Lição 2 - O casamento bíblico

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Lição 2 - O casamento bíblico I Plano de Aula

1º SLIDE

INTRODUÇÃO

- Iniciando o estudo da família segundo os moldes divinos, estudaremos hoje o casamento.

- O casamento é o único modo pelo qual se constitui legitimamente uma família.

2º SLIDE

I - O CASAMENTO

- Casamento é a união entre um homem e uma mulher, que estabelece uma comunidade de vida, material e espiritual (Gn.2:24)

- Uma família, para se constituir legitimamente, diz-nos as Escrituras Sagradas, exige que haja casamento como seu ato de fundação.

3º SLIDE

- Deus exige, para que haja constituição legítima de família, o máximo compromisso entre homem e mulher.

- A forma como se dá se exterioriza este compromisso deixou Deus ao arbítrio do homem.

4º SLIDE

- O casamento:

a) não transcende a dimensão terrena;

b) não é um “sacramento”.

5º SLIDE

II – OS EFEITOS DO CASAMENTO

- O casamento (I):

a) permite a atividade sexual entre marido e mulher para que haja procriação, união e satisfação;

b) dá a marido e mulher o estado civil de casados, com deveres e direitos daí decorrentes na legislação do país, situação irreversível;

6º SLIDE

- O casamento (II):

c) torna possível a procriação, com a perpetuação da espécie humana, dever de todo casal;

d) estabelece, na família, a afetividade;

e) estabelece na família, a função protetora;

7º SLIDE

- O casamento (III):

f) estabelece a plenitude da socialização dos seres humanos;

g)  cria uma nova unidade econômica (hoje só que de consumo) na sociedade.

8º SLIDE

III – AS CARACTERÍSTICAS DO CASAMENTO BÍBLICO (I)

a) heterossexualidade

b) consensualidade

c) fidelidade

d) pureza sexual

9º SLIDE

III – AS CARACTERÍSTICAS DO CASAMENTO BÍBLICO (II)

e) comunhão

f) perpetuidade terrena

g) amor

COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - EV. CARAMURU AFONSO FRANCISCO

Lição 2 - O casamento bíblico I

O casamento é o único elemento que pode constituir legitimamente uma família.

INTRODUÇÃO

- Iniciando o estudo da família segundo os moldes divinos, estudaremos hoje o casamento.

- O casamento é o único modo pelo qual se constitui legitimamente uma família.

I - O CASAMENTO

- No início do estudo sobre o modelo divino da família, que se encontra na Bíblia Sagrada, hoje estudaremos sobre o casamento, que é a única forma pela qual se pode constituir a família.

- Como dissemos na lição anterior, a família é uma criação divina e, como tal, somente Deus pode estabelecer quais as regras e parâmetros pelos quais se pode constituir a família. Destarte, somente o casamento pode constituir uma família, pois assim determinou o Criador da família, é assim que estabelece o “manual do fabricante”, que é a Palavra de Deus.

- O casamento é a união entre um homem e uma mulher, que estabelece uma comunidade de vida, material e espiritual. Casamento é o ato de se deixar pai e mãe e se unir a uma pessoa do sexo oposto com o objetivo de estabelecer, com esta pessoa, uma vida em comum. Esta definição de casamento está em Gn.2:24 e é a que deve ser seguida por todos os servos de Deus.

- Este conceito de casamento, enquanto que proveniente de Deus, não é estranho aos povos ao longo da história da humanidade. O jurista romano Modestino (Elius Florianus Herennius Modestinus), que viveu no século III d.C., em plena Roma pagã, trouxe uma lapidar definição de casamento: “Nuptiae sunt conjunctio maris et feminae, consortium omnis vitae, divini et humani juris communicatio” (Digesto, L. 23, Tit. II, frag. 1º), ou seja: “As núpcias são a união do homem e da mulher, que se associam para toda a vida, a comunhão do direito divino e do direito humano.”

- Com base nesta definição, a propósito, o Código Civil de 2002 resolveu, também, definir o que seja casamento, em seu artigo 1.511, onde dispõe que “O casamento estabelece comunhão plena de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges”, bem como em seu artigo 1.514, onde se diz que “O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e os juiz os declara casados”.

- Verdade é que estes dois artigos de lei, plenamente em vigor e que não foram sequer questionados no Supremo Tribunal Federal quanto à sua constitucionalidade, têm sido vergonhosamente desobedecidos em nosso país, a começar por muitos Judiciários estaduais que, sem qualquer previsão legal e contra a Constituição da República, que entende que a matéria referente a direito de família deve ser disciplinada pela União, têm autorizado a celebração de casamentos de pessoas do mesmo sexo, uma destas excrescências incompreensíveis que demonstram a impiedade destes dias imediatamente anteriores ao arrebatamento da Igreja.

- Uma família, para se constituir legitimamente, diz-nos as Escrituras Sagradas, exige que haja casamento como seu ato de fundação. É preciso que as pessoas que pretendem formar uma vida em comum demonstrem, de forma pública e notória, que estão assumindo um compromisso sério, diante de Deus, dos homens e do cônjuge. Só assim se estará constituindo uma família legítima, uma família dentro dos padrões estabelecidos pela Palavra de Deus.

- Sabemos que, nos dias em que vivemos, este conceito de família legítima não mais vigora nas leis dos homens. No Brasil, por exemplo, desde a Constituição de 1988, o casamento deixou de ser a única forma legítima de se constituir família. A partir de então, para fins de proteção do Estado, as leis brasileiras têm admitido que a comunidade formada por uma pessoa e seus descendentes ou a união estável entre homem e mulher, mesmo sem casamento, devem ser consideradas como famílias (artigo 226 da Constituição da República), conceito, aliás, que, lamentavelmente, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 132 e a Ação Direta de Inconstitucionalidade 4277, em maio de 2011, fez, também, abranger a união estável de pessoas do mesmo sexo.

OBS: É importante que se diga, uma vez mais, que o Supremo Tribunal Federal não reconheceu o casamento de pessoas do mesmo sexo, mas, tão somente, a união estável de pessoas do mesmo sexo. A extensão do reconhecimento do casamento é fruto, repetimos, de interpretações inconstitucionais dos Judiciários estaduais.

- Entretanto, o fato de o direito brasileiro assim determinar, não muda em coisa alguma o conceito que os cristãos devem ter a respeito do que é a família, porquanto devemos nos prender ao que estabelece a Bíblia Sagrada, ao princípio, não nos prendendo a leis que surgem por causa da dureza dos corações dos homens (Mt.19:7,8). Como servos de Deus, importa obedecermos mais a Deus do que aos homens (At.5:29). Deste modo, não há como um servo do Senhor, um verdadeiro salvo se recusar a estabelecer uma família a não ser por meio do casamento, entendido como casamento aquilo que a nossa lei assim denomina.

- Dizem alguns, de forma inadvertida, que o casamento é apenas um pedaço de papel, que, no jardim do Éden, não havia cartório de registro civil, nem a burocracia dos nossos dias e que, mesmo assim, Adão e Eva foram considerados casados diante de Deus, de forma que não se pode exigir “casamento de papel passado” para os crentes, que isto não passaria de um preconceito cultural, de uma doutrina meramente humana, que o que importaria é que tenha havido o compromisso sério entre as duas pessoas, já que “amigado com fé, casado é”. Chegam, mesmo, a dizer que se está dando mais valor a uma lei feita por homens ímpios do que à Palavra de Deus.

- Efetivamente, o casamento civil é uma instituição humana, relativa à lei dos homens e que o casamento feito no Éden não teve quaisquer das formalidades que são exigidas, e de forma diferente, em cada um dos mais de 180 países do mundo.

- No entanto, um tal raciocínio não tem como prevalecer. Senão vejamos. Por primeiro, é muita petulância querer que o casamento primeiro realizado pelo próprio Deus tivesse alguma “formalidade humana”. Foi o próprio Deus quem celebrou o primeiro casamento e não há maior formalidade que a presença do Senhor neste ato fundacional da família. Dizer que deveria haver um “cartório” no Éden para que fosse exigível tal formalidade é algo risível e inconsequente.

- O mesmo Deus que celebrou as primeiras núpcias da humanidade e que, por óbvio, não tinham maior formalidade que a própria presença divina, foi quem estatuiu que a união entre homem e mulher para fundar uma família deveria ser solene, deveria ter o máximo compromisso. É este, aliás, o sentido das expressões “deixar pai e mãe” como também “apegar-se-á à sua mulher”. A expressão divina registrada por Moisés dá ideia de que Deus exige um “compromisso máximo de convivência”, sem que, no entanto, tenha dito qual a forma com que isto se daria.

- Tanto assim é que, em todos os estes países, existe o casamento, ou seja, não é qualquer união entre um homem e uma mulher que se considera legítima, mas sempre se exige que se tomem algumas providências para que um homem e uma mulher demonstrem a seus semelhantes que estão deixando seu pai e mãe e estão se unindo para formar uma família. Paul B. Horton e Chester L. Hunt, grandes sociólogos americanos, afirmam que “…casamento é o padrão social aprovado para que duas ou mais pessoas estabeleçam uma família…” (Sociologia, p.167-8).

- Assim sendo, para que uma sociedade considere que um homem e uma mulher estão formando um novo grupo familiar, faz-se preciso a tomada de algumas iniciativas, que demonstrem, de forma inequívoca, esta intenção, e esta forma é o casamento. Ora, se o casamento é este modelo pelo qual as pessoas reconhecem que há um compromisso sério assumido entre homem e mulher, o que a Bíblia manda em Gn.2:24 é que haja este compromisso, que haja esta observância deste padrão, não importando como isto se dá em cada cultura, em cada sociedade. Seja onde for, o servo de Deus, que deve cumprir o que manda a Bíblia, deve se submeter às exigências da sociedade para deixar bem claro que está assumindo um compromisso sério de ter uma vida em comum com aquele com que está se casando.

- Agora, perguntamos, alguém que, tendo pleno conhecimento do que é se casar, do que a sociedade considera casamento, por que se recusará a se submeter às providências que são consideradas como indispensáveis para que haja este casamento? Só uma resposta é possível: porque não quer assumir os compromissos que a legislação e a sociedade impõem para o casamento e para os casados, porque não quer dar a esta união a seriedade que a lei dos homens dá a este tipo de união (exigências, via de regra, menores do que as constantes das Escrituras).

- Então, se não há disposição de se assumir um compromisso sério e inequívoco diante dos homens, haverá disposição de fazê-lo diante de Deus? É este o comportamento de um verdadeiro cristão, cujo falar deve ser sim, sim, não, não? Não seria este comportamento, como ensina Jesus, de procedência maligna? (Mt.5:37). Por isso, não podemos aceitar que salvos se submetam a este tipo de união e se recusem a se casar conforme a lei civil.

- O casamento, neste contexto, como podemos perceber, é uma instituição divina, foi criado por Deus, mas Deus deixa ao arbítrio do homem a “forma” como ele se estabelece em cada sociedade. Deus disse que o homem e a mulher devem deixar pai e mãe e se unir em uma nova família, dando a isto o nome de casamento, casamento este, aliás, que mandou que a Igreja, como Corpo de Cristo, venerasse, isto é, respeitasse, bem como cuidasse para que se estabelecesse dentro de uma pureza sexual (Hb.13:4).

- O casamento, portanto, é uma instituição divina, mas que está circunscrita a este mundo, a esta vida, de modo que não é algo eterno, que transcenda esta nossa dimensão, como defendem erroneamente os mórmons, como também não se trata de algo intocável e que seja a própria ministração da graça divina, um “sacramento”, como defende, também, sem respaldo bíblico, a Igreja Católica Apostólica Romana.

- Não há um rito pré-estabelecido para o casamento, nem é a Igreja quem o faz, mas, sim, os noivos que, com seu consentimento e observância das formalidades estabelecidas pelas mais diferentes sociedades, demonstram ter assumido o compromisso de formar uma família. Voltaremos a este assunto e às suas consequências quando estudarmos a lição a respeito do divórcio.

II – OS EFEITOS DO CASAMENTO

- O casamento, uma vez efetuado, permite que marido e mulher mantenham, entre si, um relacionamento íntimo, um relacionamento sexual, até porque dois dos três objetivos da instituição familiar estão diretamente relacionados à atividade sexual: a procriação e a satisfação dos cônjuges. Sem sexo, não há a possibilidade de perpetuação da espécie, nem que os cônjuges alcancem a complementaridade, o término da solidão, algo que é suprido pela sexualidade, que é, precisamente, o conjunto dos aspectos que faz com que homem e mulher se complementem, como haveremos de estudar na lição 9.

- O sexo não é algo mau, não é algo proibido por Deus, longe disso, já que Deus fez o homem macho e fêmea, ou seja, sexuado. Entretanto, é no casamento e entre os cônjuges que o sexo pode e deve ser praticado. Sexo antes ou fora do casamento é pecado, pois haverá aí a impureza sexual, a “porneia” (πορνεία), que a Versão Almeida Revista e Corrigida traduz por “prostituição”, como em Mt.19:9 e Hb.13:4.

- A Bíblia Sagrada é bem clara no sentido de que os servos de Deus devem dar a devida honra ao casamento e que esta honra envolve a abstinência sexual fora do casamento. O escritor aos Hebreus diz que devemos respeitar o casamento e que este deve ser constituído “sem mácula”, ou seja, sem mancha (Hb.13:4). Qual seria a mancha deste casamento? O mesmo texto que nos manda respeitar o casamento responde: a prostituição, ou seja, a impureza sexual (que envolve toda e qualquer prática sexual antes do casamento) e o adultério (que é a prática sexual de um casado com quem não é seu cônjuge).

- A virgindade, que hoje é vendida pelo mundo perdido como uma vergonha, como um defeito, como uma ingenuidade, é, simplesmente, uma exigência bíblica, um mandamento bíblico, que não pode ser dispensado por quem quer que seja. Homens e mulheres devem casar virgens, é o que manda a Palavra de Deus, pois, a falta de virgindade é considerada na Bíblia como uma loucura no meio do Seu povo (Dt.22:21).

- Muitos atacam as disposições bíblicas a respeito da virgindade, dizendo que são fruto de um “machismo”, de uma “discriminação sexual”, porque o texto bíblico fala apenas na mulher virgem, esquecendo-se de que nunca a Bíblia abonou ou concordou com a falta de virgindade por parte do homem. Se as penalidades na lei de Moisés são aplicadas apenas à mulher, isto se deve ao fato de que a virgindade só pode ser constatada, fisicamente, na mulher, jamais no homem.

- No entanto, isto não significa que Deus concorde com a impureza sexual do varão, tanto que, em Hb.13:4, a Bíblia não distingue entre homem e mulher, mandando que “todos” respeitem o casamento com pureza sexual.

- A Igreja, é preciso que confessemos, tem sido negligente na defesa deste valor de pureza sexual entre nossos jovens e adolescentes, não mostrando, com autoridade, o que a Palavra de Deus nos ensina a este respeito. Parece-nos ver que as igrejas locais têm evitado o assunto, têm-no tangenciado, em nome de falsos pruridos morais e de um recato que, entretanto, só têm servido para contribuir com o alto índice de fornicação e de prostituição no meio da juventude e adolescência dita evangélica. Já há mesmo aqueles que defendem explicitamente a atividade sexual desregrada, dizendo haver um “ficar gospel”, ensino que é próprio dos falsos mestres que infestam a Igreja nestes dias de apostasia.

- Devemos, porém, como genuínos e autênticos servos de Deus, pregar a Palavra e dar conta aos jovens que um casamento que se inicie sem que haja pureza sexual é um casamento que terá grandes dificuldades para se estabelecer, não será um casamento, como costumava nos dizer um irmão em Cristo que, durante décadas, não se conformou com este estado de coisas no nosso meio, mas, sim, um “encrencamento”, pois jovens sexualmente impuros jamais poderão construir e educar filhos dentro de princípios de pureza sexual. Urge que zelemos pela abstinência e pureza sexual dos solteiros na igreja, para que venhamos a ter lares sólidos e com autoridade moral no futuro.

