profeta teve de ir pessoalmente, na companhia da mulher sunamita, até a casa da mulher, mais precisamente no quarto onde se hospedava quando ia a Sunem, pois ali a mulher havia posto o menino. Eliseu, então, fechou a porta do quarto e ali se humilhou na presença do Senhor, reconhecendo a soberania divina, de que o Senhor opera quando, como e onde quer.

- Foi uma oração insistente. Eliseu fez como aprendera com Elias, deitando-se sobre o menino e fazendo como que uma respiração boca a boca no menino, mas o que conseguiu apenas foi o aquecimento do corpo do menino. Eliseu então passeou pela casa, em insistente oração, voltou para o quarto, novamente se estendeu sobre ele e, então, o menino espirrou sete vezes e abriu os olhos, tendo, então, o profeta entregado a criança, ressuscitada, à sua mãe, a quem chamou para entregar-lhe no seu quarto. A mulher prostrou-se diante do profeta, tomou seu filho e saiu, tendo o profeta simplesmente retornado para o Carmelo (II Rs.4:29-37).

- Eliseu mostrava-se como um homem de oração, mostrava àquela mulher que era, verdadeiramente, um “santo homem de Deus”, mas que o homem de Deus precisa da orientação divina, precisa do suprimento divino. Aquela mulher, a exemplo da viúva de Sarepta, reconheceu que Deus era soberano, o dono da vida e o profeta, retornando à sua insignificância, fez o seu maior milagre, mas depois de ter, também ele, reconhecido que Deus é soberano, que não está à nossa disposição e, sim, nós é que devemos estar à disposição d’Ele.

- Mas alguém poderá dizer: que tem a ver este milagre com o rei de Israel, já que estamos a falar de milagres que se relacionam com o rei de Israel? É que esta ressurreição foi o elemento que fez com que aquela mulher sunamita, anos depois, pudesse reaver todos os seus bens. Com efeito, a Bíblia nos diz que, anos depois, o profeta Eliseu mandou que a mulher sunamita emigrasse, pois haveria grande fome na terra de Israel. A mulher prontamente atendeu ao mandado do profeta e foi com seu filho para fora de Israel. Ao retornar, porém, seus bens haviam sido tomados e quando foi à presença do rei para reivindicá-los, lá estava Geazi, que acabara de contar ao rei a respeito do milagre da ressurreição do filho da sunamita e, por conta deste milagre, o rei determinou que tudo fosse restituído para aquela mulher. Entendemos, assim, porque Deus permitira aquele episódio, pois era uma provisão para que, no futuro, aquela mulher não ficasse desamparada de seus bens (II Rs.8:1-6).

- Um terceiro milagre relacionado com o rei de Israel, ainda que indiretamente, é a cura de Naamã, o chefe do exército da Síria, que era leproso. Através do testemunho de uma serva israelita, tomada como presa em uma das guerras contra Israel, Naamã ficou sabendo que havia um homem de Deus em Israel que poderia livrá-lo da sua lepra.

- O testemunho daquela serva é admirável. Sendo uma simples escrava, estrangeira, não deixou de querer o bem para o seu senhor e deu esta notícia à sua senhora, que a transmitiu a seu marido. Naamã creu naquela palavra e disse ao rei que, então, mandou que ele fosse até Samaria, a fim de ser curado da lepra.

- A burocracia, entretanto, distorceu a mensagem daquela menina. Ela dissera que havia um homem de Deus em Samaria, mas o comandante do exército e o rei da Síria entenderam que era o rei de Israel quem promoveria tal cura. Em vez de verem a qualidade de “homem de Deus”, preferiram confiar em títulos e posições. Quantos não agem deste modo em nossos dias? A burocracia eclesiástica está aí distorcendo a simplicidade da mensagem do Evangelho…

- Naamã se apresentou ao rei Jorão e este, ao ler a carta vinda do rei da Síria, desesperou-se, pois entendia que aquela era apenas um pretexto para que houvesse nova guerra entre os dois países, que já estavam trocando “gentilezas bélicas”. Afinal de contas, estava diante dele nada mais, nada menos que Naamã, o comandante do exército sírio, o grande campeão das batalhas do exército da Síria.

- Eliseu, no entanto, ficou a saber do que estava ocorrendo e mandou uma mensagem ao rei Jorão que lhe mandassem Naamã. Notamos aqui a coerência do profeta: mesmo tendo sido orientado por Deus para agir neste caso, Eliseu não foi até o palácio, pois, como dissera no episódio do milagre das águas no deserto de Edom, não reconhecia legitimidade em Jorão para devotar-lhe respeito.

- O profeta, ainda, mostrou, uma vez mais, a dureza de coração de Jorão. Mesmo diante do grande milagre ocorrido na guerra contra Moabe, o rei israelita não havia aprendido a confiar em Deus. Entrou em desespero, manteve a sua atitude do “derrotismo fatalista”, rasgando suas vestes, mas não reconhecendo que havia profeta em Israel, que Deus estava pronto a ajudar. Por isso, mandou que Naamã fosse ao seu encontro, pois o objetivo era mostrar que havia profeta em Israel (II Rs.5:5:5-8).

- Eliseu, porém, nem foi à presença do comandante. Mandou um recado para que ele mergulhasse sete vezes no rio Jordão, que seria curado. Tamanho desdém deixou Naamã indignado, pois achou que deveria ser tratado com consideração devida ao seu cargo, estava ainda impregnado da “mentalidade burocrática”. No entanto, Naamã tinha uma excelente qualidade para um líder: sabia ouvir os seus liderados. Por isso, acabou indo até o Jordão, mergulhando sete vezes e sendo curado da sua lepra (II Rs.5:9-14).

- Profundamente agradecido, Naamã voltou até a casa do homem de Deus, querendo “pagar” o profeta que, entretanto, nada aceitou. Temos aqui uma linda demonstração de que jamais podemos mercadejar os dons que Deus nos dá. Não podemos nos curvar a Mamom, sendo servos do Senhor, porque, como nos ensinou o Senhor Jesus, não podemos servir a estes dois senhores: ou se se serve a Deus, ou se serve ao dinheiro, a Mamom (Mt.6:24). Descobrimos aqui porque o ministério de muitos que foram tremendamente usados pelo Senhor fracassou de forma retundante: porque deixaram de servir a Deus em troca do “vil metal”. Tomemos cuidado, amados irmãos!

- A restauração espiritual jamais se fará se os instrumentos usados por Deus neste ministério cederem à tentação do vil metal, passarem a amar o dinheiro, a raiz de toda a espécie de males (I Tm.6:10). O amor do dinheiro promove a apostasia. Como, pois, poderemos combatê-la se não fugirmos destas coisas e seguirmos a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência e a mansidão (I Tm.6:11)?

- Depois de despedido pelo profeta, Naamã é procurado por Geazi, que não resistiu à tentação das riquezas e tomou alguns bens do general sírio. O resultado foi que, ao retornar, o profeta lançou sobre ele a lepra de Naamã, tendo Geazi ficado leproso (II Rs.5:21-27).

- Mais uma vez, vemos uma ação de Eliseu de retirar, extirpar aquilo que poderia comprometer a restauração espiritual de Israel. Geazi, o seu próprio moço, apostatara da fé, porque trocara o Senhor pelo dinheiro, Deus por Mamom. Assim, recebeu a lepra de Naamã como recompensa, e, como tal, ficou à margem da sociedade de Israel, pois os leprosos não tinham como conviver com os demais israelitas.

- A restauração espiritual exige de cada um de nós que apartemos do meio do povo de Deus aqueles que apostatam da fé, aqueles que se desviam espiritualmente. Não pode haver comunhão entre a luz e as trevas. Por isso, em muitas igrejas locais, pela falta de disciplina, a apostasia tem apenas aumentado, apesar dos esforços daqueles que lutam pela renovação espiritual de muitos. É preciso extirpar os adoradores de Mamom, os servidores das riquezas!

- O conflito entre Síria e Israel se acirrou a tal ponto que Bene-Hadade, rei da Síria (o mesmo que fora poupado por Acabe…) iniciou guerra contra os israelitas. O Senhor, então, mandou que Eliseu enviasse notícias ao rei de Israel, a fim de que os siros não fossem vitoriosos em suas estratégias. Jorão atendeu aos conselhos do profeta e, por isso, os siros não tiveram êxito na campanha militar (II Rs.6:8-10).

- O rei da Síria suspeitou que houvesse espionagem ou traidores em seus exércitos, mas, então, um dos seus servos lhe disse que o responsável pela frustração de seus planos era o profeta Eliseu, que estava a aconselhar o rei de Israel (II Rs.6:9-12). Vemos, assim, que a fama de Eliseu já ultrapassava fronteiras, o que não era difícil com relação à Síria, diante da cura de Naamã.

- O rei da Síria, então, mandou que Eliseu fosse capturado e trazido à sua presença, sendo que, nesta época, estava o profeta em Dotã, cidade que ficava a cerca de 21 km ao norte de Samaria e que ficava na rota das caravanas entre a Síria e Israel, local onde os irmãos de José o lançaram numa cova e depois o venderam aos ismaelitas (Gn.37:17-28), cidade cujo significado é “dupla festa” ou “duas fontes”.

- Cumprindo a ordem do rei da Síria, um grande exército veio e cercou Dota, o que foi visto pelo moço do homem de Deus, que se desesperou com aquele cerco. O profeta, porém, confiante em Deus, disse para o moço não temer e pediu ao Senhor que os olhos do moço fossem abertos, tendo, então, o moço visto um exército celestial, maior que o exército sírio, que estava a guardar a cidade (II Rs.6:14-17).

