A literatura apocalíptica, que encontramos principalmente nos Livros de Daniel e Apocalipse, se vale de diversas figuras de linguagem, entre elas, cores e números para representar conteúdos proféticos. Isto não tem nada a ver com numerologia, pois trata-se apenas de simbologia.
No decorrer da história de Israel, conforme os registros bíblicos, observa-se que certos números revestiram-se de significados especiais. Veremos alguns exemplos do uso dos números na Bíblia em situações históricas e em afirmações concretas que, de alguma maneira, contribuíram para que estes números pudessem se revestir de determinados significados, e de como foi que João fez uso deles para escrever a Revelação que recebeu do Senhor.
Um
Representa princípio, essência, unidade, estabilidade, exclusividade, primazia, estabilidade, absoluto.
Um só Deus “Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Deus” (Dt 6:4; Ef 4.6).
Um só Pai (Ef 4.6)
Um só Senhor (Ef 4.5)
Um Só Espírito (Ef 4.4)
Um mesmo Espírito (Ef 2.18-19)
Unidade do Espírito (Ef 4.3)
Uma só fé (Ef 4.5)
Um só batismo (Ef 4.5)
Uma só esperança (Ef 4.4)
O Povo de Deus (Hb 4.9; Jr 32.38)
Um só Corpo (Ef 4.4)
Um só Rebanho (Sl 77.20)
Uma Oliveira (Rm 11)
Unigênito do Pai (Jo 1.14; 3.16, 18)
Primogênito (Dt 15.19; Sl 89.27; Cl 1.15)
Primícias (Dt 18.4; Pv 3.9; 1Co 15.20)
Uma só carne (Gn 2.24)
DOIS
Dois é o par perfeito
Criação de dois seres humanos, homem e mulher, casal (Gn 1.27). Adão e Eva (Gn 4.1).
Duas árvores no Jardim do Éden: a árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 3.11) e a árvore da vida (Gn 3.22).
Um Casal de cada espécie entrou na Arca de Noé (Gn 6.19)
Dois anjos visitaram Sodoma (Gn 19.1).
Duas Alianças ou Dois Testamentos (Lc 22.20 e Hb 8.8-9).
Duas tábuas da Lei (Ex 31.18).
A Lei e os Profetas, forma preferida de Cristo se referir as Escrituras que dele testificavam (Jo 1:45).
“Em verdade, em verdade!” (Jo 6.47).
Dois gumes da Espada que representa a Palavra de Deus (Hb 4:12).
Duas testemunhas eram necessárias para afirmar a veracidade (Dt 17.6, 19.15, Mt 18.16, 2Co 13.1, e 1 Tm 5.19).
Dois fundamentos da Igreja: profetas e apóstolos (Ef 2.20).
Dois grupos de 12 anciãos = 24 anciãos sentados em 24 tronos (Ap 4.4).
Duas testemunhas do Apocalipse (11.3). Para saber mais a respeito, leia…
Dois castiçais (Ap 11.4).
Duas oliveiras (Ap 11.4).
Josué e Jorobabel ou as duas oliveiras (Ag 1.14; Zc 4).
Moisés e Elias representando o testemunho da Lei e dos Profetas (Lc 9.30).
Dois espias fiéis: Josué e Caleb (Nm 14.6).
Duas bestas do Apocalipse (Ap 13.11).
“Melhor e serem dois do que um (Ec. 4.9-12).
Dois é o número bastante ligado a Jesus.
Jesus é a segunda pessoa da Trindade (2Co 13.14).
Ele é o Segundo Adão ou segundo Homem (1 Cor. 15.47).
Jesus possui duas naturezas: a humana e a divina (Jo 1.1-3; Hb 4.15).
Dois estágios de missão: morte e ressurreição; sofrimento e glória
Duas vindas de Cristo (At 1.11).
Duas rolas ou dois pombinhos como oferta pelo pecado (Lv 5.7).
Dois bodes para expiação de pecados nos rituais levíticos (Lv 16.5).
Jesus enviava seus discípulos de dois em dois como suas testemunhas! (Lc 10.1).
Os nomes dos discípulos são dados de dois em dois (Mt 10:2-4).
Duas mortes: física e espiritual
Duas ressurreições
Nascer da Água e do Espírito
Graça e Paz!
Três
Os hebreus utilizavam o três como superlativo: “Santo, Santo, Santo” (Is 6.3) para exaltar a Deus. É o número que se refere a Deus e que significa plenitude (Ap 21.13) e santidade (Ap 4.8).
Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo (2Co 13.14)
Batismo deve ser feito em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19).
O tempo possui três partes – passado, presente e futuro.
O espaço é constituído de três dimensões: comprimento, largura e profundidade.
“Do lado do levante tinha três portas, do lado do norte, três portas, do lado do sul, três portas, do lado do poente, três portas” (Ap 21:13).
