Lição 1: Eu & Você

TEXTO BÍBLICO (Jo 15.13-16; 14.15; 15.7)

ENFOQUE BIBLICO

“Vós sereis meus amigos se fizerdes o que eu vos mando” (Jo 15.14)

OBJETIVOS

Apresentar os padrões bíblicos de uma amizade.

Examinar o modelo de amizade de Cristo

Descrever os comportamentos e atitudes que correspondem à expectativa de Cristo para os seus discípulos.

INTRODUÇÃO

Alguns têm como privilegio ser amigo de alguma personalidade. Amigo do Presidente da Republica, do Governador, do Senador etc. Orgulhamos-nos em ter bons amigos, mas eles todos podem nos decepcionar por melhores que sejam. Há um amigo e este não nos abandona nunca, mas você já prestou atenção que  poucos dizem ser seu amigo. Já ouviu alguém numa roda de amigos relacioná-lo ao menos como conhecido? Na igreja vez por outra cantamos “Quão bondoso amigo é Cristo” ... , Achei um bom amigo..., mas é na igreja. Você já viu o nome de Jesus nestes caderninhos dos jovens?  Têm foto de atores famosos, atrizes famosas, jogadores de futebol, astros do cinema, mas o nome de Jesus não consta na lista.

Como está o seu relacionamento com Cristo? Partindo deste principio se pode  as amizades.

OS PADRÕES BIBLICOS DE AMIZADE

Há vários conceitos que define o termo amizade, para Aristóteles considerado um dos pais da filosofia, amizade é uma virtude extremamente necessária à vida. Aristóteles acreditava  que mesmo que o homem possuísse bens naturais em abundancia, saúde, poderia até exercer o posto Maximo do poder. Não seria suficiente para a realização do ser humano, pois faltaria o essencial a amizade.

No pensamento aristotélico só se pode ter influencia caso tenha amigos, neste caso Aristóteles analisa a amizade como algo maior que a justiça. Na visão deste filosofo a justiça se aplica para contornar nossos atos em relação ao próximo que não conhecemos. Já com os nossos amigos não precisamos de justiça, pois na natureza da amizade nos é completada. Finalizando a amizade em Aristóteles é analisada por faixa etária para os jovens ela ajuda a evitar erros, para os mais velhos serve de amparo em suas necessidades.

Na Bíblia o termo amizade aparece com raiz na palavra hebraica “ra’ah”, que tem vários significados e um deles é: “associar-se com, ser amigo de” e “merea’” que tem sentido de companheirismo, amigo intimo (Gn 26.26). O conceito de amigo também pode indicar que uma pessoa nos é favorável (Gn 31.2,5), tal procedimento pode ser circunstancial a partir do momento em que uma das partes não se interessar mais este tipo de amizade pode ser rompido.

É interessante notar que os dicionários, traduzem a palavra: “amigo”, por coleguismo, companheirismo e é usada também para indicar uma pessoa que naquele momento nos faz companhia. Como o nosso assunto é bíblico veremos exemplos bíblicos para isso (Gn 38.20), amigo ai é: “reya” – pode significar camarada outra pessoa. O amigo é aquele que demonstra companheirismo,  cordialidade, amistoso, solidariedade sem querer nada em troca. Este conceito é bíblico, é saudável quando temos amigos que não estão ali apenas porque ocupamos uma posição que venha lhes conceituar.

Qual benéfico trazia para Jônatas a amizade dele com Davi? A Bíblia diz que ele era muito amigo de Davi (1Sm 19.1), a palavra usada ai para amigo é “chaphets” que significa ter prazer, estar contente com, estar alegre em fazer. É a mesma palavra quando se refere à afeição divina por alguém. Uma amizade que estava acima dos laços familiares, Jônatas poderia ser um amigo falso e levar Davi a morte, uma vez que ele pretendesse o trono. Davi era uma ameaça a ele humanamente falando, no entanto o filho de Saul atinge o grau máximo de uma amizade sincera.