- Este episódio nos mostra, mais uma vez, que o trabalho pela restauração espiritual do povo de Deus nos põe em uma batalha aberta contra o inimigo. É uma luta incessante. Eliseu foi mandado por Deus para dar conselhos ao rei de Israel contra o rei da Síria. Somos chamados a lutar contra o inimigo. O combate à apostasia é sempre uma luta contra o maligno.

- Por causa de fazer a vontade de Deus, de mostrar a soberania divina ao rei de Israel, Eliseu foi cercado por um grande exército em Dotã. Também seremos cercados pelo inimigo de nossas almas e suas hostes espirituais quando estivermos lutando pela restauração do povo de Deus, estejamos certos disso.

- Outro ponto que aprendemos é que o profeta tinha uma visão espiritual. Enquanto seu moço só via o exército do rei da Síria, Eliseu contemplava os exércitos celestiais que estavam em seu socorro. Para sermos bem sucedidos no trabalho da restauração espiritual do povo de Deus, é absolutamente necessário que tenhamos a visão divina, que estejamos afinados, sintonizados com o céu.

- Isto não quer dizer, como ensinaram alguns que criaram heresias há alguns anos atrás, que devamos “ver anjos” para confirmar que somos salvos ou que estamos em comunhão com o Senhor. Eliseu viu, sim, anjos, mas não é disto que estamos a ver. Eliseu tinha a convicção de que estava fazendo a vontade de Deus e que, portanto, seria protegido pelo Senhor naquela guerra.

- Como anda a nossa visão, amados irmãos? É ela voltada única e exclusivamente para as coisas desta vida, para a dimensão horizontal, ou temos confiança em Deus e no seu livramento nos momentos em que estivermos no embate contra o maligno? Sigamos o conselho do poeta sacro Almeida Sobrinho: “Na batalha contra o mal, sê valente! Segue em marcha triunfal, sê valente! Olha o alvo que é Jesus, que à vitória te conduz; ó, não deixes tua cruz, sê valente!” (primeira estrofe do hino 225 da Harpa Cristã).

- Depois que o moço do profeta teve aquela visão, Eliseu orou ao Senhor para que cegasse os soldados sírios, uma vez eles tendo ido ao ataque e o Senhor atendeu ao pedido do profeta. Todo aquele exército foi ferido de cegueira (II Rs.6:18). O Deus que abre os olhos aos Seus servos é o mesmo que fere de cegueira os Seus inimigos. Este é o nosso Deus, amados irmãos! Por isso, não temamos lutar em favor da causa do Senhor, pois, se preciso for, os inimigos serão cegados para que sejamos vitoriosos.

- Eliseu, então, falou com aqueles soldados, dizendo que não era aquele o caminho, nem aquela a cidade, mas que os seguissem pois os levaria até o homem que buscavam, tendo-os levado a Samaria (II Rs.6:19). Há quem diga que este seria um caso de “mentira santa” nas Escrituras, que Eliseu teria mentido para levar os soldados até a capital do reino.

- Entretanto, não se tem aqui caso algum de mentira, pois um “santo homem de Deus” não poderia se valer da mentira. A mentira é própria do diabo e quem está em Deus, quem está em Cristo não tem parte alguma com Satanás (Jo.8:44; 14:30).

- Na verdade, o que o profeta Eliseu disse àqueles homens é que a guerra empreendida era contra o rei de Israel, ele era o seu inimigo, não o profeta de Deus. Eliseu também, em sua afirmação, mostrou que o objetivo dos sírios deveria ser conquistar Samaria, a capital do reino, e não buscar o profeta de Deus, pois de nada adiantaria o rei da Síria aprisionar o profeta, pois a guerra não era contra o profeta, e sim, contra a nação israelita.

- Chegando a Samaria, o profeta Eliseu faz outra oração e pede que fossem abertos os olhos daqueles soldados, quando estes já estavam dentro da cidade, sem condições de qualquer reação (II Rs.6:20). Realiza-se, pois, outro milagre, bem na frente do rei de Israel, para que Jorão, mais uma vez, soubesse que Deus é soberano, é o verdadeiro Senhor.

- Jorão, então, admirado com aquela cena, pediu permissão a Eliseu para que ferisse aqueles soldados, mas o profeta não o permitiu. Mandou que eles fossem alimentados e despedidos para o seu senhor. Jorão, então, atendeu à ordem do profeta, fez-lhes um grande banquete e os mandou de volta para a Síria (II Rs.6:21-23).

- Alguns se perguntam: por que Eliseu não permitiu que os soldados da Síria fossem feridos, como aquele filho dos profetas que repreendeu Acabe por ter poupado a vida de Bene-Hadade (I Rs.20:42,43)? Não haveria aqui uma contradição da parte do Senhor?

- A resposta é negativa. As situações são diferentes, até para nos mostrar que Deus é soberano e age como quer, não estando presos a padrões ou modelos estabelecidos pelo homem ou pela história. No episódio que envolveu o rei Acabe, o profeta que o repreendeu foi categórico ao dizer que havia posto Bene-Hadade nas mãos do rei de Israel para que ele fosse destruído, porque Bene-Hadade havia afrontado a soberania divina, dizendo que o Deus de Israel era limitado (cfr. I Rs.20:42 e 20:23). Ao pouar Bene-Hadade, Acabe deliberadamente não quis mostrar que Deus era soberano.

- Aqui a situação é bem diversa. Os soldados tinham sido destacados para prender o homem de Deus, para impedi-lo de dar conselhos ao rei de Israel. Havia, assim, um reconhecimento de que Deus era soberano. O fato de serem levados até Samaria, até a presença do rei pelo profeta era outra demonstração do poder de Deus. A soberania divina estava comprovada e, portanto, os soldados da Síria deveriam ser tratados com benignidade, porque havia, por parte do inimigo, o reconhecimento de que Deus era soberano e os fatos apenas confirmaram isto.

- O resultado de o rei de Israel ter atendido à orientação do profeta foi que veio a paz entre Síria e Israel e as tropas da Síria não mais entraram em Israel. O Senhor mostrava, assim, a siros e a israelitas que Ele era quem dava a paz entre os povos, coisa que nenhuma das divindades adoradas era capaz de fazer, até porque o Senhor era Deus de todas as nações e não apenas de Israel.

- No trabalho de restauração espiritual do povo, devemos saber que Deus é soberano e que, portanto, age como, quando e onde quer, não está preso a métodos nem a circunstâncias passadas. É preciso termos, portanto, a exemplo de Eliseu, uma comunhão contínua e atual para sabermos o que fazer no momento oportuno. Temos feito isto?

III – ELISEU E OS MILAGRES QUE ENVOLVERAM OS FILHOS DOS PROFETAS

- Mas, além dos milagres realizados que envolveram o rei de Israel e cujo propósito principal era mostrar ao monarca a soberania divina, numa continuidade do trabalho iniciado por Elias, a fim de que o povo abandonasse o culto a Baal e se restaurasse espiritualmente, o que, inclusive, envolveu também gentios, como os sírios, Eliseu também fez milagres que envolveram os filhos dos profetas.

- A realização de milagres que envolveram os filhos dos profetas mostra, de pronto, como haveremos de estudar na próxima lição, que Eliseu, em seu ministério, teve um envolvimento muito grande com as escolas de profetas, pois fazia parte da restauração espiritual a formação de pessoas preparadas para divulgar e ensinar o culto a Deus em Israel. Assim, como estava muito envolvido com as escolas de profetas, é natural que o profeta acabasse por realizar milagres em meio a este ambiente, que absorvia a maior parte de seu ministério.

- A realização de milagres para os filhos dos profetas, também, é uma continuidade daquilo que se iniciara no próprio ministério de Elias, ou seja, que Deus deveria Se mostrar como soberano e único Deus verdadeiro não apenas para os que estavam se apostatando da fé, mas também para os Seus servos, que deveriam, assim, experimentar a realidade da soberania divina em suas próprias vidas para que, então, com experiência, pudessem eficaz pregar e ensinar a Palavra de Deus.

- Vemos, desta maneira, que a realização de sinais e prodígios não serve apenas para confirmar a Palavra para os incrédulos, a fim de que venham a crer no Evangelho, mas, também, é um elemento que fortifica a fé daqueles que já creem. Por isso a importância de buscarmos o poder de Deus para o crescimento espiritual da Igreja.

- Já estudamos o milagre do sarar das águas de Jericó, que foi um milagre voltado para os filhos dos profetas. Analisaremos, então, agora, o milagre da retirada da morte da panela (II Rs.4:38-41).

- Na sequência do caminho inverso que Eliseu fez após ter acompanhado Elias até sua trasladação, vemos o profeta agora em Gilgal, o lugar inicial da peregrinação que culminou com a qualificação de Eliseu como sucessor de Elias (II Rs.2:1).

- Em Gilgal, Eliseu encontrou uma situação de crise, havia fome naquela terra. Apesar desta situação de fome, os filhos dos profetas não desperdiçaram a oportunidade de ter Eliseu entre eles e o ouviam atentamente. Eliseu, após tê-los ensinado, mandou ao seu moço que se pusesse uma panela grande ao lume e fosse feito um caldo de ervas para os filhos dos profetas (II Rs.4:38).

- Um dos filhos dos profetas, não muito preparado, acabou por colher uma capa cheia de coloquíntidas e a acrescentou no caldo que se fazia, pondo assim substâncias venenosas naquela refeição que, diante da fome na terra, não poderia ser desperdiçada sem comprometimento da própria sobrevivência daqueles homens.

- Quando a refeição foi servida, notaram que havia tais substâncias venenosas e clamaram ao profeta. Eliseu, então, mandou que trouxessem farinha, jogou-a na panela e mandou que se tirasse de comer para o povo, e não havia mais a morte na panela.