“Três hastes do candelabro de um lado dele, e três hastes do outro lado dele” (Ex 25:32).
“Três vezes no ano me celebrareis festa” (Ex 23:14).
“E gerou Noé três filhos: Sem, Cão e Jafé” (Gn 6:10).
“Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio da terra”. (Mt 12:40).
“Ao terceiro dia, ressuscitará” (Mc 10:34).
“Ah! tu que derrubas o templo, e em três dias o edificas” (Mc 15:29)
“Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces” (Lc 22:34).
“O cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Ec 4:12)
“Três medidas de farinha, até que tudo levedou” (Lc 13:21).
“Quando subires para aparecer três vezes no ano diante do Senhor teu Deus” (Ex 34:24).
“Dentro ainda de três dias Faraó levantará a tua cabeça (Gn 40:13)
“Eis que três cestos brancos estavam sobre a minha cabeça (Gn 40:16).
“Esta é a interpretação: As três cestas são três dias” (Gn 40:18).
“Havia janelas dispostas de três em três, uma em frente da outra” (1 Rs 7:4).
“E os deixou presos três dias” (Gn 42:17).
“E três dos trinta capitães desceram à penha, a ter com Davi” (1 Cr 11:15).
Jesus morreu com a idade de 33 anos.
Quatro
Número que aponta para a Terra:
Os 4 pontos cardeais da terra: norte, sul, leste e oeste (Ap 4.6; 7.1; 20.8);
Os 4 elementos da Natureza: terra, fogo, água, ar;
As quatro estações do ano: primavera, verão, outono e inverno;
Formato quadrangular da Nova Jerusalém como sinal de plenitude, de equilíbrio e de perfeição (Ap 21.16):
4 Seres Viventes
4 Evangelhos
Sete
É uma composição de 3+4.
Indica plenitude, perfeição, totalidade, acabado (Ap 1.4);
Sete Dias da Criação
Sete dias da semana
Sétimo dia reservado para o descanso
Sete Igrejas do Apocalipse representando a Igreja como um todo.
Sete Cartas do Apocalipse
Sete Espíritos de Deus significando a perfeição da multiforme e graça e sabedoria de Deus.
Sete Bem-aventuranças do Apocalipse
Sete selos
Sete trombetas
Sete taças
Sete milagres do Evangelho de João
Sete “Eu Sou” que aparecem também no Evangelho de João em defesa da divindade de Cristo.
Dez
“Dez dias de provação” (Ap 2.10; cf. Dn 1.12,14) tempo de curta duração.
Doze
É uma composição de 3×4; número de perfeição e de totalidade (Ap 21.12-14). Representa a Igreja e a autoridade de Deus. Jesus teve 12 discípulos, e havia 12 tribos de Israel. Em Apocalipse 12:01, os 24 Anciãos e 144 mil são múltiplos de 12.
A Nova Jerusalém tem 12 fundações, 12 portas 12.000 estádios, uma árvore com 12 tipos de frutas 12 vezes por ano comido por 12 vezes ou 12.000 a 144.000. (Ver Apocalipse 21).
Vinte e quatro
É uma composição de 2×12; representa a totalidade do povo de Deus,
Os 24 anciãos (Ap 4.4) incluindo tanto os representantes do povo do AT (12 tribos) e do povo do NT (12 apóstolos).
Quarenta e dois meses
A primeira menção na Bíblia do número quarenta e dois aparece em Números 33. Ali encontramos um resumo de todo o percurso do povo Hebreu desde a sua redenção do Egito até chegar a Terra Prometida. Foram 42 partidas e 42 acampamentos no deserto desde Sucote até o Jordão.
A partir daí, 42 passa a ser relacionado com o tempo de peregrinação no deserto. Os quarenta e dois meses de Apocalipse 11.2 é igual a três anos e meio (período do ministério de Jesus e também das Duas Testemunhas) e o mesmo que 1.260 dias em que o povo de Deus, representado ali por uma Mulher, é sustentado e protegido no Deserto (Ap 12.6), período este também descrito em termos de “um tempo, dois tempos, metade de um tempo” (Ap 12.14; Dn 7.25).
Três anos e méio é a metade de sete anos; indicando um tempo limitado e controlado por Deus para o cumprimento cabal da missão conferida a Igreja. A Besta somente tem autorização para emergir do mar (Ap 13.1) e matar os santos (Ap 13.7) após o cumprimento da missão da Igreja (Ap 12.6-11), que recebeu poder para testemunhar de Cristo (At 1.8). Recebemos autoridade e tempo para completarmos a nossa carreira! (2Tm 4.7). “As portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja” (Mt 16.18).
Assista ao seguinte debate sobre o assunto…
Seiscentos e sessenta e seis
666 é o número da Besta. Este número é figurado e precisa ser calculado: “Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis” (Ap 13.18).