O verdadeiro amigo não tem preço (Jó 6.27), pois até o olhar de um verdadeiro amigo alegra o coração (Pv 15.30) e na desgraça ele não é apenas amigo, se torna um irmão (Pv 17.17). O ser humano tem a necessidade de ter sempre bons amigos, o problema é que queremos amigos que sempre sejam perfeitos. Esquecemos de que somos falhos e procuramos a perfeição nos outros, as maiores decepções do ser humano é exatamente com os amigos. Quando, alguém como amigo falha, nós não entendemos, gostaríamos que eles fossem sempre os exemplos da perfeição para nós. Você já pensou se Cristo agisse assim com Pedro?

Portanto o padrão bíblico para amizade é: fidelidade, mesmo que não venhamos a receber nada me torça. Aliás, ser amigo fiel apenas daqueles que nos demonstram fidelidades é ser semelhante ao descrente, pois assim eles também agem. Nós devemos exceder o modelo mundano e seus conceitos.

A AMIZADE EM CRISTO

O modelo de amizade mundano é bem conhecido, no meio político, por exemplo, por estarem mais focados, vemos constantemente aquele que numa determinada eleição era o melhor, em outra se torna um demônio. A Bíblia diz que é mais fácil conquistar uma cidade forte ou fortaleza, que um amigo ofendido (Pv 18.19). Algumas amizades são mesmo passageiras amigos por dinheiro, fama, e logo terminam de uma olhada na historia dos artistas brasileiros, por exemplo, mulheres outrora, belas jovens atraentes cheias de amigos, hoje velhas sem dinheiro, sem família em algum asilo. Assim é em todas as áreas da vida e com ambos os sexos, profissionais famosos cheios de pessoas ao seu lado muitos terminam a vida sem um amigo sequer.

Não é de admirar que fizessem assim com Jesus também, ele começa o seu ministério criticado por ser filho de um carpinteiro pobre. Mas ao momento em que transforma a água em vinho ele se torna famoso e cheio de pessoas ao seu lado. Multidões e multidões até abandonavam seus afazeres, para segui-lo. Jesus operava milagres, falava com palavra de sabedoria, todos queriam ouvi-lo, queriam estar ao seu lado. Como era interessante ser amigo de Jesus?

Mas já conhecemos a história, Jesus termina sua jornada aqui na terra pendurado numa cruz ao lado de duas pessoas que ao que parece nunca deram credito as suas palavras. Onde estavam seus amigos? Foi traído por um deles (Sl 41.9) e abandonado por todos eles, apenas dois entraram para assistir o julgamento, foi quando aquele mais afoito, que havia instantes atrás demonstrados uma amizade intrínseca o negou. O ser humano é incapaz de fazer tudo certo, o homem é cheio de falhas, não se pode contar com ele sempre.

O conceito de amizade em Cristo é infalível, ele não precisou que de nossa parte houvesse alguma demonstração de amizade. Como entender a força de alguém próximo à morte encontrar disposição para fazer amigos. Um daqueles malfeitores encontrou em Cristo o amigo que em toda a sua vida nunca houvera encontrado. Um amigo que não nos abandona nunca, mesmo o amigo que se torna um irmão, na morte ele se separa de nós. É importante saber que Cristo nos acompanha aqui em vida e na morte ele está conosco e depois da morte ele nos leva ao Paraíso. Você conhece outro amigo assim?

Em nossa dificuldade humana Pedro estaria condenado para sempre, que amigo hein! Na hora mais precisa nega, trai, diz que não conhece? No próximo encontro não gostaríamos de vê-lo, imagine! Nunca mais falaríamos com ele, Jesus fez o contrario, ele deveria estar ferido, magoado, triste com Pedro (Jo 21.15-20). No entanto o que aconteceu foi exatamente o contrario, enquanto Pedro se distancia do Mestre, fica surpreso, o amigo, verdadeiro que é Cristo se aproxima dele. Não havia nele nem um ressentimento, poderia ter dito um monte de coisas, como: você é um covarde; que amigo é você Pedro, na hora mais cruciante, você disse que não me conhecia.