- Neste milagre, os filhos dos profetas puderam compreender que Deus não havia providenciava o alimento, mas também eliminava o veneno, a morte que podia ser introduzida na alimentação sem que os servos de Deus o soubessem. Deus não é apenas provedor, mas também, restaurador e protetor. É o Deus da vida, e não Baal. Com esta experiência, os filhos dos profetas certamente foram estimulados a servir ao Senhor, sabendo que Deus estava pronto a protegê-los da morte.

- Em nossos dias, não é diferente. Marcos, no final de seu evangelho, lembra-nos que o Senhor Jesus prometeu, também, aos Seus discípulos que se eles bebessem alguma coisa mortífera, isto não lhes faria dano algum (Mc.16:18). Este é um dos sinais que seguem aos creem e já ouvimos testemunhos de cristãos que forma libertos do envenenamento pela ação do poder de Deus. Vale a pena servir ao Senhor, amados irmãos!

- Este milagre, também, tem uma importante aplicação espiritual. Ensina-nos que os servos do Senhor devem estar bem preparados, devem conhecer bem não só as Escrituras mas tudo que está à sua volta, para que não suceda que, assim como fez aquele desavisado filho de profeta, traga para o povo de Deus um alimento venenoso. Muitos são os que, atualmente, trazem “coloquíntidas” para alimentar os servos do Senhor, ou seja, falsos ensinos, heresias, que têm trazido morte espiritual para a Igreja do Senhor.

- Faz-se necessário que, assim como Eliseu, estejamos, notadamente os que foram vocacionados ao ministério do ensino (e Eliseu, lembremos, estava a ensinar os filhos dos profetas quando mandou que se fizesse o caldo de ervas), de posse da farinha, que é símbolo da Palavra de Deus, que é símbolo da sã doutrina, para que, ao primeiro aviso de que há falso ensinamento no meio do povo de Deus, venhamos, com urgência, retirar a morte da panela. Temos nos preparado para tanto, professores de EBD?

- Em local que as Escrituras não precisam, mas que bem pode ser ainda Gilgal, já que havia fome naquele tempo ali, Eliseu também promoveu, entre os filhos dos profetas, um outro milagre, desta feita, um milagre de multiplicação de pães. Veio um homem de Baal-Salisa e trouxe a Eliseu pães das primícias, vinte pães de cevada e espigas verdes na sua palha.

- Eliseu dá aqui mais uma demonstração de que era um grande líder. Em meio a uma situação de fome, tendo recebido presente para si, não titubeou em mandar que aquilo que recebera fosse dado aos filhos dos profetas. Eliseu não podia se alimentar sabendo que os demais estavam a passar fome. Eliseu tinha compaixão do próximo, era verdadeiro tipo do Salvador, que, por diversas vezes, os Evangelhos nos dizem que teve compaixão do povo (Mt.9:36; 14:14; 15:32; 20:34; Mc.1:41; 6:34; 8:2; Lc.7:13).

- Não é possível fazermos o trabalho de restauração espiritual, combatermos a apostasia sem que demonstremos compaixão pelo próximo, sem que nos ponhamos no mesmo lugar dos que estão a se desviar da fé para sentirmos a sua extrema necessidade e, assim, negarmo-nos a nós mesmos e enfrentarmos toda a oposição para resgatar estas almas que estão se perdendo. Eliseu, na maior parte dos episódios bíblicos em que é personagem, sempre aparece como alguém cheio de compaixão. Houve, mesmo, quem dissesse que, com Elias, Deus aparece como julgador, mas Eliseu, como misericordioso.

- Eliseu, vendo aquele presente como oportunidade para alimentar a todos, não como um privilégio para ele próprio escapar da fome, mandou que se desse aquele presente ao povo para que eles comessem. O servo, sabendo que tinha de alimentar cem homens, notou que aquela porção era insuficiente, mas o profeta repetiu a sua ordem e declarou a palavra profética dizendo que todos comeriam e ainda sobraria. E assim se fez, tendo todos os cem homens comido e deixado sobejos, conforme a palavra do Senhor (II Rs.4:42-44).

- Este milagre de Eliseu é uma antecipação de dois milagres que Jesus fará no mesmo sentido, alimentando as multidões que O seguia. É uma nítida demonstração de que Deus é provedor, de que não precisamos nos desesperar com as necessidades materiais que surgirão ao longo de nosso trabalho na obra do Senhor, pois o Senhor continua dando o necessário para a nossa sobrevivência sobre a face da Terra.

- Neste milagre de Eliseu, assim como nos milagres de Jesus, vemos a importância de estarmos em comunhão com o Senhor, de termos amor ao próximo e de partilharmos aquilo que temos para que a Providência Divina se traduza em suficiência para todo o povo de Deus. Deus provê, mas quer de cada de um nós o exercício de uma vida de comunhão com Deus, de amor ao próximo e de disposição de partilha para que o milagre da multiplicação e da provisão se realize. Temos feito a nossa parte?

- O último milagre a envolver os filhos dos profetas diz respeito à flutuação do ferro de um machado (II Rs.6:1-7), episódio ocorrido em uma habitação dos filhos dos profetas perto do rio Jordão, talvez Jericó.

- Nesta oportunidade, os filhos dos profetas pediram autorização para Eliseu para aumentar o local onde estavam habitando, porque o local já era pequeno para tanta gente. Vemos, então, amados, que o trabalho do Senhor estava prosperando, que muitos tinham resolvido servir a Deus e se preparar para tanto. Se isto estava a acontecer a Jericó, é inegável que a realização do milagre do sarar das águas e a morte daqueles “rapazes pequenos” no caminho de Jericó a Betel tinham alcançado o seu intento de despertar o povo de que só o Senhor era Deus e que era necessário servi-l’O.

- Quando há o devido ensino da Palavra de Deus, uma vida de santificação e a realização de sinais e maravilhas, não há como a obra do Senhor não crescer, mesmo em meio a um período de apostasia. Precisamos, pois, “arregaçar as mangas” e fazer a obra de Deus, pois ela, sem dúvida, aumentará o número de salvos em nosso meio.

- Eliseu autorizou o aumento do local onde estavam os filhos dos profetas, tendo, então, todos os filhos dos profetas se reunido para cortar a madeira necessária para a construção, inclusive o próprio profeta Eliseu. Que exemplo de liderança! A obra de Deus deve ser feita coletivamente, pois a Igreja é um povo. A começar do líder, todos devem se envolver na construção do reino de Deus. A obra do Senhor não é lugar para mandões ociosos. Lembremo-nos disto!

- No meio do trabalho, um dos filhos dos profetas, ao derribar uma viga, deixou que o ferro caísse na água e de desesperou, pois o machado era emprestado. O profeta Eliseu, então, perguntou onde o ferro havia caído, sendo-lhe, então, indicado o lugar. Eliseu cortou um pau, lançou-o ali e fez flutuar o ferro. Mandou, então, que o filho do profeta o levantasse, estendesse a mão e o tomasse.

- Neste milagre, Deus Se mostra aos filhos dos profetas como Aquele que resolve situações irreversíveis, como Aquele que até corrige a nossa falta de cuidado, desde que admitamos nosso erro, confessemos nossa culpa e peçamos o Seu perdão. É interesse notar que o profeta Eliseu perguntou àquele filho de profeta descuidado onde o ferro havia caído. Precisamos, sempre que cometemos faltas, lembrar onde caímos e voltarmos lá para que haja uma verdadeira reconciliação com Deus (cfr. Ap.2:5).

- Outra lição que nos dá este milagre é que o impossível Deus faz, mas o possível fica para nós fazermos. Fazer flutuar o ferro, anulando a lei da gravidade, ninguém poderia fazer, só Deus. Entretanto, levantar-se, estender a mão e tomar o ferro, o filho do profeta poderia fazer e o profeta mandou que fizesse. Notemos que o profeta nem sequer teve o trabalho de pegar o ferro e entregar ao filho do profeta, era o responsável pela falta que tinha de fazer isto.

- Deus nos perdoa, amados irmãos, mas somos nós quem temos de reparar os erros cometidos, de consertar as situações criadas. Não haverá reconciliação com Deus se não fizermos a nossa parte. Por isso, quando cometermos faltas, por não estarmos em perfeita comunhão com o Senhor (como o ferro do machado que não estava bem afiado…), clamemos ao Senhor mas estejamos dispostos a nós mesmos repararmos os erros cometidos. Lembremos de Zaqueu que se pôs à disposição para reparar tantos quantos tinha defraudado como publicano (Lc.19:8).

- Ainda há um milagre de Eliseu registrado nas Escrituras, realizado após a sua morte, mas sobre ele trataremos na lição 13.

Colaboração para o portal Escola Dominical - Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco

Lição 11: Os milagres de Eliseu II

TEXTO ÁUREO

"Ora, o rei falava a Geazi, moço do homem de DEUS, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu tem feito" (2 Rs 8.4).

VERDADE PRÁTICA

Os milagres realizados por Eliseu não visaram à glorificação pessoal do profeta, mas demonstraram o amor e a graça de DEUS.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - 2 Rs 4.43 A multiplicação dos pães

Terça - 2 Rs 7.1 Abundância de víveres

Quarta - 2 Rs 4.36,37 A ressurreição do filho da sunamita

Quinta - 2 Rs 6.6 O machado flutuante

Sexta - 2 Rs 2.21,22 As águas de Jericó

Sábado - 2 Rs 5.14 A cura de Naamã

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 2 Reis 2.9-14

9 Sucedeu, pois, que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim. 10 E disse: Coisa dura pediste; se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará. 11 E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. 12 O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, tomando das suas vestes, as rasgou em duas partes. 13 Também levantou a capa de Elias, que lhe caíra; e voltou-se e parou à borda do Jordão. 14

E tomou a capa de Elias, que lhe caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o SENHOR, DEUS de Elias? Então, feriu as águas, e se dividiram elas para uma e outra banda; e Eliseu passou.