Em grego e em hebraico, cada letra tinha um valor numérico, assim como nos algarismos Romanos, onde V representa 5, X representa 10 e assim por diante. Então, era costume calcular o número de um nome através da do valor numérico de suas letras. Aplicando-se este raciocínio ao nome em hebraico do Imperador Romano Neron Kaiser ou Nrwn Qsr, o resultado é exatamente o número 666.
Seis não alcança a perfeição divina do sete
Seis é apenas a metade de doze que simboliza o povo de Deus. O povo de Deus não admite receber a marca da Besta, pois possuem o selo do perfeito Espírito de Deus.
Seis é número de homem. Lembremos que foi no sexto dia que foram criados os seres viventes, entre eles, as bestas-feras (Gênesis 1:24) e o próprio homem (Gênesis 1:26). A Besta é um homem que acha que pode ocupar o lugar de Deus: “o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2 Ts 2:3-4).
A tripla referência ao número 6, representa o cúmulo da imperfeição e da pretenção de ser como Deus = 666. Pois, como já vimos, o número três significa plenitude. Na Trindade, temos 777, ou seja, a perfeição do Pai, a perfeição do Filho e a perfeição do Espírito Santo. Satanás tenta imitar a Deus, manifestando-se com sua tríade do mal: dragão, besta e falso profeta (“Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs” – Ap 16.13), mas fracassa em sua pretenção, alcançando apenas 666, sendo totalmente destruídos no final da história. Portanto, o número seis repetido três vezes indica a plenitude da imperfeição e do mal.
Lembremos também que, no sexto selo, na sexta trombeta e na sexta taça, temos a descrição dos juízos de Deus sobre os seguidores da besta.
Mil
Sabemos também que o número mil representa plenitude como vemos em Salmos 84:10: “Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar”;
Até mesmo em expressões corriqueiras se percebe este uso do mil, tais como: “mil vezes mais” e “eu já ti falei mil vezes”.
Reino de mil anos, onde mil indica a plenitude deste reino (Ap 20.2);
7 X 1.000 = 7.000 (Ap 11.13);
12 X 1.000 = 12.000 (Ap 7.5-8);
144 X 1.000 = 144.000 (Ap. 7.4)
“Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia” (2 Pe 3.8).
Para saber mais sobre o milênio:
Cento e quarenta e quatro mil
Cento e quarenta e quatro mil é uma composição de 12x12X1.000 (Ap 21.7) trazendo a ideia de grande perfeição e totalidade. Doze é o número usado para representar o povo de Deus, tanto no Antigo como no Novo Testamento. São Doze Tribos no Antigo Testamento e Doze Apóstolos no Novo. Sabemos também que o número mil representa plenitude como vemos em Apocalipse 20 e no Salmo 84:10: “Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar”; E, até mesmo em expressões corriqueiras se percebe este uso do mil, tais como: “mil vezes mais” e “eu já ti falei mil vezes”. Sendo assim, é bastante lógico concluir que o que o número 144.000 está sendo utilizado para representar a totalidade do povo de Deus, a soma dos remidos do Antigo e do Novo Testamento, que também são representados pelos 24 anciãos e pelos sete candelabros.
A expressão “até que selemos as testas dos servos do nosso Deus” (Ap 7.4) indica que os 144.000 sejam uma clara referência a Igreja como um todo, pois sabemos que os salvos da Igreja é que são descritos como os selados (Ef 1.13; 4.30) e também é óbvio que os “servos do nosso Deus” no Novo Testamento só pode ser uma referência a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo. Além disto, Apocalipse 14.1 descreve os 144.000 como estando ao lado do Cordeiro, trazendo escritos na testa o nome dele, o que confirma tratar-se de um grupo cristão de seguidores de Jesus Cristo, pois também é dito que eles “seguem o Cordeiro por onde quer que ele vá” (14.4). Os 144.000 também são descritos como aqueles que “haviam sido comprados da terra”, e sabemos bem que os remidos da Igreja é que “foram comprados por alto preço” (1 Co 6.20; 7.23).
No livro de Apocalipse, a Igreja é que está em foco e não os judeus. O Apocalipse foi escrito para consolar e encorajar a Igreja; sendo assim, que conforto e ânimo seus membros teriam numa interpretação literal dos 144.000? Por que Jesus concederia proteção especial para 144.000 judeus e não para a Sua Igreja (7.3)?
Uma interpretação literal colocaria de fora os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, pois os 144 mil são descritos como homens castos que jamais tiveram relações sexuais, o que excluiria também todas as mulheres (Ap 14.4).
Uma aula sobre o significado dos 144.000 em…
0 Comentario "Qual é significado dos números em Apocalipse?"
Postar um comentário
Obrigado por Comentar!