Jesus nem se lembrou disto, ele foi reconquistar a amizade, rompida pela vergonha de não conseguir ser melhor. O que o Apostolo Pedro estava se sentindo arrasado por não ter conseguido ser aquele amigo fenomenal, recebeu o abraço do maior amigo. A demonstração aqui é que deveríamos seguir quantos estão ressentidos, não conversa com aquele(a), amiga porque ela não conseguiu ser amiga (o), na hora precisa. O exemplo é Cristo demonstrado na Parábola da ovelha perdida, ele sempre como Pastor vem atrás da ovelhinha ferida.

COMPORTAMENTOS E ATITUDES QUE CORRESPONDEM A EXPECTATIVA DE CRISTO PARA OS SEUS DISCIPULOS.

O que Jesus espera de nós? Que no mínimo aprendamos com ele, seu modelo de amizade inclui a tolerância para com os mais fracos. Quem ousaria abraçar uma pessoa que se diz amigo e que na hora difícil, nos abandona, fala mal de nós? Já citamos o exemplo de Jesus abraçando Pedro, era um caso perdido no nosso entendimento. Porem Jesus o recuperou e logo após Pedro se torna o grande homem que foi. Segundo à tradição vindo a morrer em uma cruz, pendurado de cabeça para baixo, com certeza o Mestre amado o esperava do outro lado, para adentrar as mansões celestiais.

O nosso relacionamento com as pessoas deveriam ser sem esperarmos nada em troca. Quantos poderíamos recuperá-los, não os ajudamos devido ao egoísmo, a soberba, principalmente se conseguimos galgar alguma posição devido o acontecido. Mas afinal quem deve ir atrás? O ofendido ou aquele que ofendeu? Quem era o ofendido, Jesus ou Pedro? Quem foi atrás!

Podemos pensar num exemplo entre dois homens, porque Jesus é divino, poderia alguém dizer. Mas ele é o exemplo maior a todos nós exatamente por isso. Outro exemplo é o de Paulo e o carcereiro de Filipos (At 16. 19-34), quantos de nós teríamos deixado com que ele se matasse. Imagine! Apanhar tanto numa praça publica e agora com poder de se vingar procura salvar o carcereiro de uma condenação eterna. Muito diferente de alguns crentes que diz de seus ex-amigos, quero que queime no fogo do inferno.

Filemon e Onésimo, quantos males Onésimo causou a Filemom, mas a conversão de uma pessoa inclui o amor de Cristo. Onésimo não seria mais recebido como escravo, mas como irmão amado, como fiel companheiro. Filemom não deveria levar em conta o mal cometido anteriormente pelo escravo Onésimo, na lei romana, quando um escravo fugia, o castigo variava de uma grande surra, a vista dos demais, podendo até ser morto e partes de seu corpo enviado aos demais escravos. No entanto se Filemom quisesse alguma reposição deveria cobrar de Paulo e não de Onésimo, quanto a este deveria amá-lo e manter um alto padrão de amizade cristã.

A expectativa de Cristo é exatamente que amamo-nos uns aos outros, assim como ele nos amou. Independente da classe social, raça, enfim, devemos amar sem esperar receber nada em troca.

CONCLUSÃO

Vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Antes, tenho-vos chamado amigos, pois tudo o que ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” (Jo 15.14,15 – Edição Contemporânea). Nosso relacionamento em primeiro lugar deve ser vertical e depois horizontal, pois no amor de Cristo podemos compreender os demais e viver uma confraternização na igreja em que congreagamos.

OBRAS CONSULTADAS

WWW.conciencia.org  - Conceito de amizade em Aristóteles – baseado no livro – Ética à Nicômaco  - por SILVA, Maria Regina da.  Disponível 30/03/2010.

Colaboração para o Portal escola Dominical – Pr. Jair Rodrigues

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