Dons e vida de Eliseu – 22 Manifestações poderosas do ESPÍRITO SANTO atravéz de Eliseu.

1- Palavra de Sabedoria no AT

2 Reis 3.16, 20:

Eliseu solicitou a presença de um músico. Queria enlevar o espírito. Sentir-se inspirado: "E sucedeu que, tocando o músico, veio sobre ele a mão do Senhor. E disse: "Assim diz O Senhor, fazei neste vale, muitas covas".

"E sucedeu que, pela manhã, oferecendo-se a oferta de alimentos, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom; e a terra se encheu de água".

2 Reis 8:11-12

E afirmou a sua vista, e fitou os olhos nele até se envergonhar; e o homem de Deus chorou.

Então disse Hazael: Por que chora o meu senhor? E ele disse: Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel; porás fogo às suas fortalezas, e os seus jovens matarás à espada, e os seus meninos despedaçarás, e as suas mulheres grávidas fenderás.

2- Palavra de Conhecimento no AT: 2 Rs 6.12

Eliseu sobre conversas escondidas:

E disse um dos servos: Não, ó rei meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas no teu quarto de dormir.

Isso é um amnifestação de Palavra de Conhecimento (revelação de algo que está acontecendo em outra parte, não sendo conhecido aqui).

Exemplos:

JESUS:

Jo 1.48 Perguntou-lhe Natanael: Donde me conheces? Respondeu-lhe JESUS: Antes que Felipe te chamasse, eu te vi, quando estavas debaixo da figueira.

João 4:16-19 JESUS disse à mulher samaritana: "Vai, chama o teu marido e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe JESUS: Disseste bem: Não tenho marido; porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade. Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta"

Exemplo em Atos dos apóstolos:

Pedro, Ananias e Safira

Atos 5.4 “Enquanto o possuías, não era teu? E vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a DEUS”.

Eliseu recebia de DEUS revelação de todos os planos do rei da Síria para montar emboscadas ao exército de Israel.

Visão do exército de DEUS - 2 Reis 6:17

E orou Eliseu, e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o SENHOR abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.

Esse moço provavelmente era um dos alunos da escola dos profetas, pois Geasi estava leproso e não poderia servir a Eliseu naquela situação.

Eliseu prediz mensageiro do rei - 2 Reis 6:32

Estava então Eliseu assentado em sua casa, e também os anciãos estavam assentados com ele. E enviou o rei um homem adiante de si; mas, antes que o mensageiro viesse a ele, disse ele aos anciãos: Vistes como o filho do homicida mandou tirar-me a cabeça? Olhai pois que, quando vier o mensageiro, fechai-lhe a porta, e empurrai-o para fora com a porta; porventura não vem, após ele, o ruído dos pés de seu senhor?

Eliseu prediz alimento farto - 2 Reis 7:1, 6, 16

Então disse Eliseu: Ouvi a palavra do SENHOR; assim diz o SENHOR: Amanhã, quase a este tempo, haverá uma medida de farinha por um siclo, e duas medidas de cevada por um siclo, à porta de Samaria.

Porque o Senhor fizera ouvir no arraial dos sírios ruído de carros e ruído de cavalos, como o ruído de um grande exército; de maneira que disseram uns aos outros: Eis que o rei de Israel alugou contra nós os reis dos heteus e os reis dos egípcios, para virem contra nós.

Então saiu o povo, e saqueou o arraial dos sírios; e havia uma medida de farinha por um siclo, e duas medidas de cevada por um siclo, conforme a palavra do SENHOR.

Eliseu prediz seca de 7 anos - 2 Rs 8.1

E falou Eliseu àquela mulher cujo filho ele ressuscitara, dizendo: Levanta-te e vai, tu e a tua família, e peregrina onde puderes peregrinar; porque o SENHOR chamou a fome, a qual também virá à terra por sete anos.

3- Dom de discernir espíritos no AT - OS MILAGRES DE JULGAMENTO

Maldição dos rapazinhos. 2 Reis 2:24

E, virando-se ele para trás, os viu, e os amaldiçoou no nome do SENHOR; então duas ursas saíram do bosque, e despedaçaram quarenta e dois daqueles meninos.

Eliseu subia para Betel – lugar de adoração a Baal – Havia ali também um núcleo da escola de profetas.

Um legítimo homem de DEUS deve ser respeitado. A unção de DEUS está sobre ele. Aqueles rapazes poderiam ser adoradores de Baal que saiam de um bosque, poderiam ser rapazes escandalosos como haviam em Judá (1 Rs 14.24), rapazes que eram conhecidos como prostitutos cultuais. Assim como Paulo amaldiçoou Elimas, o encantador, em Atos 13:7, 8, ficando cego por tentar impedir a obra de DEUS na vida do procônsul Sérgio Paulo; cremos que Eliseu amaldiçoou esses rapazes por irreverência, assim como Uzá irreverentemente morreu ao segurar a arca de DEUS.

Ali deveriam ter pelo menos uns 200 jovens, pois a maioria fugiu, mas 42 deles foram mortos por duas ursas, provavelmente protegendo seus filhotes.

A doença de Geazi. 2 Reis 5:27

Portanto a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então saiu de diante dele leproso, branco como a neve.

Geasi foi usado por DEUS para servir de exemplo aos profetas da escola de profetas. Os milagres são de DEUS e quem recebe o retorno por seus milagres é somente ELE. O retorno deve ser em glorificação e exaltação de DEUS. Deve ser salvação de almas.

Exército cego - 2 Reis 6:18

E, como desceram a ele, Eliseu orou ao SENHOR e disse: Fere, peço-te, esta gente de cegueira. E feriu-a de cegueira, conforme a palavra de Eliseu.

4- Dom de Milagres no AT: OS MILAGRES DE PROVISÃO

2 Reis 2:19-21

E os homens da cidade disseram a Eliseu: Eis que é boa a situação desta cidade, como o meu senhor vê; porém as águas são más, e a terra é estéril.E ele disse: Trazei-me um prato novo, e ponde nele sal. E lho trouxeram.Então saiu ele ao manancial das águas, e deitou sal nele; e disse: Assim diz o SENHOR: Sararei a estas águas; e não haverá mais nelas morte nem esterilidade.

Vasilha nova – prato novo

Tudo o que se oferece a DEUS deve ser novo – nós nascemos de novo. JESUS disse que não se põe remendo novo em pano velho. Não se coloca vinho novo em odre velho. O vinho novo deve ser colocado em odre novo. Paulo diz que as coisas velhas se passaram e tudo se fez novo.

Sal

Usado em alianças – Nós estamos em aliança com DEUS através de JESUS.

Devemos ser sal da Terra – exemplo de vida segundo a Palavra de DEUS.

O sal conserva e preserva e para que o mundo seja conservado e preservado funcionando é preciso que os crentes salvos sejam sal, combatam o pecado e sejam exemplo no meio de uma geração corrompida.

2 Reis 3:17, 20

Porque assim diz o SENHOR: Não vereis vento, e não vereis chuva; todavia este vale se encherá de tanta água, que bebereis vós, o vosso gado e os vossos animais.

E sucedeu que, pela manhã, oferecendo-se a oferta de alimentos, eis que vinham as águas pelo caminho de Edom; e a terra se encheu de água.

O rei Jorão era irmão de Acasias, filho de Acabe e Jezabel.

Retirou a estátua de Baal do templo de Baal embora não tenha deixado de adorar a Baal.

Tentou recuperar o território de Moabe como deveria ser segundo a ordem de DEUS – para isso levou consigo o rei de Judá, Josafá e o rei de Edom. Foram pelo deserto, caminho mais curto, onde não havia nem água e nem alimento.

Convocaram então Eliseu por orientação de Josafá e o milagre das águas aconteceu.

Tangedor é chamado por Eliseu para que a mensagem de DEUS chegasse. A adoração precede a revelação e os milagres de DEUS.

Quem não furou uma cova ficou sem água – a ordem era furar covas no deserto que DEUS enviaria a água para enchê-las. Isso aconteceu e muitas águas apareceram ali.

Abundância de víveres.

Multiplicação do Azeite da viúva - 2 Reis 4:3, 6, 7

Então disse ele: Vai, pede emprestadas, de todos os teus vizinhos, vasilhas vazias, não poucas.

E sucedeu que, cheias que foram as vasilhas, disse a seu filho: Traze-me ainda uma vasilha. Porém ele lhe disse: Não há mais vasilha alguma. Então o azeite parou. Então veio ela, e o fez saber ao homem de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite, e paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto.

Vimos na Lição passada.

2 Reis 4:40-41

Assim deram de comer para os homens. E sucedeu que, comendo eles daquele caldo, clamaram e disseram: Homem de Deus, há morte na panela. Não puderam comer. Porém ele disse: Trazei farinha. E deitou-a na panela, e disse: Dai de comer ao povo. E já não havia mal nenhum na panela.

Agora Eliseu está passando pela quarta escola de profetas - em Gilgal - seu retorno estva completo. Elias o havia levado de Gilgal para Betel - de Betel para Jericó e de Jericó para o Jordão. Agora ele completou o ciclo passando por todas essas cidades voltando e visitando todas as escolas de profetas por onde Elias havia passado antes com ele.

A fome não acabara, mas a morte havia sumido da panela. Depois vem a multiplicação dos pães.