OBS: Aliás, para que sejamos justos, não é apenas entre jovens e adolescentes que vemos a disseminação da impureza sexual. Entre adultos e, pasmem, até mesmo entre pessoas de terceira idade, em o nosso meio, já há quem entenda que a impureza sexual não gera maiores consequências. Certo irmão em Cristo, já de certa idade, viúvo, foi abordado, há alguns anos, por uma irmã, que disse estar interessada em casar-se com ele. Como a diferença de idade entre eles era acentuada (apesar de a irmã já não ser uma jovenzinha...), o irmão lhe disse que não havia interesse no casamento, até porque não poderia ter um relacionamento íntimo com uma nova mulher. A mulher, então, disse que não haveria qualquer problema, caso houvesse alguma falha por parte dela, “era só pedir perdão e tudo bem, que ela garantia que não haveria divórcio”. A que ponto chegamos !

- O casamento, sendo o único elemento legítimo fundante da família, constitui todas as funções estabelecidas para a família, conforme vimos na lição 1 deste trimestre. Senão vejamos.

- Por primeiro, com o casamento, regula-se o relacionamento sexual entre marido e mulher, que deve ser contínuo entre os cônjuges (I Co.7:2-5), a fim de que se possam cumprir as funções de procriação, união e satisfação, evitando-se, também, a impureza sexual, quanto mais que nos encontramos em dias de depravação moral, nos “dias de Noé”, em que o casamento é desrespeitado (Gn.24:38).

- Por segundo, o casamento dá a marido e mulher o estado civil de casados, com deveres e direitos daí decorrentes na legislação do país. É tão importante esta circunstância que marido e mulher nunca mais voltarão a ser solteiros. O casamento traz um novo estado aos cônjuges, uma nova situação perante os homens e perante Deus. Tanto assim é que é o casamento o símbolo utilizado para figurar o relacionamento entre Deus e Israel e entre Cristo e a Igreja, dois novos estados assumidos pelo homem diante do Senhor e que são irreversíveis.

- Neste ponto, aliás, cabe uma pequena digressão para vermos a importância do casamento e que deve ser algo a ser extremamente respeitado pelos servos do Senhor e como se deve ter máximo cuidado na decisão de se casar.

- Quando Israel aceitou ser povo santo e reino sacerdotal, propriedade peculiar de Deus entre os povos (Ex.19:5-8), nunca mais foi o mesmo. O compromisso assumido diante do Senhor fez com que, em não o observando, sofresse duras consequências, as “maldições da lei” (Dt.28:15-68). Israel tomou um caminho sem volta, pois seu ato, que a Bíblia, mais de uma vez, compara a um casamento (Os.2:16; Ez.16:7-19).

- Com relação à Igreja, não é diferente. A Bíblia diz que aquele que assume o compromisso de servir a Deus, nunca mais volta ao seu estado anterior, tanto que as Escrituras afirmam que aquele que apostata da fé passa a ter um estado pior que o da incredulidade ( Mt.12:43-45; Lc.11:24-26; II Pe.2:20-22).

- Vemos, portanto, que o casamento é uma atitude irreversível, que produz mudanças permanentes no estado das pessoas, tanto diante de Deus quanto diante dos homens. Esta irreversibilidade mostra-nos como devemos respeitar e considerar esta instituição, pois ela nos leva a um novo patamar que não poderá ser revertido posteriormente, isto não só diante de Deus, mas, também, diante dos homens.

- Por terceiro, o casamento torna possível a procriação, com a perpetuação da espécie humana, mediante o relacionamento íntimo entre homem e mulher. Como já vimos, com o casamento se torna possível o sexo entre marido e mulher e a consequência disto é que haverá procriação, a reprodução da espécie humana. Daí já se tem como antibíblico qualquer casamento em que os cônjuges decidam não ter filhos, como é muito comum, hoje, na Europa, onde prevalece o dito “double income, no kids”, ou seja, “renda dobrada e nenhum filho”, comportamento que está pondo a civilização europeia em sério risco de extinção.

- Por quarto, é o casamento o primeiro laço que estabelece, na família, a afetividade. O que une marido e mulher é o amor e, aliás, não é por outro motivo que o casamento é a mais eloquente figura do relacionamento entre Deus e Israel e entre Cristo e a Igreja, relacionamentos estes ditados pelo amor que Deus tem para com o homem.

- Nos dias em que vivemos, busca-se trocar o casamento como elemento fundante pela “afetividade”. É esta, aliás, a principal tese daqueles que defendem a existência de “novas espécies de família” na atualidade. No entanto, somente o casamento é quem traduz o verdadeiro afeto, o verdadeiro amor, pois não há que se falar em amor se não houver compromisso, fidelidade, lealdade, incondicionalidade, unidade, complementaridade. Todo e qualquer “afetividade” que abre mão destas características, que são próprias do casamento, não será um amor verdadeiro e real, não se pode comparar ao amor “agape”, que é o amor divino, tão bem descrito em I Co.13 e que deve estar subjacente ao amor conjugal.

- Por quinto, é o casamento quem estabelece na família a função protetora. Como haveremos de verificar na próxima lição, a estrutura estatuída pelo Senhor no relacionamento conjugal, mostra que marido e mulher se protegem mutuamente, completam-se e, sob a proteção suprema do Senhor, podem construir este “cordão de três dobras” que mantém a família e a livra de todos os percalços desta vida (Ec.4:12).

OBS: “… Segundo a visão tomista, matrimonium provém de matrem, mater + muniens, ou monens, ou nato, ou monos, ou munus, significando, respectivamente, “a proteção da mulher-mãe pelo marido-pai”, “aviso à mãe para não abandonar seu marido”, o ato que “faz a mulher mãe de um nascido”, união de dois formando uma só matéria, “ofício ou encargo de mãe”. O vocábulo casamentum, do latim medieval, referia-se a cabana, moradia, bem como ao dote de matrimônio, constituído por terreno e construção, oferecido tanto pelos reis e senhores feudais aos seus criados, quanto pelos mosteiros às filhas de seus fundadores e, ainda, pelo sedutor à vítima para reparar seu erro.…” (SAAD, Martha Solange Scherer. Casamento: a complexidade do conceito. Disponível em: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/FDir/Artigos_2008/CASAMENTO_a_complexidade_do_conceito_Martha_Saad.pdf Acesso em 08 fev. 2013). Bem se vê aqui que a noção de casamento envolve a proteção.

- Por sexto, o casamento estabelece a plenitude da socialização dos seres humanos. Ao deixar pai e mãe e se apegar ao seu cônjuge, o ser humano passa a criar um novo grupo social, com suas peculiaridades, coroando, deste modo, todo um processo de socialização. Não será mais um simples integrante de um grupo, mas, ao lado de seu cônjuge, iniciará a formação de um novo agrupamento social.

- Por sétimo, o casamento cria uma nova unidade econômica (hoje só que de consumo) na sociedade, com o início da formação de um patrimônio resultante do esforço comum de marido e mulher, o patrimônio familiar, que, por isso mesmo, é fruto de uma especial proteção pela legislação.

- Verificamos, deste modo, que o casamento, e só o casamento, consegue criar todas as condições para que uma família cumpra todas as funções a ela atribuídas, a indicar, com absoluta clareza e se utilizando de dados científicos, que não é possível outra forma de se formar uma família que cumpra o seu papel na espécie humana.

III – AS CARACTERÍSTICAS DO CASAMENTO BÍBLICO

- Resta-nos, pois, verificar, agora, à luz da Bíblia Sagrada, quais são as características do casamento, características estas que devem ser observadas ao longo dos séculos, já que se trata de uma instituição divina e que, como tal, não pode mudar, pois a Palavra de Deus permanece para sempre (I Pe.1:25).

OBS: Recentemente, uma conhecida jornalista da televisão brasileira, em debate com um pastor, mostrou a sua indignação pela mantença dos conceitos familiares “desde a época de Cristo”, a demonstrar, claramente, como o mundo acha poder modificar aquilo que Deus estabeleceu. Que esta rebeldia, característica do “espírito do anticristo” não venha a também contaminar as nossas mentes…

- A primeira característica do casamento é a sua heterossexualidade. “Deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher e serão ambos uma só carne” (Gn.2:24). As Escrituras são bem claras no sentido de dizer que somente pode haver casamento entre um homem e uma mulher, pois cada “sexo” é uma “parte” e o casamento pressupõe a “unidade”, que somente se obtém quando há a união de cada parte.

- Os “casamentos de pessoas do mesmo sexo”, portanto, são completamente inadmissíveis à luz da Bíblia Sagrada, pois jamais dois homens ou duas mulheres poderão construir a unidade que é fundamental para que haja casamento. Trata-se de uma aberração, de mais uma artimanha satânica, pois, entre outras coisas, um “casamento de pessoas do mesmo sexo” não reproduz a espécie humana. Se todos resolvessem adotar este modelo, em uma geração a humanidade se extinguiria, o que nos mostra como se trata de um ardil do inimigo, cujo papel é, precisamente, o de matar, roubar e destruir (Jo.10:10).

- A segunda característica do casamento é a sua consensualidade. O casamento é um ato de vontade dos cônjuges em que resolvem “deixar pai e mãe” e “apegar-se ao seu cônjuge”. Trata-se de um ato voluntário, expressão do livre-arbítrio dos nubentes (ou seja, aqueles que desejam se casar). A Declaração Universal dos Direitos Humanos bem atesta esta realidade ao afirmar, em seu artigo XVI, nº 2: “O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes”.

- Não se pode forçar pessoa alguma a casar com alguém. O casamento deve ser sempre um ato voluntário, uma escolha livre e consciente do nubente, feita com o máximo cuidado e cautela, dado o caráter irreversível de que tal decisão se reveste. As Escrituras falam em “deixar e se apegar”, expressões que revelam o caráter voluntário, que deve ser respeitado, pois o livre-arbítrio foi dado por Deus aos homens.

- Este, aliás, é mais um fator que explica porque o casamento é símbolo das uniões entre Deus e Israel e entre Cristo e a Igreja. Deus não forçou Israel para que aceitasse assumir compromisso com Ele, como também Jesus jamais obriga ou constrange o homem a tê-l’O como Senhor e Salvador. Este mesmo livre-arbítrio que é deixado por Deus a israelitas e à Igreja, deve, também, nortear a escolha dos cônjuges.

- Esta característica vemos bem realçada no episódio que envolveu as filhas de Zelofeade, quando o Senhor deu ordem a Moisés para que dissessem àquelas mulheres solteiras que se casassem com quem quisessem, desde que se casassem na família da tribo de seu pai (Nm.36:5-12), princípio que é repetido em o Novo Testamento, como vemos no ensino de Paulo aos coríntios a respeito do casamento (I Co.7:36-39).

- Vemos, portanto, que não há qualquer fundamento bíblico para que pessoas sejam obrigadas a se casar por quaisquer circunstâncias, como, por exemplo, no que é mais comum em nossos dias, quando há fornicação entre duas pessoas em que resulte uma gravidez. Há um entendimento de que, em tais casos, as pessoas “são obrigadas a se casar”, como se o casamento tivesse o poder de apagar o pecado cometido (no mais das vezes, o casamento busca é encobrir o pecado cometido, o que já é um mau sinal, pois quem encobre a transgressão jamais prosperará, como ensina Pv.28:13). Ninguém é obrigado a casar, mesmo em tais circunstâncias, pois o casamento é um ato que deve decorrer da vontade das pessoas.

- A terceira característica do casamento é a fidelidade. O casamento é um compromisso assumido entre marido e mulher de estabelecerem uma vida em comum. Portanto, em se tendo compromisso, não há que se falar em outra atitude senão a fidelidade. Teremos uma lição a respeito deste assunto (lição 6), mas é importante salientar que fidelidade implica em “atributo ou a qualidade de quem ou do que é fiel (do latim fidelis), para significar quem ou o que conserva, mantém ou preserva suas características originais, ou quem ou o que mantém-se fiel à referência”, é “constância, firmeza nas afeições, nos sentimentos, perseverança”, “cumprimento dos compromissos assumidos”.

- Marido e mulher, quando se casam, assumem o compromisso de manter uma vida em comum, de viverem um em função do outro, compromisso este que deve ser preservado até o final do relacionamento, que se dá com a morte ou com o arrebatamento da Igreja.

- Bem se vê, portanto, que não têm qualquer respaldo bíblico os chamados “casamentos abertos”, ou seja, “casamento no qual os parceiros envolvidos concordam que relações extraconjugais não são consideradas como traição ou infidelidade, e podem ser vividas pelos dois parceiros juntos ou separadamente”. A fidelidade não decorre da vontade dos cônjuges, mas do próprio ato, da própria natureza do casamento, tanto assim que é ele o símbolo da união entre Deus e Israel e entre Cristo e a Igreja, sendo que Deus é fiel e, se formos infiéis, Ele permanece fiel, pois não pode negar-se a Si mesmo (II Tm.2:13).

- A quarta característica do casamento é a pureza sexual. Esta pureza sexual decorre da fidelidade dos cônjuges, mas as Escrituras são enfáticas ao dizer que o casamento deve ter “um leito sem mácula” (Hb.13:4) que, como vimos, significa a ausência de “porneia” no relacionamento conjugal, o que, de pronto, elimina os chamados “casamentos abertos”.

- Haveremos de melhor estudar a questão na lição 9, mas, desde já, vemos que, no casamento, o sexo há de ser praticado dentro dos parâmetros bíblicos de moralidade e decência, não sendo verdade que “marido e mulher podem tudo entre quatro paredes”. O sexo bíblico é, sobretudo, santo, pois foi criado por Deus que tem na santidade um de Seus principais e mais propalados atributos (Lv.11:44,45; 19:2; 20:26; 9:2; Is.6:3; I Pe.1:15,16).

- A quinta característica do casamento é a comunhão. O casamento estabelece entre marido e mulher uma comunhão que, como dizia o jurista romano Modestino, é uma comunhão tanto material quanto espiritual. Marido e mulher passam a ter um único projeto de vida, passam a viver um em função do outro, já não se pertencem mais a si mesmos, mas, sim, ao outro.

- O apóstolo Paulo bem expressou esta realidade ao dizer que o corpo do marido não é mais seu, mas, sim, da mulher e vice-versa (I Co.7:4). Forma-se uma unidade que não se confunde nem com o marido nem com a mulher. O casamento como que “cria” um novo ser – o casal, de que marido e mulher são apenas participantes.

- Esta comunhão é mais um elemento que faz com que o casamento seja um eloquente sinal da união entre Cristo e a Igreja. A comunhão existente entre o cristão e o Senhor Jesus é tanta que o apóstolo Paulo afirmou que não mais vivia, mas era Cristo que nele vivia e a vida que ele agora vivia, vivia-a na fé do Filho de Deus, que o amara e a Si mesmo Se entregara por ele (Gl.2:20).

- De igual modo, quando há o casamento, os cônjuges passam agora a viver um em função do outro, não vivem mais a sua vida para si, mas em relação ao outro, num “negar-se a si mesmo” que bem caracteriza o gesto tomado por todo aquele que recebe a Cristo como seu Senhor e Salvador.

- Esta comunhão não é apenas material, não compreende apenas as coisas desta vida. É evidente que os cônjuges, ao se casarem, devem ter um só projeto de vida, devem desempenhar todas as atividades terrenas levando em conta o outro, não construindo ideais e planos egoísticos que, aliás, têm sido a causa de muitos fracassos matrimoniais. Ambos passam a ser “uma só carne”, não podem mais viver sem levar em conta o outro.

- No entanto, esta comunhão, como já observava o pagão Modestino, também há de abranger o aspecto espiritual. Marido e mulher devem ambos estabelecer uma unidade de vida espiritual, devem ambos entender o projeto de Deus para suas vidas e obedecer-Lhe em todos os ditames estatuídos.

- Com o casamento, forma-se o “cordão de três dobras”, segundo o qual Deus, marido e mulher constroem, aqui na Terra, um ambiente propício para a adoração a Deus, um verdadeiro “lar”, a fim de cumprirem os desígnios divinos estatuídos para o ser humano.

- Por isso, o apóstolo Paulo diz que o varão é a cabeça da mulher, mas Cristo, a cabeça do varão, como também Deus, a cabeça de Cristo (I Co.11:3). No casamento, temos de ter a reprodução da comunhão existente entre o Pai e o Filho, que é o objetivo de toda a obra redentora do Senhor Jesus (Jo.17:21).

