O Profeta Isaías, cujo
nome significa "Jahveh ajuda" ou "Jahveh é auxílio" exerceu
o seu ministério no reino de Judá, tendo se casado com uma esposa conhecida
como a profetisa que foi mãe de dois filhos: Sear-Jasube e Maer-Salal-Hás-Baz.Isaías
foi filho de Amos (não Amoz, o profeta vaqueiro) e viveu na corte dos reis de
Judá.
Há indicações de que talvez fosse primo de Uzias. Escriba e relator dos anais
históricos da casa davídica, tinha preeminência e liberdade suficiente para
transitar próximo ao poder político e tomar conhecimento, em primeira mão, das
políticas e estratégias do Estado monarca judeu.Letrado, culto e politicamente
privilegiado, pode ter feito parte da casta sacerdotal de Jerusalém.Em seus
dias, Isaías viveu e narrou a tensão política e militar que o território de
Israel experimentava, com eventos decorrentes principalmente de um panorama
marcado por intensas e contínuas atividades bélicas e expansionistas que
estavam sendo realizadas pela monarquia egípcia, ao sul, e pelos caldeus, ao Leste.
O profeta coloca que ele profetizou durante os reinados de “Uzias, Jotão, Acaz
e Ezequias, reis de Judá” (1.1). Alguns aceitam que o seu chamado para o ofício
profético tenha sido feito no ano que o rei Uzias morreu, que foi em cerca de
740 a.C (6.1,8). Entretanto, é provável que ele tenha começado durante a ultima
década do reinado de Uzias. Por Isaías mencionar a morte do rei da Assíria,
Senaqueribe, que morreu em cerca de 680 a.C (37.37,38), ele deve ter
sobrevivido a Ezequias por alguns anos. A primeira parte do livro pode ter sido
escrita nos primeiros anos de Isaías, e os capítulos posteriores, após a sua
retirada da vida pública.
Se Isaías começa profetizando em cerca de 750 a.C, o seu ministério pode ter se
sobreposto aos ministérios de Amós e Oséias em Israel, bem como o
de Miqueias em Judá. Isaías profetizou no período mais
crucial da história de Judá e Israel. Ambos os reinos do Norte e do Sul haviam
experimentado cerca de meio século de poder e prosperidade crescentes. Israel,
governado por Jeroboão e outros seis reis de menor importância, tinha sucumbido
ao culto pagão; Judá, sob Uzias, Jotão e Ezequias, manteve uma conformidade
exterior à ortodoxia, mas, gradualmente, caiu num sério declínio moral e
espiritual (3.8-26). Lugares secretos de culto pagãos eram tolerados; o rico
oprimia o pobre; as mulheres negligenciavam suas famílias na busca do prazer
carnal; muitos dos sacerdotes e profetas tornaram-se bêbados que queriam
agradar os homens (5.7-12,18-23; 22.12-14). Embora estivesse para vir mais uma
avivamento a Judá sob o rei Josias (640-609 aC), estava claro para Isaías que a
aliança registrada por Moisés em Dt 30.11-20 havia sido tão inteiramente
violada, que o cativeiro e o julgamento eram inevitáveis para Judá, assim como
o era para Israel.
Isaías entrou em seu ministério aproximadamente na época da fundação de Roma e
dos primeiros Jogos Olímpicos dos gregos. As forças europeias ainda
não estavam preparadas para grandes conquistas, mas diversas potências
asiáticas estavam olhando para além de suas fronteiras. A Assíria,
particularmente, estava inclinada a conquistas ao sul e ao oeste. O profeta,
que era um estudioso dos assuntos mundiais, podia ver que o conflito era
iminente. A Assíria conquistou Samaria em 721 aC. Pode-se afirmar que Isaías é
o profeta quem mais fala sobre a vinda do Messias, descrevendo-o ao mesmo tempo
como um "servo sofredor" que morreria pelos pecados da humanidade e
como um príncipe soberano que governará com justiça. Por isso, um dos capítulos
mais marcantes do livro seria o de número 53 que menciona o martírio que
aguardava o Messias:
"Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas
iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas
pisaduras, fomos sarados". (Is 53:5)
Segundo um livro apócrifo do século I DC, Vidas dos Profetas, escrito por um
anônimo judeu da Palestina, antes do rei Ezequias morrer, Isaias o adverte que
seu filho Manassés não vai seguir seu caminho. Quando Manassés assume, Isaías e
um grupo de colegas profetas vão para o deserto e um demônio chamado Belial
inspira o falso profeta Belkira a acusa-lo de traição. O rei condena Isaías a
morte serrando-o ao meio, conforme a narrativa judaica.
0 Comentario "O ministério do profeta Isaías"
Postar um comentário
Obrigado por Comentar!