2 Reis 4:42-44 - A multiplicação dos pães.

E um homem veio de Baal-Salisa, e trouxe ao homem de Deus pães das primícias, vinte pães de cevada, e espigas verdes na sua palha, e disse: Dá ao povo, para que coma. Porém seu servo disse: Como hei de pôr isto diante de cem homens? E disse ele: Dá ao povo, para que coma; porque assim diz o SENHOR: Comerão, e sobejará. Então lhos pôs diante, e comeram e ainda sobrou, conforme a palavra do SENHOR.

DEUS alimenta seus servos, seja fiel ao Senhor e nada que lhe seja necessário faltará. Pode faltar o desnecessário, mas nunca o necessário. Esse milagre foi realizado por JESUS em muito maiores proporções no Novo Testamento.

O MILAGRE DE RESTITUIÇÃO.

O machado que flutuou. 2 Reis 6:5-6

E sucedeu que, derrubando um deles uma viga, o ferro caiu na água; e clamou, e disse: Ai, meu senhor! ele era emprestado. E disse o homem de Deus: Onde caiu? E mostrando-lhe ele o lugar, cortou um pau, e o lançou ali, e fez flutuar o ferro.

Todos estavam unidos no trabalho do Senhor - eles queriam alargar o lugar de adoração a DEUS - eles queriam receber o profeta e acomodá-lo melhor - eles queriam maior intimidade com DEUS - queriam ser usados por DEUS como Elias e Eliseu.

O machado significa o evangelho que muitos perderam em sua caminhada cristã - A água é o mundo que precisa da Palavra de DEUS ministrada por um homem de DEUS cheio do ESPÍRITO SANTO que é usado em milagres, prodígios e maravilhas. DEUS vai recuperar sua capacitação para pregar o evangelho se você se lembrar de onde você parou e continuar agora corrigindo os erros que o levaram a deixar de pregar o evangelho do Senhor.

O MILAGRE DE RESTAURAÇÃO

2 Rs 2.13,14 - As águas de Jericó.

Também levantou a capa de Elias, que lhe caíra; e voltou-se e parou à borda do Jordão. E tomou a capa de Elias, que lhe caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o SENHOR, DEUS de Elias? Então, feriu as águas, e se dividiram elas para uma e outra banda; e Eliseu passou.

Em Jericó havia um núcleo da escola de profetas. O Jordão se abriu para revelar o novo professor da escola – os vários profetas viram o Jordão ser aberto por DEUS e reconheceram Eliseu como o legítimo substituto de Elias. Eliseu haveria de visitar todas as escolas por onde passou com Elias.

5- Dom da Fé no AT:

A ressurreição do filho da sunamita

Aqui podemos colocar o milagre da fertilidade da sunamita como milagre também, pois a bíblia diz que ela não tinha filhos e que Eliseu pediu a DEUS por um filhoa para ela em agradecimento por ela lhe arrumar um quarto para descansar quando ali passava em suas viagens.

2 Reis 4:34

E subiu à cama e deitou-se sobre o menino, e, pondo a sua boca sobre a boca dele, e os seus olhos sobre os olhos dele, e as suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre ele; e a carne do menino aqueceu.

Ao que parece Eliseu pensava que aquilo era coisa fácil de resolver, pois DEUS iria resolver aquilo rapidamente. Mandou Geasi com seu bordão, mas mesmo antes de Geasi voltar ele já estava chegando lá com a mãe do menino que não lhe largou nem por um minuto.

Foi preciso intercessão e persistência por parte de Eliseu para que o milagre se realizasse. Elias havia ressuscitado uma criança agora Eliseu também.

Mais tarde, quando houve uma grande seca em Israel e esta viúva aconselhada por Eliseu saiu de sua terra ela recebeu sua terra de volta das mãos do rei Jorão quando voltou para Israel.

Ressurreição de um homem depois de morto - 2 Reis 13:21

E sucedeu que, enterrando eles um homem, eis que viram uma tropa, e lançaram o homem na sepultura de Eliseu; e, caindo nela o homem, e tocando os ossos de Eliseu, reviveu, e se levantou sobre os seus pés.

Vamos estudar sobre este milagre na Lição 13.

6- Dom de Curar no AT:

A cura de Naamã - 2 Reis 5:14

Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado.

Uma missionária estava morando na casa do general Naamã. Naamã era general, era o braço direito do rei da Síria, era respeitado por seus soldados, mas em casa era apenas Naamã, o leproso. A missionária de DEUS fala com sua senhora sobre o seu DEUS e o profeta desse DEUS que morava em sua Terra. Naamã se sente agora cheio de esperança. O rei se interessou em que seu general fosse curado e enviou cartas ao rei de Israel para que curasse seu general. Em sua maneira de pensar Naamã pensava que seria recebido e atendido com toda pompa de um general de um paiz poderoso, mas nem recebido foi pelo homem de DEUS. Era proibido ao homem de DEUS ter contato com alguém leproso - por isso Eliseu não o recebeu, mas conversou com ele logo após ele ser curado.

Apenas deveria se humilhar diante de DEUS para que fosse curado. Os servos de Naamã eram mais sábios e humildes do que seu general e o aconselharam a se submeter às orientações do homem de DEUS. Assim mergulhou sete vezes no rio Jordão e foi curado.

Geasi pegou a lepra de Naamã, pois amou mais o prêmio terreno do que o celestial. Eliseu não aceitou pagamento e recebeu mais poder e intimidadae com DEUS.

INTERAÇÃO

Professor, estudaremos nesta lição alguns dos milagres realizados pelo profeta Eliseu. Este abnegado servo de DEUS foi um dos sete mil que não se dobraram diante de Baal. As intervenções sobrenaturais, realizadas por intermédio de Eliseu, são muitas, o que  torna impossível tratar de todas em uma única lição. Por isso, as narrativas de seus milagres foram divididas em quatro grupos, tornando o ensino mais didático: milagres de provisão, restituição, restauração e julgamento. Todas essas intervenções divinas  operadas por Eliseu demonstram o poder de DEUS. Os milagres tinham como único propósito evidenciar a graça e a glória do Todo-Poderoso. A intenção não era jamais exaltar as virtudes do profeta.

OBJETIVOS- Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Elencar os milagres de Eliseu.

Entender o que motivou os milagres de Eliseu.

Compreender os propósitos dos milagres de Eliseu.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, reproduza o quadro abaixo de acordo com as suas possibilidades. Inicie a aula com as seguintes indagações: "Você acredita em milagres?" "Qual o verdadeiro objetivo de um milagre?" Ouça os alunos com atenção e diga que DEUS não mudou. Ele continua operando milagres e maravilhas. Todavia, os milagres são para aqueles que creem. Quem tem um coração duvidoso jamais poderá experimentar dos milagres divinos. Para fortalecer a fé dos seus alunos conclua apresentando o quadro abaixo com os vários milagres realizados por Eliseu.

RESUMO DA LIÇÃO 11, OS MILAGRES DE ELISEU

I. OS MILAGRES DE PROVISÃO

1. A multiplicação dos pães.

2. Abundância de víveres.

II.  OS MILAGRES DE RESTITUIÇÃO

1. A ressurreição do filho da sunamita.

2. O machado que flutuou.

III. OS MILAGRES DE RESTAURAÇÃO

1. A cura de Naamã.

2. As águas de Jericó.

IV. OS MILAGRES DE JULGAMENTO

1. Maldição dos rapazinhos.

2. A doença de Geazi.

SINÓPSE DO TÓPICO (1) Milagres não se explicam, aceitam-se pela fé! Aqueles que duvidam não recebem nada de DEUS.

SINÓPSE DO TÓPICO (2) Nada está fora de controle quando DEUS está no comando. Ele é soberano!

SINÓPSE DO TÓPICO (3) DEUS não faz shows e não se agrada daqueles que se utilizam dos seus milagres para se promoverem.  O Senhor não  opera para satisfazer nossa curiosidade.

SINÓPSE DO TÓPICO (4) Não se pode brincar com as coisas sagradas e muito menos escarnecer dos servos de DEUS

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Bibliográfico

"DEUS cura a lepra de Naamã

O poder divino, o qual se manifestou através da cura da lepra de Naamã, tinha o propósito de demonstrar que o DEUS de Israel era maior que as divindades da Síria. O milagre aconteceu em benefício dos israelitas e também dos sírios. Os israelitas entenderam que DEUS desejava fazer deles o seu instrumento para conquistar outros povos. Também está aqui evidente o ponto de vista profético de que o reino do Norte, assim como o de Judá, estava essencialmente relacionado com o cumprimento de DEUS para seu povo.

O desespero de Naamã, causado pela impureza do rio Jordão, pode ter sido provocado em parte pela correta comparação que fez com os rios Abana e Farpar. Entretanto, a questão verdadeira era a sua má vontade em se humilhar adequadamente, e obedecer à ordem de DEUS para obter a cura.

O registro da cura de Naamã representa um cativante relato da 'cura de leproso'. Existe aqui um retrato notável sobre: (1) A grandeza que não leva a coisa alguma - um grande homem... porém leproso; (2) O testemunho da fé de uma escrava; (3) Um pedido inesperado e humilde; (4) A obediência e a cura completa" (Comentário Bíblico Beacon. Vol 2. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 349).

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO II- Subsídio Bibliográfico

· "A fama de Eliseu (2 Rs 6.12)- Vários eventos claramente mostram que os milagres de Eliseu foram realizados com a intenção de produzir fé tanto fora como dentro dos limites de Israel. A cura de Naamã (2 Rs 5), a reputação conseguida expondo os planos dos sírios (2 Rs 6.12) e o livramento da unidade militar que veio para capturá-los (2 Rs 6.12,13) todos testemunham o poder de DEUS. Sirvamos à igreja de CRISTO. Porém, nunca percamos a visão daqueles fora de seus limites" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 247).