- Tem-se, então, a razão pela qual não se pode admitir que haja casamentos com “jugo desigual”, ou seja, em que os cônjuges não professem a mesma fé em Cristo Jesus, pois, diante desta circunstância, como se poderia estabelecer uma “comunhão espiritual” no casamento? Um casamento que se forme sem que haja esta unidade da fé jamais poderá cumprir os propósitos estatuídos por Deus para o casamento e, por conseguinte, para a família que ele constituirá.

- Esta comunhão material e espiritual do casamento é o fator determinante para que a família cumpra o desiderato divino de ser um ambiente onde se manifeste a glória de Deus e, como tal, ser um elemento propagador do Evangelho e da salvação em Cristo Jesus. Com a unidade, diz-nos Nosso Senhor, é possível que a glória dada ao Pai pelo Filho se transmita aos salvos (Jo.17:22) e, deste modo, as pessoas possam reconhecer a Deus (Mt.5:16).

- A sexta característica do casamento é a sua perpetuidade terrena, ou seja, o casamento deve perdurar durante toda a nossa existência terrena, como se costuma dizer “até que a morte separe os cônjuges” (Mt.19:1-9; Mc.10:2-9; Rm.7:1-3; I Co.7:39). Esta perpetuidade restringe-se, porém, à dimensão terrena, pois, como o Senhor Jesus ensinou em Seu diálogo com os saduceus, na dimensão eterna não há casamento (Mt.22:29,30).

- O casamento, compromisso seríssimo, irreversível, é feito para durar durante toda a existência terrena. É uma aliança solene efetuada não só entre os cônjuges, mas, também, perante Deus e os homens. Deus mesmo Se faz testemunha deste enlace (Ml.2:14). É algo duradouro, que somente se deve desfazer quando da morte.

- Não estamos a dizer, porém, que o casamento seja indissolúvel, como defende a Igreja Católica Apostólica Romana, porquanto o casamento, sendo um ato que tem por finalidade a comunhão tanto material quanto espiritual, há de ser, sempre, um instrumento para a glorificação do nome do Senhor e situação há, como haveremos de estudar na lição a respeito do divórcio (lição 7), em que há a possibilidade de se ter em xeque a própria salvação de um dos cônjuges por causa do casamento, caso em que a dissolução é possível.

- A sétima característica do casamento é, de longe, a mais importante, qual seja, o amor. A própria essência do casamento é o amor. Duas pessoas somente podem se casar se realmente se amam e amar não é um sentimento apenas, mas, sobretudo, um comportamento, uma conduta consistente no “abrir-se para o outro”, no “negar-se a si mesmo”, no querer entregar-se ao outro.

- Em Gl.2:20, há pouco citado, vemos que o apóstolo Paulo dizia que não mais vivia, mas era Cristo quem nele vivia, porque Cristo o amara e Se entregara a Si mesmo por Paulo. É esta a atitude que deve existir entre os cônjuges e, por isso, a união entre Cristo e a Igreja é simbolizada pelo casamento (Ef.5:22-33).

- Quando se fala em amor no casamento, em nossos dias, há toda uma ideia de “romantismo”, de “sentimentalismo”, de “paixão”, o que, entretanto, nada tem que ver com o que as Escrituras falam a respeito de amor. O amor que aqui se está a falar é o “anular-se”, o “destruir o ego” em prol de uma vida em comum com o cônjuge. É a renúncia de si próprio em nome de um projeto de vida comum com o outro, é o “entregar-se a si mesmo”, o “viver para o outro”.

- O que, muitas vezes, considera-se como o amor é o prazer de ter a companhia de alguém, o de satisfação dos próprios desejos ao lado de outrem, o sentir-se bem com alguém, sem que se tenha a mínima vontade ou desejo de se abrir mão de seus sonhos, projetos, planos, sem que se abra mão do “eu”. Assim, quando se constroem barreiras e obstáculos a tais sentimentos egoísticos por conta do outro, diz-se que “acabou o amor” e se sentencia o “fim do casamento”.

- Tais atitudes, lamentavelmente tão corriqueiras inclusive entre os que cristãos se dizem ser, revelam um total desrespeito e desconsideração com o casamento, com o “matrimônio”, em que a ideia de autonegação já está presente, visto que “matrimônio” significaria “a proteção da mulher-mãe pelo marido-pai” ou “aviso à mãe para não abandonar o seu marido”, ambos conceitos que implicam na renúncia do ego em prol do cônjuge.

- O amor existente entre marido e mulher, portanto, não é apenas o amor conjugal, que os gregos denominavam de “storge”, próprio das relações afetivas, mas, sobretudo, o amor divino, o amor denominado “agape”, que se encontra descrito pelo apóstolo Paulo em I Co.13, um amor sacrificial, um amor de renúncia e de entrega ao outro, amor este que, por ter origem divina, somente pode vir a cada um dos cônjuges por obra do Espírito Santo (Rm.5:5).

OBS: “… Storge é o nome da divindade grega da amizade. Por isso, quem sente essa forma de amor valoriza a confiança mútua, o entrosamento e os projetos compartilhados. Essa espécie de amor começa de maneira tão gradual que quem sente não sabe dizer exatamente quando começou. Os namorados-amigos não tendem a ter relacionamentos calorosos, mas, sim, tranquilos e afetuosos, preferem cativar a seduzir. E, em geral, mantêm ligações duradouras e estáveis. O que conta nesse tipo de amor é a confiança mútua e os valores compartilhados. As pessoas que têm esse tipo de amor revelam satisfação com a vida afetiva. Acontece geralmente entre grandes amigos. Normalmente, a pessoa com esse tipo de amor conhece muito bem ao outro.…” (Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Amor Acesso em 08 fev. 2013).

- É esta, aliás, a razão de ser pela qual se deva antes do casamento ter-se um período de “namoro”, que nada mais é que a busca da presença do amor “storge” no pretendente a ser cônjuge. O namoro é necessário para que saibamos se naquela pessoa que despertou o nosso interesse existe o amor por nós, elemento que é fundamental para que possamos construir uma vida em comum com esta pessoa. “Namoro” vem de “EM+AMOR”, ou seja, é a pesquisa para se saber se há amor naquele com quem se cogitou em casar.

- O amor “storge” “…é o amor mais relacionado à família – Rm 12.10 – Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. O desaparecimento desse amor é mencionado em Rm 1.31 – insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia e 2 Tm 3.3 – sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons. O AMOR FAMILIAR – num certo sentido todos somos filhos de Adão, porém nem todos somos filhos de DEUS, somente os nascidos de novo, regenerados pelo poder da Palavra de DEUS, assim a família de DEUS só é formada por salvos em CRISTO. A família moderna estrutura-se basicamente em torno do casamento, e nesse sentido, é uma família conjugal. (…). A relação familiar é algo extremamente COMPLEXA e DINÂMICA. Daí o amor se constituir em um desafio de escolha a cada dia: escolher amar o outro apesar das diferenças e do desgaste que muitas vezes a relação apresenta diante do fator tempo.Você pode estar pensando que isso não é fácil, mas com a sua escolha adicionada à graça de Deus torna-se possível. Porque família é projeto de Deus em primeiro lugar; Ele é o maior interessado. Mas família também tem que ser projeto de homens e mulheres; ou seja, É PRECISO IMPLICAÇÃO DE CADA MEMBRO FAMILIAR.…” (Amor storge – familiar. Disponível em: http://ibne-itaperuna.blogspot.com.br/2011/04/amor-storge-familiar.html Acesso em 08 fev. 2013).

- Assim, torna-se preciso verificarmos, no namoro, se há a presença do amor “storge” naquele que pretendemos seja nosso cônjuge, amor este que somente se criará se a pessoa pretendente demonstrar ter o amor “agape”, pois sem este não será possível desenvolver-se o outro.

- Não basta, porém, que este amor esteja presente no instante do casamento. É mister que ele perdure durante toda a vida. Lembremo-nos que o Senhor Jesus amou os Seus até o fim (Jo.13:1). Só há verdadeiro amor se ele for “até o fim”, pois este foi o amor apresentado pelo Senhor Jesus à humanidade.

OBS: “…Com a Última Ceia, chegou a ‘hora’ de Jesus, para a qual se orientava a Sua atividade desde o princípio (cf. Jo.2:4). O essencial dessa hora é delineado por João com duas palavras fundamentais: é a hora da ‘passagem’ (metabaínein – metabásis); é a hora do amor (agápe) ‘até o fim’. As duas expressões clarificam-se reciprocamente, sendo inseparáveis uma da outra. O amor é precisamente o processo da passagem, da transformação, da saída dos limites da condição humana votada à morte, na qual estamos todos separados uns dos outros e, no fundo, impenetráveis uns aos outros – numa alteridade que não podemos ultrapassar. É o amor até o fim que realiza a ‘metabásis’ aparentemente impossível: sair das barreiras da individualidade fechada – eis o que é o agápe, a irrupção na esfera divina. A ‘hora’ de Jesus é a hora da grande ‘passagem mais além’, da transformação, e esta metamorfose do ser realiza-se por meio do ágape. É um agápe ‘até o fim’ – expressão essa com que João, neste ponto, remete de antemão para a última palavra do Crucificado: ‘Está consumado – tetélestai’ (Jo.19:30). Esse fim (télos), essa totalidade da doação, da metamorfose de todo o ser é precisamente o dar-se a si mesmo até a morte.…” (BENTO XVI. Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém até a Ressurreição, p.60).

- Não há como dar-se a si mesmo senão se tal doação não for até o fim, até o momento da cessação da nossa existência terrena. Por isso, este amor deve ser cultivado a cada momento, a cada instante, pois se até o amor “agape” pode desaparecer (Mt.24:12), quanto mais o amor “storge” dele decorrente. Não é à toa que se costuma dizer que o amor é como uma planta, precisa ser regado todos os dias para que não se extinga.

- Assim como, na vida cristã, todos os dias somos entregues à morte por amor de Jesus (II Co.4:11), também devemos diariamente renunciar a nós mesmos, anularmo-nos em prol de nosso cônjuge. A característica do casamento é a presença deste amor, pois só ele poderá fazer com que as intempéries da vida não abalem o nosso relacionamento conjugal (Ct.8:6,7).

- Não se trata, como dito acima em citação de bela reflexão feita na Igreja Batista Nova Ebenézer de Itaperuna/RJ, de algo que possamos obter por nós mesmos, mas de algo que, certamente, provém da graça de Deus, pois a comunhão existente entre os cônjuges jamais pode prescindir a presença do Senhor que não é apenas testemunha de nosso enlace matrimonial, mas quer ser participante de nosso relacionamento. Somente o “cordão de três dobras” é capaz de não quebrar tão depressa (Ec.4:12).

- Temos tido casamentos bíblicos entre nós? Temos observado o “modelo do fabricante”? Recorramos ao Senhor para que as famílias em nossas igrejas locais possam atender a estas exigências da Santa Palavra do Senhor. Amém!

Colaboração para o portal Escola Dominical - Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco

Lição 2: O Casamento Bíblico II

TEXTO ÁUREO

"Portanto, deixará o varão o seu  pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne"  (Gn 2.24).

VERDADE PRÁTICA

O casamento é uma instituição divina, sendo constituído pela união indissolúvel de um homem e de uma mulher: monogâmico e heterossexual.

LEITURA DIÁRIA

Segunda - 1 Co 7.1,2 Uma  mulher, um  marido

Terça - Ef 5.25-27 Ao marido: o amor faz  sacrifícios

Quarta - Ef 5.22-24 A mulher: participante da mesma missão

Quinta - 1 Tm  3.2 O bispo: marido de  uma mulher

Sexta - Gn 2.24 A monogamia é o modelo divino para o casamento

Sábado - Gn 29.21-23,28-31; 30.1-10 A poligamia e as suas tragédias

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Gênesis 1.27,31; 2.18,20-24

Gn 1.27 E criou DEUS o homem à sua imagem; à imagem de DEUS o criou; macho e fêmea os criou.

Gn 1.31 E viu DEUS tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto.

Gn 2.18 E disse o SENHOR DEUS: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja

como diante dele.

Gn 2.20 E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele. 21 Então, o SENHOR DEUS fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar. 22 E da costela que o SENHOR DEUS tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão. 23 E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. 24 Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

1.26 FAÇAMOS O HOMEM. Nos versículos 26-28 lemos a respeito da criação dos seres humanos; 2.4-25 supre pormenores mais específicos a respeito da sua criação e do seu meio-ambiente. Esses dois relatos se completam e ensinam várias coisas.

(1) Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de DEUS, não um produto da evolução (v. 27; Mt 19.4; Mc 10.6).

(2) O homem e a mulher, igualmente, foram criados à imagem e semelhança de DEUS. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com DEUS, ter comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles fariam isso conhecendo a DEUS e obedecendo-o (2.15-17).

(a) Eles tinham semelhança moral com DEUS, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o que era certo (Ef 4.24). Viviam em comunhão pessoal com DEUS, que abrangia obediência moral (2.16,17) e plena comunhão. Quando Adão e Eva pecaram, sua semelhança moral com DEUS foi desvirtuada (6.5). Na redenção, os crentes devem ser renovados segundo a semelhança moral original (Ef 4.22-24; Cl 3.10).

(b) Adão e Eva possuíam semelhança natural com DEUS. Foram criados como seres pes-soais tendo espírito, mente, emoções, autoconsciência e livre arbítrio (2.19,20; 3.6,7; 9.6).

(c) Em certo sentido, a constituição física do homem e da mulher retrata a imagem de DEUS, o que não ocorre no reino animal. DEUS pôs nos seres humanos a imagem pela qual Ele apareceria visivelmente a eles (18.1,2,22) e a forma que seu Filho um dia viria a ter (Lc 1.35; Fp 2.7; Hb 10.5).

(3) O fato de seres humanos terem sido feitos à imagem de DEUS não significa que são divinos. Foram criados segundo uma ordem inferior e dependentes de DEUS (Sl 8.5).

(4) Toda a vida humana provém inicialmente de Adão e Eva (Gn 3.20; At 17.26; Rm 5.12.

2.18 UMA ADJUTORA QUE ESTEJA COMO DIANTE DELE. A mulher foi criada para ser a amável companheira do homem e sua ajudadora. Daí, ela ser partícipe da responsabilidade de Adão e com ele cooperar no plano de DEUS para a vida dele e da família (ver Ef 5.22; Sl 33.20; 70.5; 115.9, onde o termo auxílio , referente a DEUS, tem o mesmo sentido que ajudadora, em 2.18).

CASAMENTO BÍBLICO

- Na Bíblia aparece mais a palavra boda, do hebraico "hãtunnã" e do grego "gamos".

No Evangelho de Mateus, capítulo 25, Cristo refere-se a um cortejo nupcial, ao mencionar as dez virgens da parábola que vão ao encontro do esposo. Jesus também participou das bodas de Caná, na Galiléia (Jo 2.1-3).

Entre os judeus, podia ser efetuado o casamento desde a idade núbil, isto é, desde os treze anos e um dia para os rapazes e doze anos e um dia para as meninas, porém o costume fixava a idade de dezoito anos. As viúvas ou repudiadas não podiam contrair novo matrimônio antes de se passarem três meses, depois da separação. Os esponsais tinham o mesmo valor legal que o matrimônio; esses esponsais duravam mais ou menos um ano, quando os noivos se comunicavam através de intermediários. Depois do período de noivado, havia a festa, que não trazia nenhuma cerimônia religiosa em si. No sábado seguinte ao início da festa do casamento, os novos esposos eram levados à sinagoga (no tempo do Novo Testamento) e o marido era convidado a fazer a leitura e a exposição de uma passagem bíblica. Depois, o mesmo cortejo que os trouxera à sinagoga levava-os para a casa deles (noivos). O novo casal desfrutava de certas regalias, durante um ano (Quando um homem for recém-casado não sairá à guerra, nem se lhe imporá encargo algum; por um ano inteiro ficará livre na sua casa para alegrar a mulher, que tomou.Dt 24.5).