· Geazi é atacado de lepra (2 Rs 5.20-27) - Naamã havia oferecido um presente a Eliseu; porém, o profeta o recusou. No entanto, sua gratidão era tão grande que ele prontamente deu dois talentos de prata a Geazi supostamente para dois jovens profetas necessitados. Eliseu transferiu a lepra de Naamã para Geazi, não só porque ele havia mentido por razões pessoais, mas o que é ainda pior, seu interesse egoísta por dinheiro havia diminuído a eficiência do ministério de Eliseu para DEUS. Esse incidente se apresenta como uma impressionante advertência a todos os servos do Senhor que colocam os interesses pessoais à frente da causa do Mestre" (Comentário Bíblico Beacon. Vol 2. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 350).

VOCABULÁRIO

Víveres: Gênero alimentício; comestíveis, mantimentos.

Lição 11 - Os milagres de Eliseu III

2Rs 2.9-14

I. OS MILAGRES DE PROVISÃO

1. Amultiplicação dos pães (2Rs 4.42-44)

1.1. milagres não se explicam, aceitam-se pela fé

1.2. Jesus também operou  o mesmo milagre mas em proporções maiores (Jo 6.9)

1.3. A graça de Deus em prover o necessário para os carentes está bem evidente nestes episódios

2. Abundância de víveres (2Rs 6.8-7.20)

1.1. Jorão, filho de Acabe, foi mau governante (2Rs 3.1-3)

1.2. Ben-Hadade cercou Samaria e esta teve escassez de alimentos

1.3. O rei culpou o profeta Eliseu

1.4. Mas, mais uma vez Deus fez o milagre acontecer e o povo voltou a ter alimento

1.5. Deus nunca abandona o seu povo

II. OS MILAGRES DE RESTITUIÇÃO

1. Aressurreição do filho da Sunamita (2Rs 4.18-37)

1.1. Nada esta fora do controle quando Deus está no comando

1.2. Deus zela pela família

2. O machado que flutuou  (2Rs 6.1-7)

2.1. Naqueles dias os instrumentos de ferro eram escassos e valiosos

2.2. A motivação do milagre foi o lamento do rapaz

2.3. O Senhor está pronto a restituir o que perdemos, mas temos de ter consciência disto

III. OS MILAGRES DE RESTAURAÇÃO

1. Acura de Naamã (2Rs 1-19)

1.1. A indignação de Naamã (2Rs 5.11)

        . Deus não faz shows , nem tampouco orpera para satisfazer nossa curiosidade

1.2. A análise lógica de Naamã (2Rs 5.11,12)

        . Deus queria apenas a sua obediência e não sua análise lógica

1.3. Naamã recebe a cura quando desce ao rio Jordão

        . Ninguém será restaurado se não descer

        . Deus resiste aos soberbos (Tg 4.6)

1.4. Naamã procurou pagar Eliseu pela graça recebida (2Rs 5.15,16)

        . Eliseu recusou

        . A graça não aceita pagamento por aquilo que faz

2. As águas de Jericó (2Rs 2.19-22)

2.1. O sal representa um elemento purificador (Lv 2.13; Mt 5.13)

2.2. O prato novo simboliza um instrumento de dedicação especial para Deus naquele momento

2.3. Foi o poder de Deus que purificou as àguas.

IV. OS MILAGRES DE JULGAMENTO

1. Maldição dos rapazinhos (2Rs 2.23-25)

1.1. Não se pode brincar com as coisas sagradas

1.2. Não se deve escarnecer dos servos de Deus

2. Adoença de Geazi (2Rs 5.20-27)

2.1. Razões pelas quais Geazi foi julgado

        . Ele pensava que, ao recusar a oferta de Naamã, era apenas uma questão pessoal do profeta Eliseu (2Rs 5.20)

        . Usou o nome de Eliseu para validar sua cobiça (2Rs 5.22)

2.2. Deus não vende suas bênçãos mas as dá gratuitamente

2.3. Geazi trocou a bênção pela maldição (2Rs 25-27)

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PB. MARCOS JACOB DE MEDEIROS

Lição 11 - Os milagres de Eliseu V

INTRODUÇÃO

            Os poderosos milagres do Senhor através do profeta Eliseu (2 Rs 2.21,22; 4.36,37; 4.43; 5.14; 6.6; 7.1), mostram que Deus controla não apenas os grandes exércitos, mas também os acontecimentos da vida cotidiana. Quando ouvimos e obedecemos a Deus, Ele nos mostra seu poder de transformar qualquer situação. O cuidado de Deus é para todos aqueles que estão dispostos a segui-lo. O Senhor tem todo o poder para realizar milagres em nossa vida (Gn 5.24; Êx 3.2; Nm 22.28;                  Js 3.16; At 3.1).

I –  A PORÇÃO DOBRADA DO ESPÍRITO

            Antes de ser levado aos céus, Elias perguntou a Eliseu o que ele desejava receber para exercer o seu ministério. Eliseu então sabiamente lhe respondeu: “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim” (II Rs 2.9-b). Segundo Donald C. Stamps, comentarista da Bíblia Pentecostal, o termo “porção dobrada” não significa terminantemente o dobro do poder espiritual de Elias; refere-se antes, ao relacionamento entre pai e filho, em que o filho primogênito recebia o dobro da herança que os demais (Dt 21.17). Eliseu estava pedindo que seu pai espiritual lhe conferisse uma medida abundante do seu espírito profético, para, deste modo, ele executar a missão de Elias. É um fato curioso que  o número de milagres que Deus operara por intermédio de Eliseu foi o dobro do que realizara através de Elias. Vejamos isso no quadro abaixo:

MILAGRES DE ELIAS

REFERÊNCIA

Profetizou que não choveria por três anos e meio e não choveu - I Rs 17.1 / Tg 5.17

Disse que a farinha e o azeite da viúva se multiplicariam - I Rs 17.14-15

Orou para que o filho da viúva ressuscitasse e ele reviveu - I Rs 17.21-22

Orou para que caísse fogo do céu sobre o altar e assim aconteceu - I Rs 17.37-38

Pediu que caísse fogo do céu sobre os soldados e eles foram consumidos - II Rs 1.9-12

Feriu com a capa as águas do Jordão e ele se abriu - II Rs 1.8

MILAGRES DE ELISEU

REFERÊNCIA

O rio Jordão é separado - II Rs 2.14

As águas perto de Jericó são saradas - II Rs 2.19

As ursas devoram os rapazinhos por ordem de Eliseu - II Rs 2.23-24

Vinte pães satisfazem cem homens - II Rs 4.42-44

O azeite da viúva é multiplicado - II Rs 4.1

O filho da sunamita é ressuscitado - II Rs 4.31

A comida envenenada é purificada - II Rs 4.38

Naamã é curado da lepra - II Rs 5.1

Geazi é punido com a lepra de Naamã - II Rs 5.20-27

O machado flutua - II Rs 6.1

Soldados inimigos cegados - II Rs 6.18

Um homem ressuscitado quanto tocou nos ossos do profeta - II Rs 13.20-21

II – TRÊS PROPÓSITOS DOS MILAGRES

  • Glorificar a Deus. Os milagres narrados nas Escrituras, tanto no Antigo como em o Novo Testamento, objetivam a glória de Deus. Em nenhum momento encontramos os profetas e apóstolos, buscando chamar a atenção para si                      (II Rs 5.15,16; Dn 2.27,28; At 3.8,12; 14.14,15);
  • Dar uma resposta a necessidade humana. Todos os textos narrando os milagres realizados através de Eliseu deixam bem claro que os mesmos ocorreram em resposta a uma necessidade humana e também em  resposta ao sofrimento humano (2 Rs 4. 1-7; 4. 8-38; 5.1-19; 6.1-7);
  • Propiciar evidências para que haja fé em Deus. Osmilagres operados pelo profeta Eliseu são uma clara demonstração do poder de Deus. Todos eles tiveram como propósito especifico despertar a fé no único Deus Verdadeiro, que demonstra a sua graça e glória nas mais diferentes situações na vida, como o general Naamã que recebeu uma cura divina (2 Rs 5.1-19).

III - A CONTEMPORANEIDADE DOS MILAGRES

            Há os que defendem a teoria de que os milagres eram restritos à era apostólica e afirmam que os sinais sobrenaturais e os dons do Espírito Santo, foram enviados com o propósito exclusivo de confirmar a divindade de Jesus, e autenticar os primeiros pregadores do Evangelho e sua mensagem. Argumentam também que a necessidade de tais manifestações sobrenaturais cessaram depois de completado o Novo Testamento, porém a Bíblia nos mostra que os milagres de Deus são necessários ainda hoje, porque confirmam a pregação do evangelho (Mc 16.20). Jesus fez uma excelente promessa dizendo: “E estes sinais seguirão aos que crerem” (Mc 16.17). Logo, a manifestação de sinais ficou restrita a era dos apóstolos, pois a fé é a principal condição para que estes sinais ocorram (Mt 21.22; Jo 11.40). É necessário destacar também que dentre as insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à disposição da sua Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do Espírito Santo, entre os quais estão os dons de poder (I Co 12.7-11). Como o próprio nome já diz, são dons que transmitem poder, através de operações sobrenaturais. É o poder de Deus concedido ao crente para ele realizar maravilhas:

  • O Dom da Fé (I Co 12.9).Esse Dom opera frequentemente em conjunto com os dons de curas e operação de maravilhas. Não se trata da fé natural nem da fé para a salvação, mas uma Fé sobrenatural capacitando o crente a crer em Deus, para a realização de milagres extraordinários como a cura de doenças incuráveis, ressurreição de mortos ou a realização de coisas impossíveis pelos meios naturais. O Dom da Fé é a capacitação sobrenatural do crente para crer no impossível (Gn 22.5; Mt 8.1-3; Mc 1.22-24; Lc 17.6; Hb 11);
  • Os Dons de Curar (I Co 12.9).Os dons de curar são dados à Igreja para, por meios divinos, proporcionar a restauração da saúde do corpo físico. A palavra “dons” no plural pode sugerir a multiplicidade desses dons, bem como a cura de diferentes tipos de enfermidades, de acordo com o Dom que se recebe (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30; 19.11,12; 28.7,8). Os dons de curar não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (I Co 12.11,30), todavia, todos podem orar pelos enfermos, na autoridade do nome de Jesus (Mc 16.17,18), e havendo fé, os enfermos serão curados. Pode haver também cura de enfermidades através da unção com óleo, conforme ensinou o apóstolo Tiago (Tg 5.14-16);
  • Dom de Operação de Maravilhas (I Co 12.10). Esse Dom manifesta-se como os demais, de maneira sobrenatural, geralmente sendo uma intervenção divina nas leis da natureza. É Deus modificando as leis naturais para manifestar o seu supremo poder (Js 10.12-14; At 9.36-42; 20.9-12).  Sempre que o Dom de Operação de Maravilhas se manifesta, os resultados são imediatos e visíveis (At  2.43; 8.5-8,13; 19.11).