Acerca dos direitos e deveres dos cônjuges, a esposa podia exigir do marido dez coisas, três das quais estão estipuladas na Lei: o alimento, o vestido e o dever conjugal (Êx 21.10) e as outras sete são prescritas pelos doutores: ajuda na enfermidade, resgate para a remissão do cativeiro, sepultura na morte, permanência ao lado do marido, casa na viuvez, comida para os filhos, uma parte da herança e o dote para os filhos. As obrigações da esposa são: o seu trabalho, sua presença habitual. etc.

Nos dias do Antigo Testamento, o casamento era negociado pelos pais dos noivos. O homem que desejasse uma esposa tinha de comprá-Ia, e o preço estabelecido, de acordo com o que se lê na Bíblia (Dt 22.29), era de cinquenta siclos de prata, cujo pagamento poderia ser feito em camelos, ovelhas ou em dinheiro. Esse pagamento era chamado "mon­har" .

Se o casamento fosse pacífico, não era tratado diretamente pelo noivo nem pela noiva. Os intermediários no trato do consórcio eram os amigos do noivo. O contato dos intermediários com a família da noiva exigia que estes "levassem presentes para a noiva e não podiam ir de mãos vazias. A noiva não tinha a menor interferência nas negociações de seu casamento com o noivo. Não tinha o direito de recusar o homem que lhe escolhessem para marido. Nos tempos do Novo Testamento, era permitido que as jovens de maior idade recusassem uma união que lhes desagradasse, mesmo que tivesse sido combinada pelos pais.

No contrato de casamento não estava a ação de qualquer mulher, nem mesmo da mãe da noiva. Todos os assuntos relacionados com o enlace eram realizados pelo pai da noiva e, na falta deste, pelo irmão mais velho; na falta do irmão, um amigo de confiança ou mesmo um servidor da casa poderia ser o intermediário. Em Gênesis 24, aparece Abraão dando instruções ao seu servo para procurar uma esposa para Isaque. O próprio Isaque desempenhou papel secundário. Convém lembrar que os casamentos desses dias distantes deviam realizar-se entre pessoas da mesma tribo; não se admitiam casamentos com estrangeiros.

Em certas épocas e lugares, o noivo não podia escolher qualquer moça para sua esposa. Se pretendesse casar-se com uma jovem de determinada família, somente podia fazê-Io com a irmã mais velha, quer fosse feia ou bonita, inteligente ou ignorante, dedicada ou desgovernada. Foi o que aconteceu a Jacó, quando pretendeu casar-se com a filha de Labão, fato que está registrado em Gênesis 29.26: "E disse Labão: Não se faz assim no nosso lugar, que a menor se dê antes da primogênita". Se o matrimônio envolvia pessoas de recursos, então a distribuição entre os pobres de vinho, azeite, figos e nozes fazia parte da cerimônia. Onde as manifestações e regozijo culminavam era no cortejo nupcial que consistia no acompanhamento da noiva da casa de seu pai até a casa do noivo. Desse desfile participavam os amigos dos noivos, as virgens e os mancebos, e todo o povo. O desfile era realizado à noite. Os integrantes do cortejo nupcial levavam lâmpadas que queimavam azeite. Essas lamparinas deviam ser abastecidas antes do desfile. A pressa ou a falta de cuidado dos servidores encarregados de encher de azeite as lamparinas, às vezes, causava embaraços e perturbações, pela falta de luz. Foi baseado nesse costume que Jesus Cristo apresentou aos homens de seus dias a parábola das dez virgens que foram esperar o noivo, porém, as lâmpadas de algumas não tinham azeite, não estavam preparadas e, quando foram abastecer-se, o noivo apareceu e elas não puderam acompanhá-Io, perdendo o privilégio de recebê-lo.(Mt 25.10-12). Nenhuma pessoa podia aproximar-se do cortejo sem alguma espécie de luz; as luzes eram chamadas de "mesh-als"; a estopa ou farrapos de linho eram muito torcidos e colocados em certos vasos de metal, no topo de um pedaço de madeira. Às vezes, a lâmpada era levada numa das mãos, enquanto que na outra havia um vaso com azeite, para abastecê-Ia.

As bodas, ordinariamente, duravam sete dias (Gn 29.27; Jz 14.12). Os convidados das duas partes eram chamados de filhos das bodas (Mt 9.15). Havia os companheiros do noivo e as companheiras da noiva (Jz 14.10-18; SI 45.9,14,15). As amigas da noiva cantavam o "Epithalamium" ou cântico nupcial, à porta da noiva, antes do casamento. Todos os convidados da festa acompanhavam o noivo, na tarde do primeiro dia, da casa dos pais da noiva à casa do noivo, onde estava preparada a mesa do banquete e a câmara nupcial. Nessa hora a mãe já havia coroado o noivo com um turbante especial (Ct 3.11; Is 62.3).

A esposa era levada ao esposo coberta com um véu (Gn 24.65; 29.25). Enfeitada para o esposo, tendo um cinturão próprio do casamento (Jr 2.32), ela aguardava o esposo no quarto das mulheres, o tálamo nupcial (JI 2.16). Em grego, os noivos recebem o nome de "nymphios". Conde, Emílio, 1901-1971 - Tesouro de conhecimentos bíblicos / Emílio Conde. - 2' ed. ­Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1983.

BODAS

Significando "noivado" Ou "compromisso de casamento" - eram consideradas quase tão sérias quanto o próprio casamento ­(Dt 20.7; 22.23,25,27,28; Os 2.19,20; Lc 1.27; 2.5). Isto explica a preocupação de José em relação a Maria, e sua decisão de deixá-la (Mt 1.18,19). O homem noivo era, às ve­zes chamado de esposo (Dt 22.23; Mt 1.19), e a jovem, de mulher (Gn 29.21; Dt 22.23,24; Mt 1.20). Embora a Bíblia não legisle, exceto em Deuteronômio 22, quanto a um noivado rompido, o código de Hamurabi o faz. Ele exigia que, se o futuro marido rompesse o noivado, o pai da noiva poderia manter o presente para a noiva, e se o pai da noiva renunciasse, ele pagaria em dobro o presen­te recebido (Dote). Um homem poderia declarar as suas intenções e efetuar um noivado estendendo a sua capa sobre a sua amada (Rt 3.9; cf: Dt 22.30; 27.20; Ez 16.8).

Figurativamente, no AT, a nação de Israel é considerada como tendo sido desposada ou como tendo noivado com Jeová no deserto (Jr 2.2; cf. Ez 16.8), mas que pela idolatria mais tarde tornou-se a esposa adúltera de Jeová (Os 2.2,16-23), agora repudiada, mas que será finalmente restaurada. O NT se refere à igreja como a noiva desposada de Cristo (2 Co 11.2; Ef 5.25-32; Ap 19.6.8).

A Natureza do Casamento

1. O casamento faz parte da própria ordem da criação.

Deus revelou ao homem que ele precisava de uma esposa (Gn 2.18) e que a esposa precisava de um marido (Gn. 3.16). Desde o começo, Ele criou a mulher para o homem e o homem para a mulher (Gn 1.26,27). Desde o início o homem entendeu que era vontade de Deus que ele tivesse uma esposa. "Osso dos meus ossos e carne da minha carne" (Gn 2.23) e que deveria amá-la e cuidar dela como de si próprio. Paulo escreveu: “Assim devem os maridos amar a sua própria mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja" (Ef 5.28,29).

2. O casamento é um sacramento de sociedade.

No casamento, assim como na união sexual em particular, o homem e a mulher sentem prazer e fazem dele a demonstração exterior daquilo que é uma graça interior. ­Sacramentado por Deus, (cf. 1 Tm 4,.3) ele representa a mais elevada expressão de afeto mútuo e a mais profunda comunhão humana, e por isso o próprio Deus usou o casamento para expressar a incalculável profundidade de seu amor por nós.

3. O casamento é um pacto solene celebrado entre um homem e uma mulher dentro de uma perfeita liberdade, e através do qual prometem entre si o amor e a fidelidade, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na prosperidade e na adversidade enquanto viverem. De acordo com a visão de Deus, ele somente termina com a morte ou então por causa de uma grave infidelidade ou separação de um cônjuge descrente (Mt 5.32; 19.9; Rm 7.2,3; 1 Co 7.15). Esse pacto deve ser celebrado apenas entre duas pessoas que compartilhem o mesmo espírito e fé, pois "que parte tem o fiel com o infiel?" (2 Co 6.14.15).

4. O casamento é uma vocação, um convite de Deus para a demonstração a todo o mundo, da mais elevada forma de amor mútuo (Gn 2.23,24; Ef 5.21ss.). Também é a maneira correta de se gerar filhos (Gn 33.5; 48.4; Dt 28.4; Js 24.3,4; Sl 127.3), alimentá-los física e espiritualmente, e o ambiente mais propício para lhes ensinar a Palavra de Deus (Dt 6.7-20; 11.18-21; Pv 22.6) e treiná-los para serem bons cidadãos (Pv 13.24; 19.18; 22.15; 28.13; 29.15,17).

Os Propósitos do Casamento

1. A propagação da raça humana.

É a forma Divina de desenvolver a espécie chamada humanidade. No caso dos seres angelicais, Deus criou cada um deles individualmente, mas no caso da humanidade, Ele criou um homem e uma mulher e toda a raça humana descendeu desse primeiro casal. Deus só poderia ter redimido separadamente cada anjo caído se Cristo morresse individualmente por cada um deles, mas Ele pôde redimir a raça humana de Adão com uma única morte de Cristo, pois Ele estaria representando a raça como um todo. É à luz desse fato que entendemos o significado de 1Coríntios 15.22: "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo".

Deus preferiu gerar filhos espirituais que irão amá-lo por causa de sua soberana graça salvadora e trazer-lhes a vida através do relacionamento do casamento. Os aspectos sacramentais e da propagação da espécie do casamento ficam dessa forma reunidos e a geração dos filhos se torna um ato de santidade para a verdadeira glória de Deus.

2. É a maneira de Deus criar os filhos.

Filhos precisam de um lar, e de pais dentro deste lar. No lar eles recebem abrigo e alimento. Através da vida de seus pais eles aprendem o que significa o verdadeiro amor porque são o objeto do amor dos pais e porque veem o amor recíproco que existe entre eles. Somente através dos pais eles podem entender plenamente o profundo e duradouro amor conjugal e, dessa forma, ficam preparados para esperar e procurar um amor igual para si mesmos. É nesse ponto que a discórdia conjugal e os lares desfeitos exercem o efeito mais devastador sobre os filhos. O filho que nunca observou a demonstração de um verdadeiro amor em seu lar não está pronto para enfrentar sozinho a vida. Deus também teve a intenção de que a demonstração de um verdadeiro amor entre país e filhos fosse a base para o entendimento do amor que Ele mesmo sentiu ao enviar o seu Filho para morrer pelos nossos pecados (cf.Ef 5.25-32).           

3. O casamento é a maneira de Deus incutir nos filhos os princípios da justiça e da autoridade responsável:

Os pais devem tratar os filhos com paciência e justiça. (Ef 6.4; Cl 3.21) e lhes ensinar o que é justo e direito. Devem dar exemplo de responsabilidade e autoridade na divinamente ordenada economia do lar (cf. 1 Tm 3.4,5,12; Tt 1.6). O pai, como o cabeça da esposa e do lar, embora consultando plenamente sua esposa de uma forma realmente democrática, é o responsável por todas as decisões. Isso ensina a submissão à autoridade e um verdadeiro senso de responsabilidade (Ef 5.21-24).

4. O casamento é o meio pedagógico de Deus ensinar aos filhos sobre Si mesmo.

Deus se intitula nosso Pai e demonstra que o seu amor é tão maravilhoso como o amor de um bom pai (Sl 103.13; Jo 3.16), tão terno como o amor de uma boa mãe (Is 49.15; 66.13; Mt 23.37), tão íntimo como aquele que existe entre o marido e a esposa (Ef 5.25ss.). Desse modo, todo o relacionamento dentro do Casamento e da família transparece na demonstração e nos ensinos daquilo que Deus é, da natureza do seu amor.

O lugar do Sexo

Embora o sexo tenha como objetivo estabelecido por Deus gerar filhos para povoar a terra e assim indiretamente encher o céu com filhos renascidos em Deus, ele também preenche importantes necessidades pessoais e familiares. O esposo necessita da esposa e a esposa necessita do marido, porque o homem é feito de tal maneira que as tensões da vida são aliviadas através do amor conjugal (1 Co 7.1-5). Ao mesmo tempo, nesse íntimo ato de amor são liberadas energias criativas tanto na vida do marido como da esposa.

Podemos observar melhor que Deus fez o homem e a mulher para o verdadeiro prazer e um mútuo companheirismo em Cantares de Salomão, onde as intimidades do amor conjugal e do prazer estão descritas de uma forma maravilhosa e pura. No relacionamento sexual todo o amor é expresso através de atos e palavras e é consumado em comunhão e união. É uma expressão de amor que pode ser exercitada com apenas uma pessoa por causa de sua natureza santa. Cada um mantém a experiência de um profundo amor pelo outro e somente por essa pessoa. Nesse sentido, ele é o exemplo típico de um relacionamento exclusivo que deve existir individualmente entre cada cristão e seu Senhor, e no qual nenhuma outra pessoa ou deus pode ter a permissão de participar (Ex 20.3; cf. Ef 5.25ss.).

Um casamento baseado em uma vida sexual plena e estável é feliz e equilibrado, desde que esse aspecto da vida seja a expressão do mais profundo amor e não a mera satisfação de desejos carnais. Ele é de grande importância para os filhos (assim como para o marido e a esposa), porque vêem não só um casamento estável, como também seu encanto, pureza, beleza, e profunda satisfação. Os filhos, por sua vez, podem aprender que o sexo é uma dádiva divina e pode ser verdadeiramente belo e maravilhoso quando usado de acordo com as intenções de Deus. Os cuidados que Deus coloca no ato sexual permitem aos filhos aprender com pureza e se conservarem puros, mais tarde usando o sexo de acordo com os propósitos Divinos, vendo que a plena liberdade e alegria no casamento realmente veem quando se vive dentro do âmbito do sétimo mandamento (1 Ts 4.3-8; Hb 13.4).

Como Deus Fala sobre o Casamento

Em primeiro lugar, Deus usa o casamento como uma metáfora para expressar o relacionamento de Cristo com a igreja, comparando Cristo com o noivo e a igreja com a noiva (Ei 5.24-32; Ap 19.7-9). Tanto o crente individualmente como a igreja em geral, sempre são considerados no sentido de ser a noiva em relação a Cristo (2 Co 11.2). A total submissão da virgem Maria à orientação e capacitação do Espírito Santo quando disse, “Cumpra-se em mim segundo a tua palavra" (Lc 1:38), representa uma analogia com o relacionamento que deve existir entre o Espírito Santo e o cristão. O fruto do Espírito deve ser introduzido e nascer na vida do crente (G15.22,23) assim como Cristo foi formado pelo Espírito no ventre de Maria (Lc 1.42).

No Salmo 45, Cristo é visto em toda a sua majestade e beleza juntamente com a sua Noiva Real, a igreja, para representar a pureza que Deus deseja de seus filhos. A Noiva é grandemente desejada por causa de sua beleza (v. 11) tanto exterior como interior. Seus trajes são delicados e belos até o mais ínfimo detalhe.       .

Monogamia

Embora a poligamia fosse praticada durante algum tempo no AT, ela só era permitida como uma medida temporária. Ela negava o principio do marido e a esposa serem uma única carne (Gn 2.24; Mt 19.5), e levou a muitos problemas conjugais. Tanto Abraão como Jacó sofreram muitas tristezas por causa disso (Gn 21.9ss.; 30.1-24), e Davi e Salomão se desviaram por causa de suas esposas pagãs (2 Sm 5.13; 1 Rs 11.1-3). Somente através da monogamia é possível evitar o ciúme dentro da família e ilustrar corretamente o relacionamento de Cristo com o crente (Ef 5.23ss.).

Casamento e Divórcio

O divórcio sempre representou um grave problema. O ensino de Cristo é encontrado em Mateus 5.31,32; 19.3-9; Marcos 10.2-12; Lucas 16.18. Ele revelou que era somente por causa da dureza do coração dos homens que Moisés permitiu uma lei de divórcio e que isso poderia verdadeiramente levar ao adultério (Mt 19.8,9). O casamento só deve ser anulado por motivo de fornicação (Mt 5.31,32; 19.9). Isso significa que um divórcio somente deveria ser permitido quando houvesse uma relação sexual com outra pessoa que não fosse o cônjuge. Mesmo no caso de pessoas comprometidas na etapa do noivado, este deve ser rompido caso um dos dois cometa o ato de fornicação. Cristo afirmou que o homem, assim como a mulher, podia cometer adultério se forçasse um divórcio injusto. Isso contrariava a opinião dos judeus que viam a mulher como a única culpada possível.

Embora exista uma diferença de opiniões, a maioria das igrejas considera que o divórcio pode ser permitido no caso de abandono voluntário. Se assim for, existem duas razões bíblicas: fornicação e adultério. Entretanto, as Escrituras aceitam que uma lei maior pode ser aplicada aos divorciados, isto é, a lei do perdão onde existe um verdadeiro arrependimento pelo pecado. Oséias perdoou e recebeu de volta a sua esposa adúltera porque a amava, assim corno Deus está disposto a perdoar e receber de volta a sua adúltera nação de Israel (Os 2.1,2; 3.1ss.; 14.1-8).R.A.K.

Costumes e Cerimônias Matrimoniais

1. A escolha da noiva:

Na Bíblia não existe qualquer restrição relativa à idade mais apropriada para o casamento, mas parece certo que as jovens se casavam muito cedo (Pv 2.17; 5.18). Em Isaías 62.5, o jovem, ao se casar, recebe o nome de bahur, isto é, o melhor, um jovem robusto e decidido na flor de sua capacidade física (cf. 1 Sm 9.2; Is 40.30; Am 8.13); a virgem recebe o nome de b’tula, uma jovem atraente e sexualmente pronta para o casamento (cf. Jl 1.8; Jr 2.32). No Talmude, os rabinos estabeleceram 12 anos como idade mínima para as meninas e 13 para os meninos.

Por causa da forte intluência tribal e da unidade do clã na sociedade patriarcal, os pais consideravam seu dever e prerrogativa assegurar esposas para seus filhos (Gn 24.3; 38.6).

Normalmente, a noiva em perspectiva, assim como o noivo, simplesmente concordava com os arranjos feitos de acordo com os interesses da família e da lealdade à tribo. Não é de admirar que muitas vezes os pais procurassem o casamento entre primos em primeiro grau, como por exemplo, no caso de Rebeca e Isaque. O casamento com mulheres estrangeiras era desaconselhado (Gn 24.3; 26.34,35; 27 .46; 8.8) e mais tarde foi totalmente proibido (Ex 34.16; Dt 7.3; Ed 10.2,3,10,11) pelo perigo de uma volta à prática da idolatria das demais nações. Casamentos mistos eram tolerados apenas no caso dos exilados (por exemplo, José, Gn 41.45; Moisés, Ex 2.21) e dos reis apenas por razões políticas.

Por outro lado, havia em Israel a oportunidade para casamentos baseados no namoro. O jovem podia declarar a sua preferência (Gn 34.4; Jz 14.2). Por exemplo, Mical se apaixonou por Davi (1 Sm 18.20). Na época do AT as mulheres não eram mantidas como reclusas, como nos países muçulmanos, e podiam sair às ruas com o rosto descoberto (cf. 1 Sm 1.13). Elas cuidavam das ovelhas (Gn 29.6; Ex 2.16), carregavam água (Gn 24.13; 1 Sm 9.11), colhiam nos campos (Rt 2.3) e visitavam outros lares (Gn 34.1). Dessa maneira., os jovens tinham a liberdade de procurar a futura noiva sozinhos.

2. O noivado:

A escolha da noiva era seguida pelo noivado (q.v.), que era um procedimento formal onde havia um compromisso maior do que no noivado de nossos dias. Os homens que iam se casar com as filhas de Ló já eram considerados como seus genros (Gn 19.14). Um homem que estava noivo era dispensado do serviço militar para poder tomar (isto é, casar-se com) sua esposa e viver com ela em sua casa durante um ano (Dt 20.7; 24.5). Qualquer imoralidade sexual com uma jovem noiva era um crime tão grave quanto o adultério (Dt 22.22-27). Inscrições encontradas no Oriente Próximo também indicam que o noivado era um costume reconhecido, que tinha consequências legais muito definidas.

Geralmente, o noivado era realizado por um amigo ou representante legal da parte do noivo (1 Sm 25.39ss.). E, no caso da noiva, por seus pais. Era confirmado através de juramentos (Em 1 Sm 18.21b lemos: “Serás hoje meu genro”. Nessa ocasião era discutida a quantia do “dote” (em hebraico mohar - Dote) com os pais da jovem, e era pago imediatamente à família da moça se a moeda corrente fosse o meio de compensação.

Tanto na antiga Mesopotâmia como em Israel o casamento era um simples contrato civil sem qualquer formalização através de uma cerimônia religiosa. Embora o AT não faça uma menção especifica sobre a exístência de um contrato de casamento por escrito, tais contratos estavam estipulados no Código de Hamurabi. Existem vários contratos de casamento entre os papiros encontrados na colônía judaica de Elefantine, do século V a.C., e essa prática é mencionada no Livro de Tobías (Tob 7.13). Os Talmudistas do Mishna chamam esse contrato de ketuba e dão minuciosas instruções sobre como usar e guardar o mohar. O termo "concerto" ou "aliança" (berit) em Provérbios 2.17 e Malaquias 2.14 podem estar fazendo alusão a um contrato por escrito.

3. Cerimônia de casamento:

A essência da cerimônia do casamento ou das festividades era o ato de retirar a noiva da casa do pai e trazê-la para a casa do noivo ou de seu pai. Dessa forma, havia uma verdade literal na expressão hebraica "tomar" uma esposa (por exemplo, Gn 4.19; 12.19; 24.67;38.2; Nm 12.1; 1 Sm 25.39-42; 1 Rs 3.1; 1 Cr 2.21).

Vestindo um turbante imponente (Is 61.10) ou uma coroa nupcial (Ct 8.11) como um ornamento, o noivo partia de sua casa acompanhado por seus amigos (Jo 3.29) ou ajudantes (Mt 9.15) tocando tamborins e também podendo ser acompanhado por uma banda (1 Mac 9.39). Como a procissão nupcial geralmente se realizava à noite (Ct 3.6-11), muitos portavam tochas ou lanternas (Mt 25.1-8). A alegria e a felicidade (Jr 7.34; 16.9; 25.10; Ap 18.22ss.) anunciavam sua aproximação à população local que ficava aguardando à porta das casas que ficavam à beira do caminho até a casa da noiva e também quando regressavam à casa do noivo (Mt 25.5,6).

A noiva aguardava lindamente vestida e adornada com joias (Sl 45.13ss.; Is 61.10; Ap 19.8). Para essa ocasião especial ela usava um véu (Gn 24.65; Ct 4.1,3; 6.7), que somente poderia retirar quanto estivesse sozinha com seu esposo, no escuro, na câmara nupcial (cf. Gn 29.23-25).

O noivo conduzia todos os convidados ao casamento, agora com a presença da esposa e seus acompanhantes (Sl 45.14b), até a casa de seu pai para a "ceia das bodas" (Ap 19.9). Todos os amigos e vizinhos eram convidados à festa do casamento (Gn 29.22; Mt 22.3-10; Lc 14.8; Jo 2.2) que era normalmente oferecida pelo pai do noivo (Mt 22.2). Recusar o convite para uma dessas festas representava uma grave ofensa (Mt 22.5; Lc 14.16-21). Geralmente, as festividades duravam uma semana (Gn 29.27ss.; Jz 14.10-12,17), mas o casamento era consumado na primeira noite (Gn 29.23). O anfitrião presenteava os convidados com vestes apropriadas (Mt 22.11); jogos e outras formas de diversão acrescentavam mais alegria à festividade (Jz 14.12-18). O último ato da cerimônia era conduzir a noiva à câmara nupcial (em hebraico, heder, Jz 15.1; Ct 1.4; Jl 2.16). Nesse quarto havia sido preparado um dossel (em hebraico, huppa,  Salmo 19.5, “tálamo”; Joel 2.16, um "aposento particular'" ou “recâmara”) sobre o leito ou cama nupcial (Ct 1.16). Em seguida, o noivo “entrava à noiva” (Gn 16.2; 30.3; 38.8) e o lençol manchado de sangue, dessa noite de casamento, era guardado como uma prova da virgindade da noiva (Dt 22.13-21).

4. Estado civil:

Em Israel, o estado civil do esposo era revelado pelo fato de que em hebraico ele é chamado de ba'al, o mestre ou senhor de sua esposa (Ex 21.22; Dt 21.13; 22.22; 2 Sm 11.26; Pv 12.4; 31.11,23,28). Isso traz a possibilidade de uma dupla interpretação para a profecia de Oséias 2.16, "E acontecerá naquele dia, diz o Senhor, que me chamarás ‘Meu marido’ e não me chamarás mais ‘Meu Baal”. O fato da esposa aceitar o papel de dependente do marido pode ser visto quando Sara se dirige ao esposo Abraão como “meu senhor” ('adoni, Gn 18.12; 1 Pe 3.6).

DICIONÁRIO BIBLICO WYCLIFF – CHARLES F. PFIFFER, HOWARD F. VOS, JOHN REA.

INTERAÇÃO

Professor, nesta lição  você ensinará a respeito do  casamento. No  decorrer da  semana, leia  o  texto bíblico com atenção e  medite na  bênção que é  o matrimônio. A união entre um homem e uma mulher não  é somente para a perpetuação da  raça humana, mas para a formação da  família, a inst tuição mais importante de  uma sociedade. O casamento tem sido  atacado violentamente pelo Diabo. O número de divórcios, até  mesmo entre os crentes, vem aumentando. O matrimônio é uma aliança divina, um sacramento indissolúvel. A Igreja do Senhor JESUS, como "coluna  e firmeza da  verdade" deve trabalhar em  favor da  família, defendendo o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel.

OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

Analisar os princípios da   monogamia.

Explicar os princípios da  heterossexualidade.

Conscientizar-se da  indissolubilidade do  casamento

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA

Professor, para a aula de  hoje sugerimos que reproduza o gráfico abaixo em  cartolina. leve-o para a classe e fixe-o em  um  lugar que poderá ser visualizado por todos durante o período

desse trimestre. De acordo com o gráfico, explique aos seus alunos o que a Palavra de DEUS ensina a respeito do  casamento. Diga  que os princípios e propósitos do todo-Poderoso para o matrimônio não mudaram e jamais mudarão.

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O CASAMENTO

Gênesis 2.18-24         

O casamento é uma ideia de DEUS

Gênesis 24.58-60

O compromisso é essencial para um casamento bem-sucedido.

Gênesis 29.10,11

O romance é importante

Jeremias 7.34

O casamento proporciona momentos de imensa felicidade.

Malaquias 2.14,15

O casamento cria  o melhor ambiente para a educação dos filhos

Mateus 5.32

A infidelidade quebra o vínculo da confiança, que é a base de  todos os relacionamentos.

Mateus 19.6

O casamento é permanente

Romanos 7.2,3

O correto é que apenas a morte dissolva um casamento

Efésios 5.21-33

O casamento está baseado nos princípios práticos do amor, não em sentimentos.

Efésios 5.23-32

O casamento é um  símbolo vivo de CRISTO e a Igreja.

Hebreus 13.4

O casamento é bom e honroso.

PALAVRA-CHAVE: casamento - é a união legítima entre um homeme e uma mulher.

RESUMO DA LIÇÃO 2 - O CASAMENTO BÍBLICO

I. O PRINCÍPIO DA MONOGAMIA

1. Monogamia X Bigamia.

2. A poligamia torna-se comum.

3. Em o Novo Testamento.

a) Uma  esposa e um marido.

b) A harmonia conjugal.

c) A monogamia na  liderança cristã.

II. O PRINCÍPIO  DA HETEROSSEXUALIDADE

1. "Macho e fêmea os criou".

2. "E se unirá à  sua mulher".

III. A INDISSOLUBILIDADE DO  CASAMENTO

1. Uma só carne. .

2. A porta de entrada para o divórcio. .

.

AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO I - Subsídio Teológico

"Da  indissolubilidade

A natureza indissolúvel do casamento vem desde a sua origem:

'Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma só carne' (Gn 2.24). O Senhor JESUS CRISTO disse que essa passagem bíblica significa a indissolubilidade do casamento: 'Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que DEUS ajuntou não separe o homem' (Mt 19.5,6). É uma união íntima entre duas pessoas de sexos opostos que assumem publicamente o compromisso de viverem juntas; é uma aliança solene, um pacto sagrado, legal e social. Não existe no universo, entre os seres vivos inteligentes, uma intimidade maior do que entre marido e mulher, exceto apenas entre as três pessoas da  trindade.

O voto solene de fidelidade um ao outro 'até que a morte os separe', que se ouve dos nubentes numa cerimônia de casamento, não é mera formalidade. Isso tem implicações profundas diante de  DEUS: 'Porque o SENHOR foi  testemunha entre ti e a mulher da tua mocidade' (Ml 2.14). O compromisso que os noivos assumem é diante de DEUS, independentemente de o casal ser ou não crente em JESUS. Isso diz respeito ao casamento per si,  vinculado de maneira intrínseca à sua natureza, pois assim DEUS estabeleceu essa aliança 'até que a morte os separe'" (SOARES, Esequias. Casamento, Divórcio & Sexo à Luz da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, pp.16-7).

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

GIlHAM, Anabel; Bill. Conversas  Francas sobre o Casamento. 7. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012.

SOUZA, Estevam Ângelo. ...e fez DEUS a família: O padrão divino para um lar feliz. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

Colaboração para o Portal Escola Dominical - Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva

Lição 2 - O casamento bíblico III

Gênesis 1.27,31; 2.18,20-24

I. O PRINCÍPIO DA MONOGAMIA

1. O significado da monogamia

1.1. Monogamia: (Gr) monos (único) gamia (casamento)

1.2. A monogamia é o modelo realizado por Deus desde o Gênesis (Gn 2.24)

            . Isaque casou-se aos 40 anos. Era monogâmico       

2. Apoligamia torna-se comum

2.1. Registros sobre bigamia:

            . Lameque, filho de metusalém (Gn 4.18,19; 5.25)

            . Esaú, filho de Isaque (Gn 26.34,35)

            . Elcana, (1Sm 1.4-8)

                        . Havia inveja, intrigas e brigas

. Abraão (Gn 16)

. Na vida de Jacó (Gn 29.21-23, 28-31; 30.1-10)

. Na vida dos reis de Israel (1Rs 11.4,7-9)

3. Em o Novo Testamento a poligamia é condenada por Jesus e pelo apóstolo Paulo

3.1. Os fariseus falaram em repudiar 'sua mulher' e não suas mulheres (Mt 19.5,6). Jesus refere-se apenas a uma esposa.

3.2. O apóstolo Paulo reafirma o assunto para a Igreja:

            a) Uma esposa e um marido (1Co 7.1,2)

            b) A harmonia conjugal (Ef 5.25; Cl 3.19)

            c) A monogamia na liderança cristã (1Tm 3.2; 3.12)

II. O PRINCÍPIO DA HETEROSSEXUALIDADE

1. 'Macho e fêmea os criou'

1.1 O Padrão de Deus

. Deus criou um ser masculino (Gn 1.26)

. Deus criou um ser feminino (Gn 1.27)

. Deus não uniu dois machos ou duas fêmeas

. O padrão de Deus é da heterossexualidade

1.2. Deus condena a homossexualidade (Lv 18.22; Rm 1.26)

            . Assim também condena o adultério

            . Assim também condena a prostituição

            . Assim também condena o falso testemunho

2. E se unirá à sua mulher (Gn 2.24)

2.1. Se não fosse a união heterossexual a raça humana não teria subsistido

III. A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO

1. Uma só carne

1.1. A união do casal é indissolúvel (Gn 2.24; Mt 19.6)

1.2. O pecado ruiu este princípio trazendo o divórcio

2. Várias situações que contribuem para a entrada do divórcio

2.1. Falta de união do casal

2.2. Falta de amor no casamento

2.3. Falta de obediência a Deus

2.4. Falta de perdão

2.5. Orgulho demais

3. Por conveniência o casal se apresenta à sociedade numa aparente alegria, mas na intimidade a união tornou-se insuportável

4. Aigreja tem como objetivo motivar os casais a viverem

Lição 2 - O casamento bíblico IV

O CASAMENTO DE ACORDO com a Bíblia

“Portanto, deixará o varão o seu p a i e a sua mãe e a pegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne”(Gn 2.24).