IV - COMO RECEBER O MILAGRE DE DEUS

            Podemos destacar o personagem bíblico Naamã, como alguém que tomou as atitudes certas para receber o milagre de Deus. Vejamos quais foram:

  • Naamã creu. Ao ouvir por sua esposa o que havia sido dito por uma menina que estava em sua casa, de que havia um profeta em Samaria que poderia conduzi-lo a cura de sua lepra ele creu:  “Então foi Naamã e notificou ao seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel” (II Rs 5.4);
  • Naamã buscou ao Senhor. A Bíblia diz que Naamã residia na Síria e o profeta estava em Samaria. No entanto, motivado pela fé, ele foi em busca do homem de Deus a fim de receber o favor divino:“Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o seu carro, e parou à porta da casa de Eliseu” (II Rs 5.9);
  • Naamã se humilhou. A princípio, o general sírio, não gostou da forma como o homem de Deus lhe tratou e do que recomendara fazer para que fosse curado. Por ser uma autoridade esperava um tratamento diferenciado segundo seus próprios conceitos (II Rs 5.10-12). Porém ao ser aconselhado servos que foram com ele a casa do profeta Eliseu, ele resolveu deixar o seu ego de lado e se submeter a direção divina dita pelo profeta: “Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus” (II Rs 5.14-a);
  • Naamã perseverou. O texto bíblico nos informa que além doprofeta anunciar o lugar onde o general haveria de mergulhar, diz também quantas vezes era necessário. Isto exigia de Naamã agir com perseverança:“Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado” (II Rs 5.14).

CONCLUSÃO

            Os milagres são operações de caráter divino, fazendo intervenções na esfera física podendo ser vistos na cura de doentes, na multiplicação de víveres, na intervenção sobre os elementos da natureza e até na ressurreição de mortos. Mas os milagres ainda seguem um padrão: eles seguem os que creem, conforme (Mc 16.17). Esperar milagres da parte do Senhor é importante, mas não é a essência da vida cristã; e a presença constante de milagres não garante necessariamente a fé e a fidelidade das pessoas. Devemos aprender que precisamos ter comunhão com o Senhor Deus, independente de que Ele realize milagres ou não.        

REFERÊNCIAS

  • CHAMPLIN, R.N. Enciclopedia de Bíblia Teologia e Filosofia.HAGNOS.
  • STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
  • COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PROF. PAULO AVELINO

Lição 11Os milagres de Eliseu

TEXTO ÁUREO

“Ora, o rei falava a Geazi, moço do homem de Deus, dizendo: Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu tem feito” (2 Rs 8.4). – O nome desse rei não é revelado, mas se for Jorão (1.17; 3.13), então é surpreendente que ele nada soubesse sobre as atividades de Eliseu. Ou este incidente teve lugar pouco tempo depois dos eventos narrados em 4.8-37, ou o rei aqui referido trata-se de Jeú (Cap 9).

VERDADE PRÁTICA

Os milagres realizados por Eliseu não visaram à glorificação pessoal do profeta, mas demonstraram o amor e a graça de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Reis 2.9-14.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Elencar os milagres de Eliseu.
  • Entender o que motivou os milagres de Eliseu.
  • Compreender os propósitos dos milagres de Eliseu.

Palavra Chave

Milagre: (latim miraculum, -i, maravilha, coisa extraordinária, milagre)

s. m.

1. Fato sobrenatural oposto às leis da Natureza.

2. Portento, maravilha, prodígio. [a]

COMENTÁRIO

introdução

Eliseu (hebraico אֱלִישַׁע, “Meu Deus é salvação”), discipulo e sucessor do profeta Elias, no reino do norte. Filho de Safate, viveu em Abel Mehola no vale do Jordão, pertencia a uma família abastada, possuía doze juntas de bois, que aravam seus campos. Deus o nomeou como sucessor de Elias, que depois de encontrá-lo atrás do arado, jogou seu manto sobre ele e abruptamente passou adiante (1Rs 19.19). Eliseu entendeu o significado deste gesto simbólico, correu até ele, e pediu-lhe que fosse permitido despedir-se da sua família - recebendo uma resposta enigmática, matou logo uma junta de bois, cozeu a carne com a madeira do arado, e fez uma festa de despedida a que assistiram os seus vizinhos. Depois disto, esteve com Elias, a quem serviu até ser este trasladado ao céu - nessa ocasião apanhou Eliseu a capa caída, sendo-lhe dada, em conformidade ao seu pedido, dobrada porção do espírito de Elias, sinal de que havia de ser o seu herdeiro e sucessor (2Rs 2). Eliseu mostrou-se ter sido favorecido com os dons de profeta, separando as águas do rio Jordão por meio do manto do ser mestre (2Rs 2.14). As intervenções sobrenaturais, através de Eliseu, são portentosas (1 Rs 19.16), por isso mesmo, analisaremos nesta lista lição, alguns desses prodígios realizados por meio de Eliseu. Já na lição 8, estudamos a respeito do primeiro milagre de seu ministério, que foi a abertura do rio Jordão e, na lição 10, estudamos o quinto milagre, que foi a multiplicação do azeite da viúva. Nesta lição, estudaremos nove milagres do profeta, uma vez que o seu último milagre, realizado postumamente (ou seja, depois de morto), será estudado na lição 13. Os sinais no ministério de Eliseu evidenciam que o milagre é elemento indispensável para um ministério de restauração espiritual do povo de Deus. Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula!

I. OS MILAGRES DE PROVISÃO

1. A multiplicação dos pães. Algum tempo depois do acontecimento narrado em 2Rs 4.26 a 37, numa ocasião de grande fome, estava Eliseu em Gilgal, ensinando os discípulos dos profetas e animando-os com a sua presença durante o tempo em que aquele flagelo angustiava o povo. Tendo sido lançada na panela uma planta venenosa, o profeta tornou a refeição inofensiva, misturando-lhe farinha (2Rs 4.38 a 41). Pertence a este mesmo período o milagre dos vinte pães de cevada e algumas espigas de cevada ainda verdes trazidos por um homem de Baal-Salisa, na região montanhosa de Efraim, às margens do riacho de Caná (2 Reis 4.42-44). Note-se que este homem apresentou à Eliseu os pães das primícias (4.42), demonstrando sua dedicação a Eliseu e sua gratidão por seu trabalho profético. Devemos crer que Deus é capaz de suprir as nossas necessidades, mesmo quando não temos ideia de como isso se fará.

2. Abundância de víveres. Depois que Jorão (1.17) começou a reinar como o rei de Israel, Mesa, rei dos moabitas, recusou-se a pagar tributo. Moabe era filho de Ló (Gn 19.37), e os seus descendentes se tornaram vizinhos de Israel e viviam a leste do Mar Morto. Esse povo havia sido subjugado por Onri e estava pagando tributos aos reis de Israel. Jorão tentou desfazer um pouco do dano causado por seu pai, iniciando uma reforma secundária tirando a coluna de Baal erigida por Acabe. Contudo, sucumbiu, indo atrás dos pecados de Jeroboão, filho de Nebate. Sua reforma não foi completa, por não ter corrigida a falha fundamental na adoração do Reino do Norte. A consequência de suas ações pecaminosas foi o cerco à cidade de Samaria promovida por Ben-Hadade II (Hb. Filho de Hadade). Jorão pediu a ajuda de Josafá, rei de Judá, e do rei de Edon para subjugar Mesa, mas eles marcharam por um território árido, sem água. Com a ajuda de Eliseu, o Senhor proveu água de forma milagrosa e lhes concedeu a vitória sobre os moabitas. Aproveito, ainda para transcrever a seguinte pastoral do Rev Hernandes Dias Lopes sobre o milagre da morte na panela: “O veneno mata mais rápido do que a fome. Nos dias do profeta Eliseu, alguns de seus discípulos foram procurar comida e encontraram calocíntidas. Prepararam-nas e fizeram um ensopado. Quando estavam comendo, alguém gritou: "Morte na panela, ó homem de Deus". Hoje, há muita morte na panela. Há muitos púlpitos que destilam não a verdade do evangelho, mas o veneno de falsas doutrinas. Há muitos pregadores que pregam o que o povo gosta de ouvir, quando deveriam pregar a verdade. Muitos templos religiosos têm se transformado em praça de negócio e muitos púlpitos em balcões de comércio. Muitos pregadores fazem do culto uma forma sedutora de se arrecadar dinheiro. Precisamos repudiar essa postura. Precisamos denunciar a morte na panela. Precisamos nos voltar para a Palavra de Deus e pregar com fidelidade do evangelho de Cristo!”

SINOPSE DO TÓPICO (I)

Milagres não se explicam, aceitam-se pela fé! Aqueles que duvidam não recebem nada de Deus.

II. OS MILAGRES DE RESTITUIÇÃO

1. A ressurreição do filho da sunamita. Acredita-se que o filho da sunamita tenha morrido de uma inflamação no cérebro causada por uma insolação. Esta mulher recusou-se a aceitar a morte de seu filho e ocultou o corpo do menino no dormitório feito para Eliseu, com a intenção de evitar que iniciassem o ritual das lamentações (Gn 50.10; 2Cr 35.25). As ações de ambos nesse incidente, de Eliseu e da sunamita, ilustram a importância da fé e da persistência. Ao chegar até o profeta, a mulher agarrou-lhe os pés em um sinal de respeito ao profeta, num ato semelhante ao que praticou Maria ao encontrar Jesus (Jo 11.32).

2. O machado que flutuou. Este instrumento era caro e relativamente raro em Israel nesse tempo. Pelo fato de que o profeta havia emprestado o machado de um amigo, sua perda representaria um problema. Nem todos tinham condições de possuí-las. Perder a cabeça do machado enquanto alguém o manuseava parecia ser algo comum. Moisés chegou até a elaborar uma lei que falava do ferro saltando do cabo e atingindo sem querer alguém próximo (Dt 19.4-5). Caso a vítima viesse a morrer, o trabalhador, que era inocente, seria poupado.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Nada está fora de controle quando Deus está no comando. Ele é soberano!

III. OS MILAGRES DE RESTAURAÇÃO

1. A cura de Naamã. O rei da Síria enviou uma missiva oficial ao rei de Israel, apresentando-lhe Naamã e solicitando em prol de um favor. O rei da Síria estava enganado ao supor que Eliseu trabalhava sob as ordens do rei de Israel. O rei de Israel ao ler a missiva, rasga suas vestes em sinal de grande aflição (1Rs 21.27). Eliseu, então, repreende o rei por este haver agido ao pedido do rei da Síria com tanta apreensão, sem crer que o Deus de Israel poderia mostrar seu poder, mostrar àquelas nações vizinhas que em Israel havia um Deus vivo. Naamã necessitava despir-se de alguus impedimentos ao milagre, tais como: Presunção ou prepotência, coisa que tanto tem impedido a “grandes” homens de serem alcançados com a mensagem do evangelho. RacionalismoNaamã tentou racionalizar as coisas dizendo que esperava outro comportamento do profeta de Deus e até mesmo, água por água, em Damasco havia rios mais limpos que o Jordão. O racionalismo pode impedir muitos de chegarem ao simples, humilde, Cordeiro de Deus, Jesus Cristo; Sua tradição religiosa - Tudo até então era feito a moda dele. Dr. Donald Grey Barhouse costumava dizer: “Todos têm o privilégio de ir para o céu à maneira de Deus ou ir para o inferno à sua própria maneira”. Diplomacia - Naamã foi com estilo diplomático e com relações próprias esquecendo-se de que Deus não olha para as nossas honras e glórias, nossos status e méritos, nossas medalhas e parâmetros (1Pd 5.6). Cólera ou indignação - Este mal é coisa inerente ao ser humano. Mas chega o momento quando Deus manda expelir, despir-se dele ou alijá-lo da mente e do coração. Aos que buscam ao Senhor está o dever de fazê-lo com humildade e tremor e ao recebê-Lo deixar tudo no altar ou do lado de fora. Pecado - A lepra era por si só um mal. Pior, símbolo de um mal hereditário – o pecado. Naamã precisa deixar o pecado o que é doloroso para muitos. D. L. Moody disse: “Naamã perdeu a calma, perdeu o orgulho, perdeu a fama, perdeu a lepra e confessou-se ao Senhor (v. 15), recebendo o que dinheiro ou ouro algum pode comprar – a graça de Deus”.

2. As águas de Jericó. Jericó, ao norte e próxima à fronteira entre Israel e Judá, ficava na fértil planície do Jordão. Josué havia proferido uma maldição sobre a reconstrução de Jericó (Js 6). É evidente que o milagre de Eliseu reverteu o julgamento e deu fertilidade renovada à região (2Rs 3.20-22). O sal era usado em rituais de purificação (veja Lv 2.13; Nm 18.19). O fato de Eliseu pedir um prato novo, sem uso, indica que estaria isento de impureza cerimonial. A fonte tratada aqui é a nascente situada perto da primitiva Jericó e que se identifica com Ain Sultan, fonte do Sultão. A tradição a denominou de fonte de Eliseu.

SINOPSE DO TÓPICO (III)

Deus não faz shows e não se agrada daqueles que se utilizam dos seus milagres para se promoverem. O Senhor não opera para satisfazer nossa curiosidade.

IV. OS MILAGRES DE JULGAMENTO

1. Maldição dos rapazinhos. Conforme a linguagem e a cultura daquela época, a expressão “rapazes pequenos” sugere que eram jovens idólatras e não meninos inocentes. A palavra “sobe” é dita em tom de zombaria e provavelmente seja uma menção ao arrebatamento de Elias. Quando gritam a Eliseu “aleh qereah, ‘aleh qereah”, frase normalmente traduzida por “Sobe, careca! Sobe, careca!”, a resposta do homem de Deus a tal zombaria é violenta demais para crer que aqueles indivíduos estivessem simplesmente se referindo a uma calvície natural de Eliseu. O termo hebraico qereah deriva do verbo qrh, “rapar a cabeça, cortar careca”. Pode indicar, portanto, não a escassez de cabelos, mas aquela calvície resultante da raspagem da cabeça, isto é, uma tonsura. Com efeito, em 1Rs 20.35-43, em uma insólita ação simbólica, um profeta anônimo enfaixa a cabeça para tornar-se irreconhecível diante de Acabe. O rei é instigado a dar um veredito, após o que o profeta retira o pano que lhe cobria a cabeça e o rei então percebe que se trata de um profeta. Para a maioria dos comentadores, este imediato reconhecimento da parte do rei comprova que os profetas portavam na cabeça algum sinal distintivo, provavelmente uma tonsura. É bem provável que de fato assim fosse. Por conseguinte, em 2Rs 2.23-25, os rapazinhos de Betel não zombam de Eliseu por ele já ter uma rala cabeleira, mas sim por causa do sinal que o identifica como mensageiro de YHWH. Em outras palavras, eles ofendem ao profeta enquanto tal e no exercício de seu ministério. Eles escarnecem do Deus de Elias e Eliseu, por isso foram imediatamente julgados!

2. A doença de Geazi. Geazi tinha um futuro brilhante, não fosse sua ganância. Sua vida é um triste exemplo do que o amor ao dinheiro pode fazer à vida dos filhos de Deus. Ser um servo significava colocar de lado os próprios desejos, vontade e conforto para se dedicar a uma outra pessoa. Geazi era servo do profeta Eliseu. Não há registro de que Geazi tenha sido chamando para ser profeta. O próprio Eliseu havia atuado como servo de Elias (1Rs 19.19-21), demonstrando qualificação para o futuro ministério. Essa ideia de servo não se limita ao Antigo Testamento. A disposição de servir era uma condição prévia para a liderança na igreja (Mc 9.35). Pôr a si mesmo de lado e servir humildemente aos outros é o grande desafio da vida cristã. Note-se que o nome Geazi é derivado de uma palavra hebraica que significa “incerto”, e foi isso que Geazi demonstrou ser.

SINOPSE DO TÓPICO (IV)

Não se pode brincar com as coisas sagradas e muito menos escarnecer dos servos de Deus.

CONCLUSÃO

Eliseu é ungido, por ordem de YHWH, como sucessor de Elias (1Rs 19.16). Elias é arrebatado ao céu num redemoinho, e Eliseu fica com a capa do profeta, simbolizando que ele é o sucessor do ministério de Elias. Com a capa Eliseu realiza o primeiro milagre: em 2Rs 2.14 bate na água do Jordão e elas se abrem para ele passar. Outro milagre realiza logo em seguida: em 2Rs 2.19 ele purifica as águas de uma fonte, que eram ruins. Nos versículos seguintes (23-25) se conta como alguns jovens zombaram de Eliseu, então Eliseu lhes amaldiçoou e uma ursa despedaçou 40 deles. Em 3.16 seguintes, graças às palavras de Eliseu, outro prodígio acontece: aparece na terra água para matar a sede do povo de Israel. No capítulo 4 temos outros milagres do profeta Eliseu: primeiro multiplica o óleo e a farinha de uma viúva em dificuldades; depois faz com que uma mulher estéril tenha um filho. Este mesmo filho, mais tarde, morre e é ressuscitado pelo profeta. Nos versículos 38-41 cria um antídoto à uma sopa envenenada. Nos seguintes versículos 42-44 conta-se uma multiplicação dos pães realizada por Eliseu. Em 2Rs 5 temos a narração do milagre mais conhecido de Eliseu, pois é lembrado por Jesus em Lucas 4.27: Trata-se da cura do general do exército inimigo da nação de Israel, Naamã, que sofria de lepra. Em 2Reis 6.1-7 conta-se como Eliseu encontra facilmente um machado caído nas águas do Jordão. Depois disso, no mesmo capítulo, narra-se como o profeta captura com facilidade um grupo de soldados arameus. O capítulo 7 conta como a cidade de Samaria fica livre da ocupação graças às palavras eficazes de Eliseu. Finalmente, em 2Rs 13 é contado o último milagre de Eliseu, realizado postumamente: um defunto foi jogado no túmulo de Eliseu e quanto o defunto tocou os ossos de Eliseu, reviveu. Que a vida abnegada desse homem de Deus sirva-nos de exemplo! N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

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