Para Deus, só existe casamento pela união entre um homem e uma mulher, união monogâmica e heterossexual. Fora desse formato é abominação a Deus. Os propósitos do casamento transcendem à visão hedonista e simplista, dos materialistas, que veem o ser humano no mesmo nível dos animais irracionais. Em sua percepção divina, o Criador viu que não seria bom o homem viver na solidão. E criou a mulher para completar o que lhe faltaria em sua existência. Foi a segunda grande decisão de Deus. Unir o homem e a mulher,“macho e fêmea”, instituindo, assim o casamento, não só para a procriação da raça humana, mas para a formação da família. O Diabo atacou o plano de Deus para o casamento. Ao longo dos séculos, ele tem induzido os homens a aceitarem outras formas de união,contrárias ao plano de Deus. O homossexualismo tem assumido proporções gigantescas, com apoio de governos, legislativos e judiciários. É uma agressão violenta à Lei de Deus, que tem trazido e vai acarretar muita maldição para a humanidade. Se Deus quisesse o casamento entre pessoas do mesmo sexo, teria feito dois Adões ou duas Evas. Mas não o fez. A sociedade pós-moderna é educada para o materialismo. Nas escolas de Ensino Fundamental, as crianças são orientadas para o liberalismo social, que se fundamenta no relativismo e no humanismo. O primeiro ensina que nada é certo e nada poder ser considerado errado.Tudo depende da subjetividade do momento. O segundo coloca o homem como o centro e a medida de todas as coisas. Com essa visão de mundo, não há lugar para os princípios absolutos, emanados da Palavra de Deus. O presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, disse em um de seus discursos: “O mundo mudou. E temos que mudar com ele”. Uma de suas primeiras medidas foi dar total apoio ao “casamento homossexual”. Pouco tempo depois, o Brasil entrou na mesma visão. O Judiciário, interpretando a Constituição sob uma ótica liberal e materialista, aprovou que “entidade familiar” não é formada apenas de homem e mulher, como prevê a própria Carta Magna. É também a união de dois homens ou duas mulheres, na chamada “união homo afetiva”. Em seguida, o Supremo Tribunal de Justiça decretou a aprovação do “casamento homossexual”. Há um poder sobrenatural guiando a mente dos líderes das nações. E o espírito do Anticristo. O apóstolo João, profeticamente, viu esse tempo perigoso para o mundo (1 Jo 4.3). Esse “espírito do Anticristo”, nos dias odiernos, tem se manifestado de modo agressivo e impertinente. Os líderes das nações não percebem, porque, em sua maioria, não acreditam em Deus e nem respeitam a sua Palavra. Mas é o “espírito” que governa as nações que se esquecem de Deus (SI 9.17).

I - MONOGAMIA - A BASE DO CASAMENTO

A palavra monogamia vem de dois vocábulos gregos: monos (único) e gamos (casamento), ou seja um único homem para uma única mulher.A monogamia é a forma de união prevista no plano original de Deus para o casamento e para a formação da família. Conforme Gênesis 2.24,esta é a síntese do pensamento de Deus acerca do casamento monogâmico: Deixará “o varão” os seus pais “e apegar-se-á à sua mulher” para se unirem exualmente (“uma só carne”). Ele não previu “o varão” unir-se “às suas mulheres”. Assim, como a Bíblia registra tantos casos de bigamia e poligamia? Devemos lembrar que toda a prática de atos e fatos errôneos resultaram da rebelião contra Deus, induzida pelo Diabo e levada a efeito pelo primeiro casal. A Queda foi o princípio de todas as distorções, tanto no plano espiritual,como na esfera moral, matrimonial, sexual, social e de toda a ordem estabelecida pelo Criador.

1. O início da distorção do matrimônio —A bigamia

Depois que Caim matou Abel, dando início aos ciclos de violência que prejudicam a vida e a sociedade, outros desvios de conduta se fizeram sentir, pouco a pouco, com o aumento da população na terra. Além da violência, causada pelo transtorno espiritual, psicológico, emocional e físico, consequentes do pecado, o homem foi adotando comportamentos estranhos ao plano de Deus. Um deles foi o de ter mais de uma mulher.O primeiro registro da bigamia está em Gênesis.Deus fez o primeiro casal, Adão e Eva. Seus descendentes podiam realizar o casamento consanguíneo, entre irmãos, primos, sobrinhos, etc.Era a forma de cumprir o que Deus determinara: “E Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra....” (Gn1.28). Mas tais uniões tinham que ser monogâmicas: um único homem e uma única mulher e vice-versa. Na quinta geração edênica, um descendente de Adão deu início à distorção em termos de união matrimonial.Lameque, filho de Metusael (Gn 4.18), ou Matusalém (Gn 5.25),por razões não explicadas, resolveu ter mais de uma esposa: “E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá” (Gn 4.19). Já havia milhares e milhares de pessoas na Terra.Para ser da quinta geração, Lameque já encontrou pessoas que viviam há mais de 200 anos. E resolveu adotar mais uma esposa.Interessante é que não há registro de estranheza para com esse comportamento. Talvez alguém ficou admirado, e achou até interessante um homem ter duas mulheres ao mesmo tempo. E muitos homens começaram a invejar Lameque e possuir mais de uma esposa.Tempos depois, Esaú, filho de Isaque desobedeceu a Deus e casou com duas mulheres heteias. O resultado não foi nada bom para a família (Gn 26.34,35), gerando amargura de espírito para a mãe de Esaú. Há casamentos que são motivo de tristeza, decepção e amargura para os pais. As duas esposas, filhas de povos estranhos, só trouxeram transtorno para a família de Isaque.No livro de 1 Samuel, temos outro exemplo negativo dos resultados da bigamia. Elcana, efrateu, filho de Jeroão, era homem de bem. Mas, assimilando o costume comum de sua época, casou-se com duas mulheres (1 Sm 1.2,3). Ana era a sua preferida. Ele a amava mais do que à Penina.Esse é um primeiro problema: não é possível um marido amar por igual a duas mulheres. Penina tinha filhos. Ana não os tinha, por ser estéril. Penina percebia que Elcana demonstrava mais amor a Ana do que a ela. E se tornou uma desafeta para Ana (1 Sm 1.6). Em consequência, Ana era uma mulher deprimida, vivia chorando, não tinha prazer sequer em se alimentar; seu marido procurava consolá-la, mas ela sofria muito,tanto pelo fato de não ter filhos, como, mais ainda, pelas provocações da outra esposa. Ela só descansou o seu espírito quando Deus ouviu sua oração e lhe deu um filho homem, Samuel, a quem entregou, ainda criança, para servir a Deus no templo, sob os cuidados do sacerdote Eli (cf. 1 Sm 1.26-29).

2. A poligamia torna-se comum

A lógica do pecado é sempre a mesma: nunca parar; sempre aumentar.A bigamia tornou-se prática comum. Afastando-se cada vez mais do plano de Deus, os homens incrementaram seus desvios. Ter duas mulheres já não fazia tanta diferença. E foram multiplicando o número de esposas. Com que finalidade? Ter mais filhos? Para quê? Dizem os sociólogos que o homem sentiu a necessidade de ter mais riquezas,e precisava de mão-de-obra. Por isso, passou a ter mais mulheres para aumentar sua prole utilitária. Tem lógica humana. Mas fere o plano de Deus. Filhos foram previstos para a perpetuação da espécie. A mão-de-obra é consequência. Ao que tudo indica, a poligamia é resultado da vaidade masculina, de exercer seu poder sobre mais pessoas, e de ter direito a ter relação sexual variada com mulheres diferentes. Isso não faz parte do plano de Deus para o matrimônio.Naturalmente, surgiram as nações, espalhadas pelo mundo, após o episódio da Torre de Babel. Religiões de demônios apareceram e se multiplicaram. Com total aprovação das práticas contrárias ao plano de Deus, inclusive a da poligamia. Seja qual for a explicação, fere ao princípio de Deus para o casamento. Por que Deus permitiu a poligamia? Não há consenso no entendimento dessa questão. Mas podemos inferir que Ele permitiu, ou tolerou, tendo em vista os primórdios da raça humana,e a necessidade da ocupação da Terra de modo mais rápido, tendo em vista que a mesma passava por grande deterioração ambiental, motivada pelas alterações cósmicas e ecológicas, em consequência do pecado, que prejudicou não só o homem, mas toda a geografia, a topografia e a ecologia do planeta. A povoação acelerada se fazia necessária.

A poligamia no Patriarcado

A nação israelita tem início com Abraão (2.400 a.C), começando o Período Patriarcal, em que a figura do homem manteve-se como absoluta,em termos de importância, em relação à mulher. Cometendo deslize em sua vida, deu mau exemplo, unindo-se a uma serva, por sugestão de sua própria mulher, que era estéril; era a bigamia e o concubinato legitimado,na família do “pai da fé” (Gn 16), trazendo sérios transtornosfamiliares, históricos e espirituais.Na época de Isaque (1860 a.C), ao que tudo indica, havia muito respeito,no seio da família, aos costumes adotados pelo patriarca Abraão.Isaque, já com 40 anos, teve sua esposa escolhida pelo próprio pai, entre os seus parentes que habitavam em Naor (Gn 24). Em Gerar, Isaque sofre a mesma ameaça da lascívia, que seu pai sofrera e vê sua esposa cobiçada por bimeleque (Gn 26.1-11).Porém, na época de Jacó (1750 a.C), ele casou-se com Raquel, sua amada. Mas foi forçado a ser bígamo pelo próprio sogro. Como Raquel era estéril, Jacó, aproveitando os costumes orientais, uniu-se às suas servas,Bila e Zilpa, e teve, juntamente com sua esposa Leia, dez filhos com elas, e mais dois filhos com Raquel, quando esta foi curada da esterilidade(Gn 29.32-35; 30.1-26). Jacó, o patriarca que deu origem às tribos de Israel, foi polígamo (Gn 29.21-23; 28-31; 30.1-10).Noé, ao que tudo indica, não entrou na onda da poligamia. Obedeceu ao plano de Deus para o casamento, mantendo-se casado com uma única esposa (Gn 7.7), apesar da corrupção geral do gênero humano (Gn 6.2).A degeneração moral era tanta, que Deus resolveu destruir a humanidade de então (Gn 6.5-7).

A poligamia entre os reis de Israel (1018 a 530 a. C.)

Davi teve várias mulheres e concubinas, por permissão e até concessão de Deus (2 Sm 5.3), mas não se contentou. Adulterou com Bate-Seba,mandou matar seu esposo para encobrir o pecado (2 Sm 11) e a tomou por esposa. Um abismo chama outro (SI 42.7). No tempo dos reis, o símbolo de grandeza e poder era a posse de mulheres e de cavalos. Salomão teve 700 mulheres e 300 concubinas, as quais “lhe perverteram o coração para seguir outros deuses” (1 Rs 11.4). Provavelmente, por causa da influência perniciosa de suas inúmeras mulheres, oriundas das nações cananitas, que eram dominadas pela idolatria, o famoso filho de Davi se deixou levar pela excessiva vaidade de ter um dos maiores haréns do Oriente. Foi o seu fim!Seus sucessores seguiram o caminho da poligamia.

3. No Novo Testamento é abolida a poligamia (4 a.C até o presente)

No Antigo Testamento, Deus foi tolerante quanto à sexualidade,permitindo a poligamia e o concubinato. No Novo Testamento, Ele disciplinou o relacionamento conjugal. Tornou-se mais difícil manter a fidelidade, admitindo-se somente a monogamia. A vida cristã restaura o plano de Deus para o casamento, valorizando a monogamia e condenando outros arranjos para a vida conjugal.

O ensinamento de Jesus nos Evangelhos

São diversas as passagens do Novo Testamento em que Jesus se refere ao casamento ou à família. Em Mateus 19, vemos que Ele dá muito valor à fidelidade conjugal. Certa vez, os fariseus lhe interrogaram se era lícito ao homem repudiar “sua mulher” por qualquer coisa (Mt 19.3).Note-se que eles não perguntaram se podiam deixar “suas mulheres”.A resposta do Senhor Jesus tem um sentido bíblico profundo, e remete às origens do casamento: “... e disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são

mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem” (Mt 19.5-7 — grifo nosso).Na resposta objetiva sobre o divórcio, Jesus diz que comete adultério aquele que repudia sua mulher, exceto por causa de infidelidade.E diz que quem casar com a repudiada também comete adultério (Mt19.9). Ele se refere “à sua mulher”, e não às suas mulheres. Assim, nos Evangelhos, a poligamia é descartada. Alguém se refere a Mateus 25, na parábola das dez virgens, alegando ser um casamento polígamo. Ledo engano. Como Jesus iria comparar a sua vinda a um casamento polígamo?Na verdade, o texto, parte do Sermão Profético, refere-se a um casamento oriental, em que os noivos eram esperados para a cerimônia matrimonial por dez virgens, ou dez damas de honra, que portavam lamparinas acesas.

A monogamia nas Epístolas

Como sabemos, as Epístolas são a fonte doutrinária que se fundamentanos Evangelhos de Jesus Cristo. Por elas, os apóstolos foram usados por Deus para regulamentar, ordenar e orientar a vida dos cristãos e das igrejas, no seu tempo e a todas as igrejas, em todos os tempos e lugares. Em todas elas há ensinos preciosos. No que diz respeito ao matrimônio, o Novo Testamento registra ensinos fundamentais sobre o comportamento dos casados.

a) Uma esposa, um marido.

Na Epístola de Paulo aos Coríntios, vemos a regulamentação da vida matrimonial, incluindo o relacionamento sexual (1 Co 7.1,2). O apóstolo houvera sido informado, por carta, que,naquela igreja, havia casos de sexo ilícito que ultrapassavam a conduta ímpia dos incrédulos (5.1-5), a ponto de determinar que fosse entregue a Satanás determinado fornicário.Diante dessa situação calamitosa de imoralidade, Paulo responde aos coríntios, dizendo que, “por causa” ou, numa linguagem mais clara“para evitar” a prostituição, “cada um tenha a sua própria mulher”, ou seja,só uma esposa, e não duas ou uma esposa e uma concubina. Da mesma forma, diz ele à mulher: “e cada uma tenha o seu p róprio marido”. Não há nada tão claro quanto à monogamia, nos ensinos de Paulo, que foi o maior intérprete dos Evangelhos, e o maior teólogo do cristianismo.

b) A harmonia conjugal.

Na Epístola aos Efésios, Paulo foi tão inspirado pelo Espírito Santo, no que se refere ao relacionamento conjugal,que seus ensinos são reproduzidos, praticamente, em todas as cerimônias de casamento cristão. Ele doutrina sobre a submissão da mulher ao esposo cristão, pelo fato de ser designado “cabeça da mulher”, ou líder da família, da mesma forma que a Igreja é submissa a Cristo (Ef 5.22-24;Cl 3.18). Ao marido, ele exorta a amar a sua esposa, como Cristo amou a Igreja, sacrificando-se por ela (Ef 5.25; Cl 3.19). Esse entendimento leva à harmonia conjugal, de tal forma que o homem cristão e sua esposa completam o que falta no outro, vivendo em amor, e não dando lugar à infidelidade. Com isso, a monogamia é valorizada, em obediência aos ditames de Deus para o matrimônio, conforme o seu plano original para o casamento: um homem e uma mulher.

c) A monogamia na liderança cristã.

Para os líderes da igreja, Paulo exorta que “Convém, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher...” (1 Tm 3.2). Os diáconos devem ser “maridos de uma mulher” (1 Tm 3.12). No Antigo Testamento, Deus permitiu e tolerou que os patriarcas, os reis e até profetas tivessem mais de uma mulher. Mas no Novo Testamento o líder deve ser o exemplo dos fiéis (1 Tm 4.12) em tudo. É inaceitável que algum pastor, evangelista ou detentor de qualquer cargo ministerial procure ter relacionamentos com pessoas que não sejam seus cônjuges, querendo usar o Antigo Testamento como justificativa. O ensino sobre a monogamia entre os ministros é tão importante, que o apóstolo repete essa doutrina emTito 1.7. O casamento, no Novo Testamento, é elevado a um nível muito alto no que se refere à união monogâmica, com destaque para a fidelidade conjugal (Hb 13.4). Na poligamia, não se fala em adultério, em prostituição. O homem tinha relações com várias esposas e até com concubinas.Mas, no contexto do cristianismo, nos ensinos neotestamentários, é cobrada a fidelidade incondicional e a pureza no leito conjugal. Deus julgará os que se prostituem e os adúlteros, conforme o texto transcrito.O matrimônio deve ser “venerado”, ou seja, ter um valor espiritual de grande importância. O primeiro sentido de “venerado” é o de “adorado”.Mas não se pode aplicar ao matrimônio, pois adoração só é devida a Deus. Mas tem outro sentido, perfeitamente aplicado à relação conjugal.Venerado quer dizer “Ter em grande consideração; respeitar”. “O leito sem mácula” refere-se à santidade do relacionamento sexual do casal,sem mancha, ou seja, sem pecaminosidade. Isso porque o corpo é “templo do espírito santo” (1 Co 6.19). Só através do casamento monogâmico é possível manter esses princípios para a santidade no matrimônio.

II - O PRINCÍPIO DA HETEROSSEXUALIDADE

O Diabo e seus simpatizantes tremem e se revoltam quando a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo defende os princípios bíblicos quanto à sexualidade. Para sua própria condenação, pastores em vários lugares no mundo têm feito concessões a Satanás no que tange ao relacionamento matrimonial, admitindo a homossexualidade ou a chamada “homo afetividade”.Maior condenação terão aqueles que se dizem cristãos e procuram justificar o homossexualismo, com base em falsas interpretações dos textos bíblicos. Para Deus, no Antigo e no Novo Testamento, o casamento só é legítimo e com amparo Lei divina, se atender ao princípio inegociável da heterossexualidade.

1. “Macho e fêmea os criou”

A origem e os fundamentos do matrimônio remontam ao princípio da Criação. Quando Deus fez o Universo, o planeta Terra, os seres vivos irracionais e todo o ambiente propício para a existência humana, Ele resolveu criar um ser à sua semelhança. E criou “o homem”, o ser masculino(Gn 1.26). No mesmo dia, Ele fez a mulher (Gn 1.27). Os materialistas,profanos e libertinos, apregoam aos quatro cantos que “ninguém nasce homem ou mulher”; quem faz a pessoa ser “homem ou mulher é a sociedade”. Essa é uma das mais indecorosas propostas do Diabo.A Bíblia diz que Deus fez homem e mulher, diferenciando sua condição sexual. A ciência diz que uma pessoa é homem se tiver cromossomos XY, masculinos; e mulher, se tiver cromossomos XX. Diz a Bíblia:“Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados” (2 Tm 3.13). Para Deus, homem é homem e mulher é mulher. Um dia, os ímpios comparecerão perante o Juízo Final e receberão a declaração de sua sentença, por terem se rebelado contra Deus,distorcendo seus princípios.

2. O primeiro casamento

Após criar o homem, Deus concluiu que não seria bom ele viver na solidão. Poderia ter criado outro “Adão” para viver com ele na chamada“união homo afetiva”. Estaria resolvido o problema da solidão. Mas Deus não cogitou a homossexualidade. A solução de Deus foi criar um ser humano, de sexo diferente, para viver ao lado do homem (Gn 2.18).E criou a mulher, a partir de uma costela de Adão.Os ímpios chamam isso de fábula, de “conto de fadas”; falsos teólogos chamam de “mito da Criação”. Por quê? Porque para eles Deus não“criou” o homem conforme o Gênesis. O homem surgiu de uma ameba,evoluiu até ser macaco, tudo por acaso, e chegou a ser o 11 homo sapiens'.Mas Deus criou o homem das substâncias da terra, e a mulher, a partir de parte do homem. Creiam ou não os materialistas.Após criar a mulher, Deus a apresentou ao homem, e este, extasiado exclamou: “Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada” (Gn 2.23).Aí temos o relato do primeiro casamento. Deus foi o oficiante. O Pai,o Filho e o Espírito Santo concelebraram as primeiras núpcias. Os seres celestes foram testemunhas. A certidão de casamento é o relato de Gênesis 2.18-24. Nesse casamento, de origem divina, não vemos lugar para a “união civil entre pessoas do mesmo sexo”, nem espaço para a“união estável”, nem “entidade familiar” homossexual. Os legisladores, os juristas, educadores, sociólogos, psicólogos e outros aprovam esse tipo de união, que é considerada abominável a Deus (Lv 18.22; 20.13). E o fazem afrontando a Lei de Deus, para sua própria condenação.

3. “E se unirá à sua mulher”

Após realizar o primeiro casamento, Deus disse: “Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.24). Não disse o Criador: “E o homem se unirá ao seu homem, a mulher se unirá à sua mulher”. Claro como o cristal é o princípio da heterossexualidade. O Supremo Tribunal do

Universo (STU) já tem pronta a sentença condenatória, inapelável, em última instância, para os que aprovam o que Deus condena. Portanto, o casamento, para Deus tem que ser realizado, com base no princípio da heterossexualidade: um homem, unido a uma mulher,pelos laços do matrimônio.A homossexualidade é um dos mais infames atos da rebelião contra Deus. A mídia divulgou entrevista com duas “pastoras”, lésbicas, em que elas usam a Palavra de Deus para justificar sua união, condenada pelo Senhor. É a pior das decisões. Alguém pode pecar, e é compreensível,pois, enquanto estiver no mundo, o ser humano está sujeito ao pecado.Mas usar a Palavra de Deus, a Lei do Senhor, para justificar o que Ele abomina é pecado imperdoável. E blasfêmia contra o Espírito Santo.

Dil - A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO

1. uma só carne

No plano de Deus para o casamento, Ele previu a união duradoura entre o esposo e a esposa, durante toda a vida em comum (Gn 2.24). O Criador planejara a vida eterna para o ser humano. Em consequência, a união matrimonial seria eterna.

2. “Atéque a morte os separe”

Na celebração do casamento cristão, os oficiantes enfatizam esse desiderato por causa da realidade da morte física, que pode atingir um ou o outro cônjuge. De fato, não há qualquer justificativa para o fim do casamento, a não ser pelo falecimento de um cônjuge. Somente a falta de amor verdadeiro pode explicar o aborrecimento de um marido por sua mulher, e vice-versa, como causa para a dissolução do casamento.

3. O pecado interfere na união conjugal

Quando o casal não vigia, não ora, não procura obedecer aos princípios de Deus para o casamento, o Adversário da família encontra brecha para interferir na mente de um ou do casal, de modo que a vida a dois se torne insuportável. Seja por causa da infidelidade, do adultério, seja pela prostituição, a fim de que desapareça a razão para viverem juntos. Esse não foi, nem é, o plano de Deus (Mt 19.6), mas o ser humano pode, com permissibilidade de Deus, por fim à aliança conjugal.

4. O divórcio remédio amargo que deixa sequela

Em consequência da falta de união e de amor, motivados pela falta de obediência a Deus, há situações em que a convivência torna-se de fachada,aparente, por conveniência, ou até mesmo insuportável. Violência doméstica, falta de respeito, agressões psicológicas ou físicas, além da infidelidade afrontosa, levam o casal a tomar a terrível decisão de separar-se com todas as consequências negativas para os dois e para a família.

Por : Elinaldo Renovato

Lição 2 - O casamento bíblico V

INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos qual a definição da palavra casamento. Veremos também que ele é uma instituição divina e como tal é um dom de Deus e um estado honroso para o homem. Destacaremos ainda quais os propósitos de Deus quanto ao matrimônio e, por fim, elencaremos qual o plano original do casamento segundo a Bíblia Sagrada.

I – DEFINIÇÃO DE CASAMENTO

1.1 Dicionário Aurélio. “Ato solene de união entre duas pessoas de sexos diferentes, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa e/ou civil”. O artigo 226, parágrafo 3º da Constituição Federal diz que para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. Como podemos ver, tanto o dicionário como a Constituição Federal, conceitua o casamento como “união entre duas pessoas de sexos diferentes”, o que deixa claro que a união homossexual não pode ser caracterizada como casamento.

1.2 Dicionário Teológico. Instituição que tem por objetivo legalizar a união entre um homem e uma mulher (CLAUDIONOR, 2006, p. 91). Ainda pode-se dizer que o casamento é uma instituição social de origem divina, fundada no princípio da raça humana, para dar origem e sustentação à família (Gn 2.22-24; Mt 19.4-6). Quanto ao

ato, o casamento é um concerto, ou aliança, feito entre pessoas de sexos opostos – diante de Deus, da família, da igreja – de serem marido e mulher enquanto viverem (Ml 2.14).

II – CASAMENTO, UMA INSTITUIÇÃO DIVINA

O casamento não foi estabelecido por uma lei humana, nem inventado por alguma civilização. Ele antecede toda a cultura, tradição, povo ou nação. A história do primeiro casal, Adão e Eva, é apresentada no Antigo Testamento como a gênese do casamento (Gn 2.18-25). O texto bíblico deixa claro que Deus “formou uma mulher, e trouxe-a a Adão”(Gn 2.22-b). Logo, o casamento é uma instituição divina (Mt 19.5,6). O Aurélio define a palavra “instituição” como: “ato de instituir; criação, estabelecimento”. Por isso, biblicamente podemos afirmar que estar casado é:

2.1 Um dom de Deus. mas cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra(I Co 7.7).

Neste texto, o apóstolo Paulo não coloca o celibato como regra, mas como exceção, pois, esta abstinência deve ser voluntária (I Co 7.8,9). Logo, quem casa não é menos santo que o que não deseja casar (I Tm 4.2,3). Afinal de contas, tanto é dom de Deus desejar permanecer solteiro tanto quanto estar casado. A palavra “dom” no grego “charisma” significa: “presente” dando a entender que o homem é presenteado por Deus com o matrimônio (Pv 18.22; 19.14).

2.2 Um estado honroso. O escritor aos hebreus nos diz: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula” (Hb 13.4-a). O Aurélio define a palavra veneração como: “reverência, respeito, admiração, consideração”. Está explícito que o casamento é uma condição de honra, pois nele o sexo é desfrutado de forma legal.

III - O PROPÓSITO DE DEUS PARA O CASAMENTO

3.1 Companhia. O relato bíblico nos mostra que o homem estava só, pois faltava-lhe uma companheira (Gn 2.20). Deus viu a necessidade de Adão e providenciou-lhe a mulher para suprir sua carência Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele” (Gn 2.18). A mulher foi criada para ser a amável companheira do homem e sua ajudadora. Daí, ela ser participante da responsabilidade de Adão e com ele cooperar no plano de Deus para a vida dele e da família por meio do casamento.

3.2 Identificação. No casamento Deus criou uma pessoa para Adão com quem ele se identificasse. Por isso, fazendo-o dormir, tirou-lhe uma parte do corpo, para dela fazer uma mulher “E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22). Deus estava criando não apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo novo, totalmente diferente, com outro sexo. Adão identificou-se de tal maneira com a mulher que expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada” (Gn 2.23).

3.3 Relacionamento. Outro propósito pelo qual Deus instituiu o casamento foi para que o homem tivesse com quem se relacionar plenamente. O texto sagrado nos mostra que através do matrimônio Deus tinha em mente proporcionar ao homem e a mulher um relacionamento de forma: (1) Física: e apegar-se-á à sua mulher”; (2) Sexual: e serão ambos uma carne”; e (3) Emocional: o homem que “estava só” (Gn 2.1) agora tinha alguém para dirigir seu afeto (Gn 2.23).

IV - O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO SEGUNDO A BÍBLIA

A Bíblia declara ser um livro dotado de autoridade divina, resultante de um processo pelo qual homens movidos pelo Espírito Santo escreveram textos inspirados por Deus (II Tm 3.16,17; II Pe 1.19-21). Para nós, crentes em Jesus, o conceito de certo e do errado deve ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”. A Bíblia nos mostra que, ao criar Adão e Eva, Deus estabeleceu seu plano para o casamento. Vejamos abaixo:

4.1 União heterossexual (Heteros = diferente) + (sexual = sexo). O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja, entre um macho e uma fêmea “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo, se constitui violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17). Visto que, o objetivo principal do casamento é a procriação e, biologicamente, a prática homossexual não pode cumprir esse propósito. Por isso, em

(Rm 8.26-28), Paulo diz que tal comportamento é: (1) “contrário à natureza”; (2) “sentimento perverso” e (3) “coisas que não convêm”.

4.2 União Monossomática (mono = um) + (soma = corpo). Deus, de um ser humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24-c). Logo, Adão e Eva poderiam ser considerados não apenas um corpo, mas como duas almas e espíritos unidos pelos laços conjugais. Este é mais um mistério do casamento “serão ambos uma carne” (Gn 2.24). A expressão em destaque diz respeito a um nível de relacionamento tão íntimo entre um casal, ao ponto de fazerem com que o marido e a

esposa tornem-se uma só pessoa, de tal forma que beneficiando ou afetando um logo se atingirá o outro. De modo que amar a esposa, na perspectiva paulina é amar o seu próprio corpo (Ef 5.28-b).

4.3 União indissolúvel. A Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”. Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, dabaq traduz a forma substancial de “cola” e também as ideias mais abstratas de “lealdade e devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único

a outro (VINE, 2002, p. 42). Três termos na Bíblia nos atestam a indissolubilidade do casamento. Vejamos:

Deus diz: “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b);

Jesus diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6)

Paulo diz: “Porque a mulher... enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei” (Rm 7.2).

Está claro em toda a Escritura que o casamento deve ser para toda a vida. No Antigo Testamento, por exemplo o profeta Malaquias repreende os judeus por tratarem de forma leviana o matrimônio. O Senhor deixa claro que DETESTA o divórcio (Ml 2.16), pois do marido e da mulher fez um só (Ml 2.15). No Novo Testamento, o Senhor Jesus, falou explicitamente contra o divórcio (Mt 19.6). A perspectiva paulina segue o mesmo padrão (Rm 7.2,3; I Co 7.10,11,39).

Portanto, a vontade de Deus para o casamento é que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (Mc 10.7-9). A única exceção se dá em caso de traição (Mt 19.9).

4.4 União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento). Monogamia, é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18).

O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monógamo “cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I Co 7.2). Há muitos argumentos contra a poligamia, eis alguns deles: (1) A monogamia foi ensinada por precedência: Deus deu a Adão apenas uma mulher e a Eva apenas um homem (Gn 2.18); (2) A monogamia foi ensinada por mandamento (Dt 17.17); (3) A monogamia foi ensinada como um preceito moral contra o adultério “Não cobiçarás... a mulher do teu próximo (singular)”. Isso traz implícito que o próximo só poderia ter uma esposa legítima; e (4) A monogamia é ensinada através das severas consequências decorrentes da poligamia: Gênesis 26 nos mostra que: ela torna a vida amarga (v.35); Gênesis 29 afirma que ela causa rivalidade (v.30); e ódio (v.31). Gênesis 30 mostra que ela leva à inveja (v.1), à ira (v.2) e a desavença e brigas (v.8).

CONCLUSÃO

Como pudemos ver, o casamento é uma instituição de origem divina, seu padrão encontra-se revelado nas Escrituras Sagradas e o mesmo possui propósitos específicos, como oferecer companhia ao homem, dando-lhe alguém com quem ele possa identificar-se e relacionar-se plenamente.

REFERÊNCIAS

Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.

 CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

 LOPES, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS

 ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.

VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

Fonte: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/  Acesso em 12 abr. 2013.

Lição 2O Casamento Bíblico VI

14 de abril de 2013

TEXTO ÁUREO

Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne(Gn 2.24). A união matrimonial deve ser um laço exclusivo,permanente e selado pelo Senhor. Observe-se o “deixar” antes de unir-se”, porquanto o próprio Deus, como pai da noiva, leva a esposa ao marido, a mulher ao seu homem. As analogias entre Adão com o Messias, Jesus Cristo, são várias e profundas (Ef 5.22-23). Todos os crentes, que fazem a Igreja, o Corpo vivo de Cristo, estão para Cristo assim como Eva estava para Adão. Ninguém poderá se tornar “carne da mesma carne” com Cristo se não deixar a antiga custódia e moradia (o velho mundo) para unir-se num só Espírito ao Senhor (1Jo 2.15; 2Co 5.17; Gl 6.15; Tg 1.18). Bíblia King James Atualizada (KJA), p. 35.

VERDADE PRÁTICA

O casamento é uma instituição divina, sendo constituído pela união indissolúvel de um homem e de uma mulher: monogâmico e heterossexual.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gênesis 1.27,31; 2.18,20-24.

Gênesis 1

27 - E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.

31 - E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto.

Gênesis 2

18- E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.

20 - E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.

21 - Então, o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.

22 - E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.

23 - E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.

24 - Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Analisar os princípios da monogamia.
  • Explicar os princípios da heterossexualidade.
  • Conscientizar-se da indissolubilidade do casamento.

PALAVRA-CHAVE

Casamento | s. m. derivação masc. sing. de casar.

1. Ato ou efeito de casar.

2. Contrato de união ou vínculo entre duas pessoas que institui deveres conjugais. = MATRIMÔNIO

3. Cerimônia ou ritual que efetiva esse contrato ou união. = BODA

4. [Figurado] União, associação, vínculo.

Casamento de mão esquerda: mancebia.

COMENTÁRIO

introdução

As Escrituras ensinam que homem e mulher foram feitos “A Imago Dei” (Gn 1.27). É a doutrina de que o Homem foi criado à Imagem Divina. É a resposta bíblica a como surgiu o Homem, Criatura singular entre as existentes. “A Imago Dei” do Homem reside na alma e abrange tudo que distingue o Homem dos animais. O homem e a mulher foram criados por Deus em total igualdade, como pessoas humanas, mas com diferenças morfológicas e peculiaridades psicológicas. Ser “homem” ou ser “mulher” é, pois, uma realidade boa e querida por Deus. O homem e a mulher são, portanto, “a Imago Dei”. E no dizer de Paulo, “No Senhor, todavia, a mulher não é independente do homem, nem o homem independente da mulher. Pois, assim como a mulher proveio do homem, também o homem nasce da mulher. Mas tudo provém de Deus (1Co 11.11-12”), e, consequentemente, toda a família provém do Senhor! Tenhamos todos uma excelente e abençoada aula.

I. O PRINCÍPIO DA MONOGAMIA

1. Monogamia x Bigamia. A palavra monogamia vem de dois vocábulos gregos: monos (único) e gamós (casamento) = Que ou aquele que tem uma só esposa. Nas sociedades ocidentais, o casamento e, por conseguinte, a família, está associado à monogamia. É ilegal que um homem ou uma mulher sejam casados com mais de um indivíduo simultaneamente. Contudo, esta situação não se verifica a nível mundial. Numa famosa comparação, que envolvia várias centenas de sociedades em meados do século XIX, George Murdock descobriu que a poligamia – que permitia que um homem ou uma mulher tivessem mais de um cônjuge - era permitida em mais de 80 por cento delas. Existem dois tipos de poligamia: a poligênica, na qual um homem pode ser casado com mais de uma mulher ao mesmo tempo; e a poliandra, muito menos comum, na qual uma mulher pode ter simultaneamente dois ou mais maridos. [Anthony Giddens, Sociologia, 5ª edição, F. C. Gulbenkian, 2007, Lisboa, pág. 175]. Desde o Gênesis, vemos a monogamia como o modelo de união arquitetado por Deus para o casamento e a formação da família (Gn 2.24). A questão de poligamia na Bíblia é bem interessante porque a maioria das pessoas enxerga poligamia como imoral, apesar de que não podemos encontrar nenhuma passagem que explicitamente condena tal ato. O primeiro exemplo de poligamia / bigamia na Bíblia foi Lameque em Gênesis 4.19: “E tomou Lameque para si duas mulheres…” Vários homens importantes na Bíblia eram polígamos. Abraão, Jacó, Davi, Salomão e outros tinham várias mulheres. Em 2 Samuel 12.8, Deus, falando através do profeta Natã, disse que se as esposas e concubinas de Davi não fossem suficientes, Ele teria providenciado ainda mais para Davi. Salomão tinha 700 esposas e 300 concubinas (esposas de um status inferior) de acordo com 1 Reis 11.3 [Leia Mais em gotquestions.org].

2. A poligamia torna-se comum. O Antigo Testamento descreve a poligamia e as suas tragédias na vida de Jacó (Gn 29.21-23,28-31; 30.1-10) e na dos reis de Israel (1 Rs 11.4,7-9). Mesmo quando permitiu poligamia, a Bíblia apresenta monogamia como o plano que mais se conforma com o plano ideal de Deus para o casamento. A Bíblia diz que a intenção original de Deus era para que um homem fosse casado com uma só mulher: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher (não mulheres), tornando-se os dois uma só carne (não várias carnes)” (Gn 2.24). Enquanto Gênesis 2.24 está descrevendo o que o casamento é, ao invés de quantas pessoas estão envolvidas, o uso consistente do singular deve ser destacado. Em Deuteronômio 17.14-20, Deus disse que os reis não deviam multiplicar esposas (ou cavalos ou ouro). Enquanto isso não pode ser interpretado como um comando para que os reis fossem monogamistas, ainda pode ser entendido que ter várias mulheres causa problemas. Isso pode ser visto claramente na vida de Salomão (1 Rs 11.3-4).

3. Em o Novo Testamento, a poligamia é condenada por Jesus e pelo apóstolo Paulo. No Novo Testamento, 1 Timóteo 3.2,12 e Tito 1.6 dá “marido de uma só esposa” como uma das qualificações para liderança espiritual. Há certo debate em relação ao que essa qualificação significa [Leia http://www.gotquestions.org/Portugues/marido-uma-esposa.html]. A frase pode ser traduzida literalmente como “homem de uma mulher só”. Se esta frase está ou não se referindo exclusivamente à poligamia, de forma alguma pode um polígamo ser considerado “marido de uma só esposa”. Mesmo que essas qualificações sejam especificamente para posições de liderança espiritual, elas devem ser adotadas igualmente por todos os Cristãos. Não devem todos os Cristãos ser “irrepreensível…temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento...” (1 Tm 3.2-4)? Se somos chamados a ser santos (1 Pe 1.16), e se esses padrões são santos para os presbíteros e diáconos, então esse padrões são santos para todos. Efésios 5.22-23, uma passagem que fala do relacionamento entre maridos e esposas, quando se refere a um marido (singular) também se refere a uma esposa (singular). “...porque o marido é o cabeça da mulher (singular)… Quem ama a esposa (singular) a si mesmo se ama. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher (singular), e se tornarão os dois uma só carne... cada um de per si também ame a própria esposa (esposa) como a si mesmo, e a esposa (singular) respeite ao marido (singular)”. Enquanto uma outra passagem paralela, Colossenses 3.18-19, refere-se a maridos e esposas no plural, é bem claro que Paulo está se dirigindo a todos os maridos e esposas entre os crentes de Colosso; ele de forma alguma está afirmando que um marido pode ter várias esposas. Em contraste, Efésios 5.22-33 está descrevendo especificamente o relacionamento matrimonial. Se poligamia é permitido, toda a ilustração do relacionamento de Cristo com o Seu corpo (a igreja), e o relacionamento do marido com sua mulher, cai aos pedaços [Leia Mais em gotquestions.org].

SINOPSE DO TÓPICO (I)

A monogamia é o modelo de união arquitetado por Deus para a humanidade.

II. O PRINCÍPIO DA HETEROSSEXUALIDADE

1. “Macho e fêmea os criou”. Deus criou HOMEM e MULHER e os dotou de órgãos específicos e especialmente destinados à reprodução da espécie, chamados órgãos sexuais ou genitais. “Assim Deus criou o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou. MACHO e FÊMEA os criou” (Gn 1.27). Homem e mulher possuem genitália apropriada à reprodução. Notem que Deus não criou meio termo, não criou um ser humano que em determinado momento pudesse assumir funções incompatíveis com a natureza do seu ser. Deus não criou um homem com possibilidades sexuais de desempenhar o papel da mulher no ato sexual, e vice-versa. Ocorre que a natureza pecaminosa em função da queda no Éden coloca o homem em rebeldia contra Deus. Pela influência do diabo, o homem continua se rebelando contra o Criador e Sua palavra. Daí as perversões na área sexual [Leia mais em solascriptura-tt.org].

2. “E se unirá à sua mulher”. A instituição divina do casamento está registrada em Gênesis. “E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 2.23-24). Deus criou o homem e depois fez a mulher do “osso de seu osso”. O processo, como registrado, nos diz que Deus tomou uma das “costelas” de Adão (Gn 2.21-22). A palavra hebraica literalmente significa “o lado de uma pessoa”. Leia o artigo DEUS CRIOU MACHO E FÊMEA [clique aqui], de autoria do Pr Airton Evangelista da Costa, publicado no site Sola Scriptura.

SINOPSE DO TÓPICO (II)

Deus uniu o homem e a mulher para demonstrar o padrão divino da heterossexualidade.

III. A INDISSOLUBILIDADE DO CASAMENTO

1. Uma só carne. O termo “uma carne” significa que assim como o nosso corpo é inteiro e não pode ser dividido em pedaços e ainda ser um inteiro, assim também Deus estabeleceu o relacionamento matrimonial. Não há mais dois indivíduos, mas agora há apenas um casal. Quanto à duração do matrimônio, Jesus diz que Deus criou o casamento para que o casal permanecesse juntos até que a morte os separassem (Mt 19.6). Quando divórcio acontece contrário ao plano de Deus, você não tem dois “inteiros”, mas sim duas metades que foram separadas bruscamente uma da outra. Quanto a ligações emocionais, a nova unidade é mais importante do que todos os relacionamentos prévios e futuros (Gn 2.24a). Algumas pessoas, mesmo depois de casados, dão mais atenção ao seu relacionamento com seus pais do que ao seu cônjuge. Essa é uma receita para desastre em um casamento e é uma distorção da intenção original de Deus de “deixar e unir”. Um problema semelhante pode desenvolver quando o marido ou a esposa começa a se aproximar de um filho(a) com a intenção de que ele(a) cuide de suas necessidades emocionais, ao invés de depender de seu cônjuge. Emocionalmente, espiritualmente, intelectualmente, financeiramente e de toda outra forma, o casal deve se tornar um. Assim como uma parte do corpo cuida das outras partes (o estômago digere comida para o corpo, o cérebro dirige o corpo para o bem do corpo inteiro, as mãos trabalham a favor do corpo, etc.), assim também cada parceiro do casamento deve mostrar carinho e cuidado um pelo outro. Cada um não deve ver dinheiro ganho como “meu” dinheiro, mas sim como “nosso” dinheiro. Efésios 5.22-23 e Provérbios 31.10-31 demonstram esse princípio de “unidade” colocado em prática para o marido e sua esposa respectivamente. Fisicamente: Eles se tornam uma só carne e o resultado de ser uma só carne pode ser encontrado nos filhos que essa união produz; esses filhos agora contêm informação genética como resultado dessa união. E até mesmo no aspecto sexual desse relacionamento, eles não devem considerar seus corpos como pertencentes a si mesmo, mas ao seu cônjuge (1 Co 7.3-5). Eles também não devem se focalizar em seu próprio prazer, mas em dar prazer ao seu cônjuge. Essa união e a busca do que é melhor para o outro não é uma coisa automática, principalmente depois da queda da humanidade em pecado. O homem, em Gênesis 2.24, é ordenado a “unir-se” a sua esposa. Essa palavra representa duas ideias. Uma é a de ser “colado” em sua esposa, um retrato de quão estreito o relacionamento matrimonial deve ser. O outro aspecto é o de “perseguir/conquistar sua esposa persistentemente”. Essa ideia de “perseguir” deve ir além do namoro que leva ao casamento e deve continuar por todo o casamento. A tendência da carne é a de fazer o que “me faz sentir bem”, ao invés de considerar o que vai beneficiar seu cônjuge. Esse tipo de egoísmo é um problema comum que surge no casamento quando a “lua-de-mel acaba”. Por mais legal que seja viver juntos cuidando das necessidades um do outro, Deus tem um propósito mais importante para o casamento. Assim como eles estavam servindo a Cristo com suas vidas antes do casamento (Rm 12.1-2), agora devem servir a Cristo juntos como uma unidade e criar seus filhos para servir a Deus (1 Co 7.29-34; Ml 2.15; Ef 6.4). Priscila e Áquila, em Atos 18, são um bom exemplo disso. À medida que um casal almeja a servir ao Senhor juntos, o gozo que o Espírito dá vai encher o seu casamento (Gl 5.22-23). No jardim do Éden, três pessoas estavam presentes (Adão, Eva e Deus) e gozo fazia parte desse relacionamento. Portanto, quando Deus está no centro do casamento nos dias de hoje, também vai haver gozo. Sem Deus, uma união duradoura não é possível [Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/uma-carne-casamento.html#ixzz2Q0MUT82c].

2. A porta de entrada para o divórcio. O plano de Deus é o casamento ser indissolúvel. Quem se divorcia sofre como se dilacerasse seu próprio corpo. Deus odeia o divórcio motivado por propósitos egoístas. Quem pratica tal tipo de divórcio, assemelha-se "aquele que encobre a violência com a sua veste". O divórcio, aos olhos de Deus, iguala-se à injustiça mais brutal, à crueldade e ao assassinato (Mt 19.9,). A vontade de Deus para o casamento é que ele seja vitalício, isto é, que cada cônjuge seja único até que a morte os separe (Mc 10.7-9; Gn 2.24; Ct 2.7; Ml 2.14). Neste particular, Jesus cita uma exceção, a saber, a prostituição (gr. porneia), palavra esta que no original inclui o adultério ou qualquer outro tipo de imoralidade sexual (Mt 5.32; 19.9). O divórcio, portanto, deve ser permitido em caso de imoralidade sexual, quando o cônjuge ofendido se recusar a perdoar. Quando Jesus censura o divórcio em Mateus 19.8,9, não estava referindo-se à separação por causa de adultério, mas ao divórcio como permitido no Antigo Testamento em casos de incontinência pré-nupcial, constatada pelo marido após a cerimônia do casamento (Dt 24.1). A vontade de Deus em tais casos era que os dois permanecessem juntos. Todavia, Ele permitiu o divórcio, por incontinência pré-nupcial, por causa da dureza de coração das pessoas. No caso de infidelidade conjugal depois do casamento, o Antigo Testamento determinava a dissolução do casamento com a execução das duas partes culpadas (Lv 20.10; Êx 20.14; Dt 22.22). Isto, evidentemente, deixaria o cônjuge inocente livre para casar-se de novo (Rm 7.2; 1Co 7.39). Sob a Nova Aliança, os privilégios do crente não são menores. Embora o divórcio seja uma tragédia, a infidelidade conjugal é um pecado tão cruel contra o cônjuge inocente, que este tem o justo direito de pôr termo ao casamento mediante o divórcio. Neste caso, o texto não é claro, mas infere-se que ele ou ela está livre para casar-se de novo com um crente (1Co 7.27,28).

SINOPSE DO TÓPICO (III)

Foi o Criador quem planejou o matrimônio, uma união indissolúvel e permanente (Gn 2.24).

CONCLUSÃO

O casamento tem sido atacado violentamente pelo Diabo, causa perturbação que o índice de divórcio entre os que se declaram cristãos seja quase tão alto quanto no mundo não crente. A Bíblia deixa muitíssimo claro que Deus odeia o divórcio (Ml 2.16) e que a reconciliação e perdão deveriam ser atributos presentes na vida de um crente (Lc 11.4; Ef 4.32). Entretanto, Deus reconhece que divórcios poderão ocorrer, mesmo entre Seus filhos. Um crente divorciado ou que tenha se casado novamente não deve se sentir menos amado por Deus, mesmo que seu divórcio ou segundo casamento não esteja sob a possível cláusula de exceção de Mateus 19.9. Frequentemente Deus usa até a desobediência pecaminosa dos crentes para executar um bem maior. N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8),

Graça e Paz a todos que estão em Cristo!

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